Publica��es compartilhadas cerca de 800 vezes nas redes sociais ao menos desde o �ltimo 15 de janeiro alegam que a falta de oxig�nio nos hospitais de Manaus decorre de uma d�vida de cerca de R$ 52 milh�es do governo estadual com a fornecedora White Martins. Isso � falso. Segundo a empresa, que explicou que a necessidade de oxig�nio durante a crise ultrapassou a sua capacidade de produ��o, a d�vida do estado � atualmente de R$ 8,3 milh�es.
, dizem publica��es compartilhadas no Facebook ( “Na verdade, o que est� acontece aqui, s�o mais interesses pol�ticos do que outra coisa. Moro a uns 3km da White Martins e o que n�o falta � oxig�nio. Aqui, o problema � que o governo deve � empresa 52 milh�es”1, 2) e no Twitter (1, 2).
A afirma��o tem circulado tamb�m em diversos formatos de imagem (1) e �udio.

No entanto, tanto o governo estadual quanto a fornecedora de gases White Martins negaram a exist�ncia de uma d�vida desse montante.
“H� fornecimentos realizados que totalizam 8,3 milh�es de reais e se encontram em aberto junto � secretaria do estado do Amazonas”, informou a empresa ao AFP Checamos no dia 26 de janeiro, detalhando que “este montante ser� tratado oportunamente na esfera comercial ap�s este per�odo de crise”.
“De forma alguma a empresa reduziu ou interrompeu o fornecimento de oxig�nio para os hospitais p�blicos de Manaus, em fun��o de d�bitos da secretaria do estado do Amazonas. Este boato circulou nas redes sociais e n�o corresponde � realidade dos fatos”, acrescentou a companhia, que representa na Am�rica do Sul a Linde, uma das maiores empresas multinacionais de gases industriais e medicinais.
O governo amazonense, por sua vez, respondeu por e-mail � pergunta da AFP sobre as alega��es das publica��es viralizadas com a nota emitida no dia 15 de janeiro, em que o governo estadual nega a d�vida com a White Martins.
“O Governo do Amazonas n�o est� devendo � fornecedora de g�s White Martins. Nos anos de 2019 e 2020, foram pagos R$ 29,6 milh�es � empresa de g�s, que � respons�vel por 90% do fornecimento de oxig�nio para a rede p�blica de sa�de do Estado”, indica o texto.
O governo estadual acrescentou ainda que “havia uma d�vida remanescente com a empresa, no valor de R$ 1,2 milh�o, referente ao ano de 2018, e foi feita negocia��o em novembro do ano passado. A primeira parcela dessa negocia��o, no valor de R$ 100 mil, foi paga em dezembro de 2020”.

Em 14 de janeiro, a White Martins emitiu uma nota apontando para uma “escalada sem precedentes da pandemia de COVID-19 no estado do Amazonas” que teria levado ao desabastecimento de oxig�nio em Manaus.
A empresa explicou que “somente o consumo atual de cinco hospitais locais � maior do que a capacidade de produ��o total da planta local da White Martins, atualmente de 28 mil metros c�bicos por dia”.
“O consumo individual de boa parte dos hospitais do munic�pio j� � mais do que o dobro da m�dia de consumo dos maiores hospitais do pa�s. Para efeitos de compara��o, entre janeiro e mar�o de 2020, o consumo di�rio era de 12.500 m³ por dia. Durante a primeira onda da pandemia, alcan�ou 30 mil m³ por dia. No segundo semestre de 2020, reduziu para 15.500 m³ por dia e, atualmente, atingiu cerca de 70 mil m³ por dia e segue crescendo exponencialmente”, comparou.
Na mesma nota, a White Martins esclareceu que comunicou formalmente �s autoridades sobre o risco de desabastecimento, e que “tem comprado oxig�nio de fornecedores locais” na tentativa de suprir a escassez.
Desde meados de janeiro Manaus vive um per�odo de caos na sa�de p�blica em decorr�ncia da explos�o do n�mero de casos de covid-19, que especialistas acreditam ser decorrente de uma nova cepa. M�dicos t�m denunciado que a falta de oxig�nio nas unidades de sa�de levou pacientes que precisavam de tratamento � morte.
O AFP Checamos j� verificou outros conte�dos a respeito do desabastecimento de oxig�nio em Manaus envolvendo a White Martins.
Essa informa��o sobre a suposta d�vida tamb�m foi checada pela ag�ncia Aos Fatos.
Em resumo, � falso que o abastecimento de oxig�nio em Manaus tenha sido cortado por falta de pagamento de R$ 52 milh�es. Segundo a fornecedora, essa d�vida atualmente � de R$ 8,3 milh�es, e o abastecimento n�o foi interrompido por d�bitos do governo estadual. A escassez de oxig�nio se deve a um aumento da demanda, que chegou a 70 mil m³ por dia, ultrapassando a capacidade de produ��o da planta da White Martins em Manaus, que alcan�ou 30 mil m³ por dia, segundo a empresa, para enfrentar a crise sanit�ria da cidade amaz�nica.