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Estado de Minas COVID-19

Brasil mergulha na pobreza com desgoverno diante da pandemia

�s dificuldades econ�micas que v�m de antes da pandemia, soma-se o combate err�tico ao novo coronav�rus pelo governo federal


07/03/2021 08:19 - atualizado 07/03/2021 11:01

(foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(foto: Marcello Casal Jr/Ag�ncia Brasil)

A pandemia da COVID-19 deixou todo o mundo mais pobre, mas ter� um efeito especialmente duro na economia brasileira. � que, embora tenha ca�do menos do que outros pa�ses em 2020, o pa�s vai demorar mais a se recuperar desse baque.

]Afinal, j� vinha apresentando dificuldade para crescer antes da pandemia e est� atrasado no combate ao novo coronav�rus. Por isso, avan�ar� menos do que seus pares e continuar� perdendo posi��es no ranking das maiores economias do mundo neste ano.

O Brasil est� cada vez mais pobre. O ano de 2021 come�ou com 27 milh�es de pessoas (12,8% da popula��o) na mis�ria, conforme a Funda��o Getulio Vargas (FGV).

Pelos c�lculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 4,1% em 2020. O impacto � o maior dos �ltimos 30 anos e tirou o Brasil do grupo das 10 maiores economias do planeta.

Por�m � bem melhor do que a queda de quase 10% projetada no in�cio da pandemia e tamb�m � menor do que a recess�o registrada por pa�ses como M�xico (-8,7%), Reino Unido (-9,9%) e Alemanha (-5,3%), tanto que foi comemorado pelo governo de Jair Bolsonaro, a despeito de a mis�ria ser cada vez maior pa�s afora.

Especialistas explicam que, ao injetar R$ 293 bilh�es na economia e impulsionar o consumo das fam�lias, o aux�lio emergencial conseguiu amortecer o tamanho do tombo econ�mico no ano passado. Por�m dizem que n�o h� motivos para celebrar neste ano. � que o cen�rio que se desenha para 2021 � completamente diferente.

Segundo o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), a economia mundial vai crescer 5,5% neste ano, influenciada pelos est�mulos monet�rios anunciados por pa�ses como os Estados Unidos ou pelo sucesso de na��es como a China no controle da pandemia.

O Brasil, que n�o tem mais espa�o fiscal para manter muitos dos aux�lios emergenciais de 2020 e n�o tem tido sucesso no combate � covid-19, por sua vez, deve crescer 3,6%. E agentes do mercado financeiro dizem que essa taxa ser� ainda menor, j� que a segunda onda da pandemia deve causar contra��o no PIB neste primeiro trimestre.

O Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (FGV/Ibre) j� calcula, inclusive, que o PIB do Brasil vai cair 0,3% no bi�nio de 2020/2021, enquanto o do grupo das economias emergentes subir� 1,8%.

A �ndia, por exemplo, deve crescer 1,3% no per�odo; a Indon�sia, 1,4%; e a Coreia do Sul, 1%. N�o � toa, o Brasil caiu da nona para a 12º posi��o no ranking das maiores economias mundiais em 2020 e deve cair mais em 2021.

Segundo a Austin Rating, mesmo se crescer 3,6%, o pa�s ser� ultrapassado pela Austr�lia e pela Espanha, caindo para a 14ª posi��o desse ranking.

“Em 2020, praticamente todos os pa�ses do mundo registraram queda do PIB. O problema � que o Brasil j� havia ca�do em 2015 e 2016 e ainda n�o havia se recuperado disso. O quadro j� era ruim. E, neste ano, vai apresentar um ritmo de recupera��o muito aqu�m do de outros pa�ses, pois a pandemia est� fora de controle, e o Brasil est� atrasado na vacina��o. Por isso, ficar� um pouco mais distante de outras economias”, explica Silvia Matos, pesquisadora s�nior da �rea de Economia Aplicada do FGV/Ibre.

“O pa�s vai crescer neste ano, mas o crescimento n�o ser� maior que o de outros pa�ses emergentes para tirar a diferen�a. Al�m disso, o risco fiscal continua afetando os investimentos e o c�mbio, o que atrapalha o crescimento”, acrescenta o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.


“D�cada perdida”

Segundo os especialistas, para garantir a retomada do crescimento econ�mico e conter o avan�o da pobreza, o pa�s precisa avan�ar na vacina��o contra a COVID-19, que vai permitir o funcionamento seguro das atividades econ�micas, mas tamb�m olhar para o longo prazo.

Afinal, antes da pandemia, o Brasil j� vinha com dificuldades de crescer. Levantamento da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) aponta que o PIB do pa�s cresceu, em m�dia, 0,8% ao ano entre 2010 e 2019, porque problemas estruturais vinham segurando o crescimento e os investimentos.

Por isso, com a queda de 4,1% de 2020, o pa�s teve mais uma “d�cada perdida”. Nas contas do FGV/Ibre, o Brasil cresceu apenas 0,2% ao ano entre 2010 e 2020. � um resultado bem pior que o registrado na d�cada perdida de 1980: 1,6%. Ou seja, continuamos repetindo os erros que perpetuam a pobreza.

“Antes da pandemia, o Brasil havia sofrido uma crise brutal entre 2014 e 2016. E, depois disso, ficou praticamente estagnado, porque a produtividade vinha ruim, o investimento colapsou, e a recupera��o do mercado de trabalho veio pela informalidade, que � quatro vezes menos produtiva que o setor formal. Al�m disso, o Brasil n�o tem mais o b�nus demogr�fico ajudando a produtividade, j� que o pa�s est� envelhecendo”, explica Silvia.

A economista diz, ent�o, que o pa�s precisa avan�ar nas reformas estruturais, como a tribut�ria, que prometem aumentar a produtividade e atrair investimentos.

“Superada a pandemia, o Brasil voltar� a enfrentar os mesmos problemas de antes. Por isso, precisa reduzir o custo Brasil, a complexidade tribut�ria, os problemas de infraestrutura e de educa��o”, refor�a o gerente executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca.

“O pa�s j� tinha um desafio antes da crise da covid-19. E, agora, veio uma crise muito dura, que aumentou o desemprego, o endividamento. Por isso, precisa enfrentar as reformas”, refor�a Silvia. Ela ainda alerta: “O risco de n�o conseguir fazer reformas � retroceder, perder investimentos, perder m�o de obra qualificada e ter um empobrecimento generalizado, como aconteceu com outros pa�ses latino-americanos”.


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