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Estado de Minas GERAL

Exonerado por Bolsonaro, Galv�o � premiado por responsabilidade cient�fica

F�sico lembrou a luta contra o negacionismo cient�fico, contra a qual muitos cientistas brasileiros v�m lutando nos �ltimos anos


08/02/2021 20:07 - atualizado 08/02/2021 21:30

Brasileiro recebeu prêmio da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS)(foto: Reprodução/Instagram)
Brasileiro recebeu pr�mio da Associa��o Americana para o Avan�o da Ci�ncia (AAAS) (foto: Reprodu��o/Instagram)

O f�sico Ricardo Galv�o, exonerado do cargo de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019 ap�s defender os dados de desmatamento da Amaz�nia gerados pela institui��o, foi contemplado nesta segunda-feira, 8, com o pr�mio internacional de Liberdade e Responsabilidade Cient�fica.

 

 

A l�urea foi concedida pela Associa��o Americana para o Avan�o da Ci�ncia (AAAS), a equivalente da SBPC nos Estados Unidos, 1 ano e meio ap�s Galv�o protagonizar um epis�dio que despertou o mundo para a devasta��o que a Amaz�nia vinha sofrendo no primeiro ano da gest�o Bolsonaro.

Quando dados de alertas do Inpe vieram � tona mostrando que a a��o da motosserra estava acelerando na regi�o, o presidente afirmou que os n�meros eram mentirosos e insinuou que Galv�o estaria "a servi�o de alguma ONG". O pesquisador reagiu, defendeu a ci�ncia produzida pelo Inpe e seus pesquisadores e acusou Bolsonaro de tomar uma "atitude pusil�nime e covarde". Ap�s duas semanas de embates, Galv�o foi exonerado. Ele estava no Inpe desde 1970 e cumpria mandato � frente do �rg�o at� 2020. Com a exonera��o, ele voltou a atuar na USP.

Os dados produzidos pelo instituto, por�m, continuaram mostrando m�s a m�s o aumento da devasta��o. Os n�meros consolidados pelo sistema Prodes, que apontam a taxa oficial e anual de desmatamento, tiveram duas altas consecutivas em 2019 e 2020 - no ano passado chegou ao maior valor desde 2008.Nos dois anos de gest�o Bolsonaro, os alertas de desmatamento da Amaz�nia foram, em m�dia, 82% superiores aos tr�s anos anteriores ao seu governo.

"O professor Galv�o defendeu a ci�ncia s�lida em face da hostilidade. Ele agiu para proteger o bem-estar do povo brasileiro e da imensa maravilha natural que � a floresta amaz�nica, um patrim�nio mundial", afirmou em nota Jessica Wyndham, diretora do Programa de Responsabilidade Cient�fica, Direitos Humanos e Direito da AAAS.

Em agradecimento � institui��o, Galv�o lembrou a luta contra o negacionismo cient�fico, contra a qual muitos cientistas brasileiros v�m lutando nos �ltimos anos. "Como latino-americano, receber este pr�mio � bastante significativo, n�o apenas para mim, mas tamb�m para muitos outros cientistas que, em diferentes ocasi�es, reagiram bravamente �s pol�ticas negacionistas de l�deres pol�ticos poderosos, em particular no que diz respeito � preserva��o da Floresta Amaz�nica", disse.

A AAAs concede a honraria anualmente, desde 1980, a "cientistas que demonstraram liberdade cient�fica e / ou responsabilidade em circunst�ncias particularmente desafiadoras, �s vezes em risco para sua seguran�a profissional ou f�sica", conforme informou a institui��o em seu site. Anteriomente receberam a distin��o pesquisadores que atuaram, por exemplo, para proteger a sa�de, a seguran�a ou o bem-estar p�blico; ou lutaram pela defesa da liberdade profissional dos cientistas e engenheiros.

Desde que foi exonerado, Galv�o se transformou em uma voz importante reconhecida no Brasil e no mundo em defesa da ci�ncia e da prote��o da Amaz�nia. Por seus atos, foi reconhecido ainda em 2019 pela revista brit�nica Nature como uma das personalidades da ci�ncia mundial, ao lado da adolescente sueca Greta Thunberg.

O pesquisador receber� o pr�mio em uma cerim�nia virtual nesta quarta-feira, 10, durante a 187ª reuni�o anual da AAAS.


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