
Na nota, o CRM diz que "tal medida j� se mostrou ineficaz, condenada at� mesmo pela pr�pria Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) nas palavras do Dr. David Nabarro: 'O lockdown n�o salva vidas e faz os pobres muito mais pobres'". Como o Estad�o mostrou em outubro do ano passado, por meio do projeto Comprova, a frase do enviado da OMS foi retirada de contexto em publica��es na internet para sugerir que a entidade condena o lockdown.
Na ocasi�o, David Nabarro de fato destacou os impactos econ�micos e sociais negativos dos lockdowns. Isso n�o significa, no entanto, que a OMS seja contr�ria � medida ou que a considere ineficaz. Na mesma entrevista, Nabarro afirmou que os lockdowns s�o justificados em momentos de crise, para reorganizar os sistemas de sa�de e proteger os profissionais que est�o na linha de frente do combate � doen�a. A ideia desta pr�tica � "achatar a curva" de cont�gio, evitar a superlota��o de hospitais e, depois, permitir a reabertura das economias.
O Conselho do DF cita o Amazonas como exemplo negativo da medida. "Estado com maior �ndice de isolamento social do Brasil, apresentou o maior n�mero de interna��es e mortes por COVID-19, cerca de 30-45 dias ap�s o primeiro lockdown, sendo ainda mais imediato, ap�s o segundo, configurando mais uma evid�ncia do fracasso dessas medidas extremas de restri��o", diz o texto. Especialistas em sa�de t�m defendido o lockdown como forma de conter o avan�o do v�rus, em fases mais descontroladas da pandemia.
Para o CRM, a��es preventivas eficazes est�o relacionadas a campanhas de educa��o sobre medidas individuais de higiene, uso de m�scaras, distanciamento social, vacina��o populacional e ostensiva fiscaliza��o por parte do governo, mas "nunca pela decreta��o de lockdown".
OMS
A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) desde o in�cio da pandemia considera que o lockdown � uma das formas conhecidas de combate ao coronav�rus. Em 1º de abril de 2020, Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emerg�ncias da entidade, afirmou: "Al�m das medidas de lockdown, precisamos de estrat�gias abrangentes baseadas em vigil�ncia, em interven��o de sa�de p�blica, detec��o de casos, testagem, isolamento, quarentena, e fortalecer nossos sistemas de sa�de para absorver o golpe".
O Distrito Federal � uma das unidades da Federa��o que, nos �ltimos dias, elevaram as medidas de restri��o para o com�rcio. O movimento � uma rea��o ao aumento da ocupa��o de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em v�rias regi�es, em um momento em que a vacina��o ainda n�o deslanchou. Dados do Minist�rio da Sa�de mostram que no Distrito Federal 295.615 pessoas j� se contaminaram com a COVID-19, ou 9,8% da popula��o. Deste total, 4.831 pessoas morreram (1,6% dos contaminados).
Na �ltima quinta-feira, o governador j� havia decidido restringir o funcionamento dos estabelecimentos comerciais das 20 horas �s 5 horas. Na sexta-feira, por�m, com os leitos de UTIs espec�ficos para pacientes de covid-19 com 98% de ocupa��o, Ibaneis decidiu intensificar as restri��es.