Pfizer diz que ofereceu 70 milh�es de doses de vacina ao Brasil em agosto

Muitos pa�ses j� come�aram a vacinar seus habitantes contra o novo coronav�rus, entre eles os Estados Unidos e integrantes da Uni�o Europeia. O Brasil, por�m, ficou para tr�s na corrida pela imuniza��o. No mesmo dia em que o pa�s alcan�ou a triste marca de 200 mil mortos pela COVID-19, a Pfizer anunciou que chegou a oferecer 70 milh�es de doses de sua vacina ao governo brasileiro em agosto do ano passado. O problema � que o acordo n�o foi selado.

 

"Vale refor�ar que a Pfizer encaminhou tr�s propostas ao governo brasileiro, para uma poss�vel aquisi��o de 70 milh�es de doses de sua vacina, sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020", disse a empresa em nota. 

 

A Pfizer informou ainda que n�o pode dar detalhes da negocia��o por causa de um contrato de confidenciabilidade que foi assinado com o governo brasileiro no dia 31 de julho do ano passado.

 

Entretanto, a farmac�utica garante que os termos do acordo proposto ao governo brasileiro s�o os mesmos termos dos contratos fechados com outros pa�ses, inclusive pa�ses que j� est�o vacinando. 

 

O ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira, 7, que est� fechando contrato para compra de 100 milh�es de doses da Coronavac. A vacina foi desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac e ser� distribu�da no Brasil pelo Instituto Butantan, �rg�o ligado ao governo de S�o Paulo. O ministro voltou a afirmar que a vacina��o no Pa�s come�a, no melhor cen�rio, em 20 de janeiro.

 

A compra da vacina Coronavac � assunto delicado no governo federal. Por disputa pol�tica com o governador Jo�o Doria (PSDB) o presidente Jair Bolsonaro fez Pazuello recuar de uma proposta de aquisi��o do imunizante em outubro.

 

"Estamos hoje, na sequ�ncia da aquisi��o de doses com Butantan, fechando contrato que vai a 100 milh�es de doses. M�ximo que ele (o instituto) consegue produzir. J� t�nhamos um memorando assinado desde outubro, final de setembro, nos comprometendo com aquisi��o da totalidade produzida", disse Pazuello.

Sem detalhar dados, o governo paulista disse nesta quinta-feira, 7, que a Coronavac tem 78% de efic�cia para evitar casos leves. E 100% para casos moderados e graves.

 

O ministro afirmou que s� conseguiu avan�ar no contrato com o Butantan ap�s a edi��o, na quarta-feira, 6, de uma medida provis�ria (MP) que permite a compra de vacinas mesmo antes do registro ou aval para uso emergencial ser concedido pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).

 

Disse que toda a produ��o do Butantan ser� incorporada ao plano nacional de imuniza��o, coordenado pelo governo federal. Doria, por�m, tem planos de come�ar a vacina��o em S�o Paulo em 25 de janeiro. Segundo Pazuello, 46 milh�es da Coronavac ser�o distribu�das at� abril. E mais 54 milh�es, no resto do ano.

 

Pazuello fez uma declara��o � imprensa, no Pal�cio do Planalto, em tom de defesa do seu pr�prio trabalho e da atua��o do presidente Bolsonaro. Ele disse que h� "incompreens�o" sobre a gest�o na Sa�de. A fala ocorre no momento em que o governo � pressionado para antecipar o calend�rio de vacina��o. Dentro do governo h� d�vidas sobre a perman�ncia do ministro Pazuello na pasta nos pr�ximos meses.

 

O ministro disse que h� meses a Sa�de j� negocia a compra e produ��o de vacinas. "Isso precisa ser dito, foi falado 50 vezes. Que inoper�ncia � essa que o Minist�rio da Sa�de tem se h� cinco meses nos posicionamos para isso?", reclamou ele.

 

O ministro listou � imprensa as negocia��es feitas pelo governo por vacinas. A aposta do governo federal � a vacina da AstraZeneca/Oxford. A Fiocruz deve distribuir 210,4 milh�es de doses a partir de fevereiro. E 2 milh�es de unidades devem chegar neste m�s, prontas, da �ndia.

Pazuello afirmou que a vacina de Oxford poderia ser aplicada apenas em uma dose, o que n�o � ainda indicado por ag�ncias reguladoras.

 

Segundo o general, a fabrica��o na Fiocruz e do Butantan servir� ao plano nacional de imuniza��o, mas o excedente pode ir para a iniciativa privada e exporta��o.

 

Pazuello negou atraso para compra de seringas e agulhas. Disse que o preg�o que conseguiu apenas 2,4% (7,9 milh�es) das 331 milh�es de unidades procuradas n�o "fracassou". Ele afirmou que a requisi��o de estoques da ind�stria nacional, feita ap�s o preg�o fracassado, j� garante "estoque regulador" para come�ar a vacina��o. Afirmou ainda que os Estados t�m estoque para imunizar 60 milh�es de pessoas.

Pazuello disse ainda que negocia a compra da vacina russa Sputnik V, que ser� fabricada pela farmac�utica brasileira Uni�o Qu�mica. Ele disse que a quantidade da compra est� em discuss�o.

 

O ministro citou negocia��o com a Janssen, que, segundo ele, � o "melhor neg�cio" entre as vacinas. Isso porque o pre�o � baixo e a imuniza��o exige apenas uma dose, segundo ele. Mas a farmac�utica ofereceu somente 3 milh�es de doses ao Pa�s, com entrega que come�aria no segundo trimestre.

 

Pazuello declarou ainda que negocia a compra de 30 milh�es de doses da vacina da Moderna, com entrega ap�s outubro. Cada unidade custaria US$ 37. Ele voltou a criticar a proposta da Pfizer, que exige n�o responder pelos efeitos colaterais registrados no Pa�s.

 

Ele tamb�m reclamou da quantidade de doses ofertadas, que n�o seria suficiente para o Rio de Janeiro. "N�o posso pegar 500 mil doses da Pfizer e soltar pelo Brasil em janeiro. Para dizer que come�ou a vacina��o, como muitos acham que � solu��o", disse Pazuello.