Preocupada com a situa��o, a Sociedade Brasileira de Direito M�dico e Bio�tica (Anadem) vem fazendo uma campanha cont�nua pela melhoria nas condi��es de trabalho dos profissionais da �rea da sa�de.
Em outubro de 2020, a entidade defendeu a redu��o da carga hor�ria de trabalho dos enfermeiros para 30 horas. No mesmo m�s, quando o Brasil estava prestes a atingir a marca de 500 mil m�dicos aptos a atuar, a Anadem defendeu a distribui��o mais equilibrada da popula��o m�dica pelo pa�s, al�m da melhoria na infraestrutura de atendimento.
A entidade ainda acompanhou as a��es adotadas por socorristas em Manaus, entre elas a chamada mistan�sia – modalidade de t�rmino de vida em que o paciente vulner�vel sofre uma morte precoce e evit�vel em raz�o da viola��o de seu direito � sa�de.
A Anadem tamb�m alertou sobre a possibilidade desses profissionais ficarem � merc� de condutas at�picas do ponto de vista m�dico, mas praticamente tipificadas no �mbito penal.
Al�m disso, prop�s puni��o a quem fura a fila de vacina��o e monitora o processo relacionado � compra de vacina pelo setor privado.
Al�m disso, prop�s puni��o a quem fura a fila de vacina��o e monitora o processo relacionado � compra de vacina pelo setor privado.
“J� chegamos � marca de um ano em que os profissionais da sa�de est�o nesta verdadeira guerra di�ria para tentar salvar vidas, com carga hor�ria excessiva, muitos sem tirar f�rias, tendo que conviver com o estresse e o desgaste acima do que eles enfrentam em momentos n�o pand�micos. Toda essa jun��o de fatores os exp�em ao v�rus, favorece o adoecimento e, consequentemente, os leva a uma conduta mais pass�vel de erros”, alerta Raul Canal, presidente da Anadem e especialista em Direito M�dico e Bio�tica.
Prova do desgaste e da exaust�o de quem atua na linha de frente � o estudo da Universidade Federal da Para�ba (UFPB), que entrevistou 710 profissionais de sa�de de 21 estados brasileiros e do Distrito Federal.
Dois ter�os dos entrevistados tinham queixas relacionadas ao sono. Metade deles parou de praticar exerc�cios f�sicos e 78,5% reportaram alguma mudan�a alimentar - pouco mais de 30% afirmaram comer compulsivamente.
Mas o dado mais preocupante, talvez, seja o de que quase 30% desses profissionais aumentaram o consumo de bebidas alc�olicas.
Dois ter�os dos entrevistados tinham queixas relacionadas ao sono. Metade deles parou de praticar exerc�cios f�sicos e 78,5% reportaram alguma mudan�a alimentar - pouco mais de 30% afirmaram comer compulsivamente.
Mas o dado mais preocupante, talvez, seja o de que quase 30% desses profissionais aumentaram o consumo de bebidas alc�olicas.
Indeniza��o
Outro ponto defendido pela Anadem � a san��o do projeto de lei que garante a concess�o de aux�lio indenizat�rio e pens�o especial aos profissionais de sa�de v�timas da COVID-19.
Mesmo tendo sido vetada pelo presidente da Rep�blica, a proposta n�o saiu da pauta da entidade.
Mesmo tendo sido vetada pelo presidente da Rep�blica, a proposta n�o saiu da pauta da entidade.
“Esse projeto � de suma import�ncia para a categoria. Assegurar o aux�lio � uma quest�o de humanidade e justi�a para com aqueles que se arriscam pela nossa sa�de”, afirma.
Para ele, caso n�o haja mudan�as com urg�ncia, o n�mero de profissionais vitimados pode aumentar exponencialmente, principalmente com o surgimento das novas variantes da doen�a.
Para ele, caso n�o haja mudan�as com urg�ncia, o n�mero de profissionais vitimados pode aumentar exponencialmente, principalmente com o surgimento das novas variantes da doen�a.
“� preciso dar a estes profissionais suporte estrutural necess�rio em seus locais de trabalho; acompanhamento psicol�gico para afast�-los da depress�o, ansiedade e estresse p�s-traum�tico; indeniza��es no caso de serem v�timas por atender pessoas contaminadas; enfim, a��es concretas que preservem a integridade f�sica e ps�quica desses profissionais que precisam enfrentar uma doen�a que a humanidade n�o conhecia. Doen�a esta que est� sofrendo muta��es com novas variantes e que a maioria n�o se sente preparada para lidar, mesmo com anos de estudo, pr�tica e experi�ncia”, finaliza.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina