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Estado de Minas GERAL

Brasil planeja doar ao Haiti 1 milh�o de testes para COVID-19 encalhados

Minist�rio guardava 7,1 milh�es de exames RT-PCR, com a maior parte (96%) podendo ir ao lixo entre dezembro e janeiro.


08/02/2021 21:30 - atualizado 08/02/2021 21:31

Validade original era de oito meses, mas foi estendida por mais quatro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(foto: Pedro Vilela / Agencia i7 )
Validade original era de oito meses, mas foi estendida por mais quatro pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (foto: Pedro Vilela / Agencia i7 )
 

O Minist�rio da Sa�de tenta doar parte dos cerca de 5 milh�es de testes de COVID-19 encalhados em um armaz�m federal e que vencem a partir de abril. O governo planeja entregar ao Haiti 1 milh�o desses exames, em uma opera��o tratada como ajuda humanit�ria, mas que pode reduzir o estoque e evitar mais desgaste � imagem do general Eduardo Pazuello, chefe da pasta. Outro lote foi oferecido a hospitais filantr�picos e Santas Casas, que devem recusar.

 

 

Como o Estad�o revelou em novembro, o minist�rio guardava 7,1 milh�es de exames RT-PCR - o mais indicado para diagnosticar a doen�a -, e a maior parte (96%) teria de ir ao lixo entre dezembro e janeiro. O produto foi comprado por meio da Organiza��o Pan-Americana de Sa�de (Opas), por R$ 42 a unidade.

A validade original era de oito meses, mas foi estendida por mais quatro pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria, com base em estudos da fabricante (a coreana Seegene). At� agora, 2,1 milh�es de exames foram entregues, mas a gest�o de Pazuello continua com dificuldade para consumir todo o estoque.

O processo de detec��o exige a disponibilidade de cotonetes swab, tubos coletores, reagentes de extra��o do RNA e outros insumos que nem o Brasil conseguiu comprar em grande escala. OpPa�s patina para realizar testes no Sistema �nico de Sa�de (SUS). A meta era fechar 2020 com mais de 24 milh�es de amostras analisadas, mas s� cerca de 10,2 milh�es de exames RT-PCR foram feitos na rede p�blica.

Mesmo os exames entregues aos Estados e munic�pios n�o foram totalmente consumidos, entre outras raz�es pela falta de todos os insumos para a an�lise. Al�m disso, o produto encalhado n�o � compat�vel com toda a rede p�blica de laborat�rios.

Negocia��o


Depois de duas semanas de questionamentos, o Itamaraty e o Minist�rio da Sa�de afirmaram que o governo haitiano pediu a doa��o dos testes. N�o est� claro se a quantidade ofertada foi proposta pelo Brasil ou pelo pa�s caribenho. "A �rea da Sa�de, por estar entre os temas priorit�rios para a reconstru��o e a estabiliza��o do Haiti, constitui um dos principais eixos da coopera��o com o pa�s, bem como � objeto de di�logo constante entre os pa�ses", afirmou o Itamaraty. O minist�rio destaca que j� enviou cem ventiladores pulmonares durante a pandemia ao pa�s.

A Embaixada do Haiti no Brasil afirma que n�o "est� a par" das conversas. O Estad�o apurou que o di�logo est� sendo feito entre o governo brasileiro e o Minist�rio da Sa�de do Haiti. Uma equipe de Pazuello est� em Porto Pr�ncipe para negociar a entrega e avaliar se o pa�s tem condi��es de receber o material.

O governo brasileiro n�o doar� reagentes de extra��o e outros insumos. "Se os haitianos n�o tiverem como fazer as an�lises ou como realizar coletas, n�o ser� poss�vel ao Brasil dar in�cio � doa��o", afirma o minist�rio, em nota. Auxiliares de Pazuello, reservadamente, negam que a ideia � empurrar ao pa�s os exames prestes a vencer. Na nota, a pasta afirma ainda que avaliar� a quantidade a ser doada - a reportagem apurou que se fala, hoje, em 1 milh�o de exames.

Diante da oferta de testes do minist�rio, a Confedera��o das Santas Casas de Miseric�rdia, Hospitais e Entidades Filantr�picas (CMB) j� alertou as entidades sobre o risco de os estoques terminarem no lixo. "Dessa forma, recomendamos �s institui��es que pleitearem a doa��o dos mesmos que o fa�am com responsabilidade, para que n�o passemos a concentrar em n�s e nas nossas institui��es a responsabilidade pelo vencimento dos testes."

Em nota, a CMB confirma que muitos hospitais devem rejeitar a proposta. "Os testes s�o necess�rios e bem-vindos, mas infelizmente nem todos os hospitais t�m equipamentos compat�veis para atender �s especifica��es t�cnicas de an�lise do material coletado e leitura dos resultados do teste PCR."

Press�o


A negocia��o para a entrega dos exames ocorre no momento em que Pazuello est� sob press�o e tenta evitar novos fracassos de log�stica. O general � investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omiss�o na ajuda ao Amazonas e precisou depor � Pol�cia Federal. Al�m disso, recebe cr�ticas pela demora para comprar vacinas, pelo avan�o da pandemia no Pa�s e por causa da aposta em medicamentos sem efic�cia, como a cloroquina.

A revela��o de que o minist�rio estocava exames prestes a vencer causou desgaste a Pazuello. O caso � esquadrinhado por �rg�os de controle e o ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), aponta irregularidades "preocupantes". Outros ministros do TCU tamb�m criticaram a pasta. Em novembro, Bruno Dantas disse que o caso � "crime de lesa-p�tria". "Trata-se de menosprezo com a sa�de da popula��o."

Como revelou o Estad�o, a �rea t�cnica j� alertava a gest�o Pazuello desde maio de 2020 sobre o risco de os exames perderem a validade. E, quase um ano ap�s a pandemia chegar ao Brasil, o Minist�rio da Sa�de ainda negocia a compra de reagentes de extra��o de RNA. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

 


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