
Uma das principais reclama��es da endocrinologista � a desativa��o dos dois hospitais de campanha da cidade, ap�s o primeiro pico da doen�a em Manaus, algo que ela chama de erro de planejamento por parte do governo. Outro ponto que colaborou para a crise, na opini�o da especialista, � que as cidades do interior n�o t�m Centros de Tratamento Intensivo (CTIs), resultando na sobrecarga dos hospitais da capital.
Respondendo a perguntas de espectadores da entrevista, a m�dica tentou destrinchar os motivos pelos quais Manaus reuniu, novamente, uma concentra��o de casos graves da doen�a. Uma explica��o � o surgimento de nova cepa do coronav�rus e, de acordo com os estudos j� existentes, essa muta��o � mais transmiss�vel. Outra causa s�o as caracter�sticas da cidade que, por ser um polo industrial, recebe muitos visitantes, inclusive de outros pa�ses. Apontou, tamb�m, as desigualdades sociais da capital amazonense, com percentual grande de fam�lias vivendo em casas pequenas, o que facilita a aglomera��o. Os problemas de gest�o e corrup��o no local tamb�m foram lembrados.
Larissa Figueiredo destaca ainda que, embora o desabastecimento de tanques de oxig�nio seja o grande vil�o do colapso, outras necessidades dos m�dicos e hospitais tamb�m est�o em falta. Pacientes tem sido transferidos para outros cidades, inclusive Bras�lia.A m�dica, que leciona na Universidade Estadual do Amazonas, acredita que a situa��o de Manaus possa servir de alerta para todo o Brasil. “Somos um term�metro pro resto do pa�s”, avisa.
A nova cepa do coronav�rus tamb�m pode ser mais perigosa por alcan�ar parcela maior da popula��o jovem, que costuma ter menos sintomas ou at� ser assintom�tica. A m�dica recha�ou a ideia de que o uso de rem�dios pode prevenir contra a COVID-19. “Infelizmente n�o tem dados cient�ficos robustos”, afirma sobre ivermectina ou outros medicamentos citados frequentemente nas redes sociais e por pol�ticos.
Enquanto a vacina n�o chegar, Larissa Figueiredo orienta sobre a melhor preven��o: "Tratamento precoce chama se cuidar, usar m�scara e �lcool gel, al�m do isolamento”, crava. Segundo Fernanda Soares, especialista em cl�nica m�dica e aten��o domiciliar, a situa��o nunca esteve t�o cr�tica quanto agora: se antes 75% dos pacientes que atendia testavam positivo para o novo coronav�rus, neste in�cio do ano 99% dos casos que chegam a ela s�o da doen�a respirat�ria. “O boom come�ou em 24 de dezembro. Vinha muito paciente, uma avalanche”, afirma. Agora, ela sente que os profissionais de sa�de est�o “enxugando o gelo”, porque a demanda por leitos, cuidados e tratamentos � muito mais alta do que a capacidade de atendimento dos hospitais.
It�lia pro�be voos do Brasil
A It�lia anunciou, ontem, a proibi��o de voos procedentes do Brasil devido a uma nova variante do coronav�rus descoberta no pa�s. “Assinei uma ordem que bloqueia os voos do Brasil e pro�be a entrada na It�lia das pessoas que estiveram l� nos �ltimos 14 dias”, tuitou o ministro da Sa�de italiano, Roberto Speranza. “Qualquer pessoa que j� esteja na It�lia e que venha desse pa�s deve fazer um teste [de detec��o de COVID-19] e entrar em contato com as autoridades de sa�de”, destacou o ministro. A It�lia, o primeiro pa�s europeu duramente afetado no in�cio da pandemia, registrou mais de 2,3 milh�es de casos de pessoas infectadas at� o momento, das quais mais de 81 mil morreram.