
Segundo o pr�prio minist�rio, ap�s o diagn�stico, que � sinalizado pelo aplicativo a partir de uma pontua��o definida pelos sintomas do paciente, o TrateCOV sugere a prescri��o de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. O tratamento muda conforme os dados apresentados pelo paciente, segundo a pasta.
Estes medicamentos n�o t�m efic�cia comprovada contra a COVID-19, s�o rejeitados pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mas viraram aposta do governo Jair Bolsonaro no combate � doen�a. Durante a crise sanit�ria, o presidente desestimulou o uso de m�scaras e do distanciamento social, mas mandou turbinar a produ��o da cloroquina e buscou doa��o de hidroxicloroquina - medicamentos hoje encalhados nos estoques do governo federal. O aplicativo tamb�m indica o uso do cortic�ide dexametasona, que � recomendado pela SBI para casos mais graves.
O minist�rio afirma que o uso do TrateCOV poder� ser "ampliado para outras regi�es do pa�s". "A a��o do Minist�rio da Sa�de tem como objetivo fornecer mais um mecanismo que dar� maior seguran�a e agilidade no diagn�stico da COVID-19, visando reduzir o risco de interna��es e �bitos", diz a pasta em nota.
Em Manaus, Pazuello afirmou, na segunda-feira, 11, que o pilar da estrat�gia do minist�rio contra a pandemia � o "tratamento precoce". No vocabul�rio da pasta e nos documentos oficiais, este tratamento significa a prescri��o da cloroquina, entre outros medicamentos. "Diagn�stico n�o � do teste. N�o aceitem isso. � do profissional m�dico. O tratamento, a prescri��o, � do m�dico, e a orienta��o � precoce", disse Pazuello. "A medica��o pode e deve come�ar antes desses exames complementares. Caso o exame l� na frente der negativo, reduz a medica��o e t� �timo. N�o vai matar ningu�m", completou.
A capital do Amazonas vive novo colapso de Sa�de e n�o tem oxig�nio para todos os pacientes da covid-19. Em nota, a Sa�de afirma que enviou 131 respiradores ao Estado, 1.500 cilindros de oxig�nio e recrutou profissionais de sa�de para permitir a abertura de novos leitos de UTI.
Ainda em Manaus, a equipe de Pazuello fez visitas a unidades de atendimento do SUS. Al�m de escutarem sobre a crise na cidade, os representantes do minist�rio deram orienta��es sobre a suposta evid�ncia de benef�cios do "tratamento precoce", apurou o Estad�o. A equipe da Sa�de foi refor�ada por cerca de 10 m�dicos de outras cidades, entusiastas do "tratamento precoce", que viajaram � capital do Amazonas a convite do minist�rio.

Dias antes do p�riplo pelas unidades de sa�de em Manaus, a secret�ria nacional de Gest�o do Trabalho e da Educa��o na Sa�de, Mayra Pinheiro, avisou ao munic�pio que as visitas serviriam para estimular ado��o do "tratamento precoce". Em of�cio enviado � Secretaria de Sa�de local, Pinheiro ainda escreveu que seria "inadmiss�vel" Manaus n�o prescrever antivirais sem efic�cia comprovada. O documento foi revelado pela Folha de S.Paulo e obtido tamb�m pelo Estad�o.
Sem citar qualquer prova, o presidente Jair Bolsonaro disse que a crise de sa�de em Manaus deve-se � falta do "tratamento precoce". Bolsonaro desestimula a ado��o de medidas eficazes contra a pandemia, como uso de m�scara e distanciamento social. "N�o faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o n�mero de mortes. Mortes por asfixia, porque n�o tinha oxig�nio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxig�nio", disse o presidente a apoiadores na ter�a-feira, 12.
Por ordem de Bolsonaro, o Laborat�rio do Ex�rcito fez mais de 3,2 milh�es de comprimidos da cloroquina. Em novembro, estavam encalhadas mais de 400 mil doses. O Pa�s tamb�m recebeu cerca de 3 milh�es de comprimidos de hidroxicloroquina do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da farmac�utica Sandoz, mas at� a metade de dezembro n�o conseguiu distribuir nem 500 mil unidades. Al�m da baixa procura, o f�rmaco foi enviado em caixas com 100 ou 500 comprimidos e precisa ser fracionado - com custo repassado a Estados e munic�pios.