
A aproxima��o parecia irreal em 5 de janeiro — a primeira ter�a-feira daquele m�s —, quando os Estados Unidos registraram 235.027 novos casos, contra 56.648 contabilizados no Brasil.
A vacina��o, a “satura��o” do v�rus e os momentos distintos vividos pelos pa�ses no enfrentamento � pandemia explicam a queda por l� e a subida por estas bandas.
No quinto dia deste ano, a terra comandada por Joe Biden perdeu 3.689 cidad�os para o coronav�rus. �quela altura, a m�dia de baixas di�rias, considerando a semana anterior, era de 2.665. J� o Brasil teve 1.171 �bitos — a m�dia estava em 722.
Entre 2 e 9 de mar�o, contudo, os Estados Unidos viram a m�dia cair para 1.660, enquanto a na��o de Jair Bolsonaro (sem partido) saltou para 1.573 �bitos como m�dia a cada 24 horas, n�mero pr�ximo ao visto na na��o da Am�rica do Norte.

O pa�s � o terceiro em n�mero de casos, atr�s da �ndia e dos Estados Unidos. No que tange �s mortes, apenas os estadunidenses t�m estat�sticas superiores. Nessa ter�a-feira (9/3), o Brasil foi a na��o com mais novos casos em todo o globo: 70.674.
Com consider�vel oferta de vacinas, os Estados Unidos t�m conseguido, gradativamente, imunizar a popula��o idosa. Aproximadamente 60% dos maiores de 65 anos j� receberam ao menos uma dose das inje��es dispon�veis, informou levantamento feito pela emissora “CNN”, com base em dados do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s), e divulgado na segunda-feira (8/3).
"Nos pa�ses que est�o fazendo a vacina��o em massa, percebemos que, quando chegam a 15% da popula��o imunizada, o n�mero de casos diminui"
Marcelo Daher, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
“Mesmo n�o tendo uma vacina��o t�o grande quanto imagin�vamos, o n�mero de casos j� cai drasticamente nos Estados Unidos. Como caiu na Inglaterra e em Israel. Nos pa�ses que est�o fazendo a vacina��o em massa, percebemos que, quando chegam a 15% da popula��o imunizada, o n�mero de casos diminui”, diz o m�dico Marcelo Daher, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Daher explica que os v�rus tendem a se desgastar ap�s contaminar a maioria dos cidad�os que, em tese, s�o mais vulner�veis.
“Se eu come�o a ter muitas pessoas pr�ximas infectadas, o v�rus perde for�a, pois n�o tem como se propagar mais”, afirma. Ao cen�rio, soma-se o “delay” visto no Brasil: segundo o infectologista, cen�rios vistos na Europa e nos Estados Unidos ocorrem em territ�rio nacional apenas tempos depois.
“O que a gente est� enxergando l�, vai enxergar aqui uns dois meses depois. Podemos estar vendo essa grande guinada para cima aqui como o que aconteceu (nos EUA) em janeiro. Talvez a nossa queda se d� em abril”, vislumbra.

Metas para conter o v�rus
A transmiss�o da COVID-19 em solo brasileiro tem sido impulsionada pelas variantes do v�rus. Embora preveja mais dias dif�ceis neste momento, Marcelo Daher cr� que, assim como no pa�s da Am�rica do Norte, as vacinas podem ter papel essencial.“Acredito que mar�o ainda vai ser um m�s muito ruim para a gente, com muitos �bitos e casos. Vai come�ar a cair em abril. Talvez, com isso, a gente ganhe tempo para vacinar mais gente e comece a diminuir essa curva”, opina.
Ainda conforme o infectologista, aumentar a quantidade de exames diagn�sticos pode auxiliar no monitoramento da doen�a. “Testar � fundamental. A testagem � muito importante. � o que permite identificar como est� a transmiss�o da doen�a. Se guiar somente pelo n�mero de interna��es e mortes � estar atrasado. Precisamos nos guiar pelo n�mero de casos novos”.
Corre��o de rota nos EUA
Assim como o Brasil, os Estados Unidos iniciaram a pandemia com p�lulas de negacionismo vindas da presid�ncia da Rep�blica. Donald Trump, que deixou o cargo em janeiro deste ano, deu diversas declara��es minimizando os impactos do v�rus.O sucessor, Joe Biden, assumiu com a meta de imunizar 100 milh�es de cidad�os nos 100 primeiros dias de governo.
Na semana passada, o infectologista Anthony Fauci, principal figura do combate � pandemia nos Estados Unidos, explicou que os n�meros indicam que o pa�s atravessa momento de “estabilidade” no enfrentamento � doen�a.
Apesar da queda na curva de casos e �bitos, ele pediu a continuidade das medidas restritivas e sanit�rias. Segundo o especialista, aliviar as a��es de precau��o pode provocar novo aumento nas estat�sticas.