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Estado de Minas PANDEMIA

UTIs cheias, mortes sem leito e variante revelam hospitais em colapso

Segundo a Fiocruz, Brasil vive maior colapso sanit�rio e hospitalar de toda sua hist�ria


19/03/2021 11:43 - atualizado 19/03/2021 12:22

(foto: AFP / MICHAEL DANTAS)
(foto: AFP / MICHAEL DANTAS)
"O maior colapso sanit�rio e hospitalar da hist�ria do Brasil" - como classificou a Fiocruz - se caracteriza pela reuni�o de diversos fatores que levam � trag�dia iminente. O n�mero de casos e mortes segue crescendo exponencialmente, as UTIs est�o chegando ao seu limite m�ximo de interna��o, pessoas j� est�o morrendo sem atendimento m�dico e a vacina��o segue em ritmo muito lento.

Para piorar, a crise acontece simultaneamente em todo o Pa�s, impedindo transfer�ncias de pacientes. Na quarta-feira (17/03), a m�dia m�vel de �bitos pela doen�a no Pa�s ultrapassou a marca de dois mil pela 1ª vez.

Divulgado em car�ter extraordin�rio na noite de ter�a-feira (16/03), e atualizado na quarta, o boletim do Observat�rio COVID-19 Fiocruz revelou em n�meros a situa��o extremamente cr�tica enfrentada pelo Pa�s. Das 27 unidades da federa��o, 25 Estados e o Distrito Federal est�o com taxas de ocupa��o dos leitos de UTI covid iguais ou superiores a 80% - a �nica exce��o � Roraima, com taxa de 73%. Em 15 delas, a taxa ultrapassa os 90%. Em rela��o �s capitais, 26 apresentam percentuais iguais ou superiores a 80%, sendo que, em 19 delas, o n�mero ultrapassa 90%.

"Esta � a primeira vez que temos uma crise sist�mica, em todo o Pa�s, com praticamente todos os estados e as maiores capitais em situa��o extremamente cr�tica", explicou o coordenador do Observat�rio COVID-19, Carlos Machado de Freitas. "Os colapsos do sistema de sa�de que j� enfrentamos antes sempre foram locais, no m�ximo estaduais, como o caso dos imigrantes haitianos e venezuelanos em Roraima, os desastres na regi�o serrana de Santa Catarina, um grande n�mero de casos de dengue e de zika no Rio de Janeiro."

Ao longo do ano passado, como lembra Freitas, foi poss�vel remanejar pacientes de COVID-19 para outros munic�pios ou estados. Agora, no entanto, com o que os especialistas chamam de "sincroniza��o da epidemia" fez com que a doen�a aumentasse de forma simult�nea em todo o Pa�s. "Um dos efeitos diretos desse processo � a impossibilidade de remanejamento de pacientes n�o s� para atendimento covid-19, mas tamb�m para outras causas", aponta o boletim. "As interna��es eletivas est�o paralisadas na maior parte dos hospitais do Pa�s."

O n�mero de casos de COVID-19 est� crescendo a uma taxa de 1,5% ao dia, enquanto o n�mero de mortes aumenta a 2,6% ao dia, valores considerados muito elevados. Na an�lise de Freitas, que � especialista em sa�de p�blica, essa situa��o deve gerar uma grande quantidade de casos graves da doen�a, que exigem interna��o.

"A situa��o � cr�tica e preocupante, nos deixa a todos sem dormir", afirmou o especialista. Segundo ele, a ado��o de medidas de distanciamento social, como sugeriu o novo ministro da Sa�de, o cardiologista Marcelo Queiroga, n�o � suficiente para deter o avan�o da crise. A vacina��o, que segue em ritmo muito lento, s� conter� a pandemia a m�dio prazo.

"O distanciamento f�sico e social tem que ser adotado durante toda a epidemia", afirmou. "Mas a situa��o que temos hoje indica que a maior parte dos Estados ter�o que adotar medidas mais rigorosas, de bloqueio e lockdown, acompanhadas de outras medidas sociais para evitar que alguns grupos sofram ainda mais. J� temos pessoas passando fome."

Freitas lembrou ainda que as medidas mais rigorosas s� come�am a surtir efeito ap�s 15 dias, como demonstram as experi�ncias de v�rios outros pa�ses do mundo.

"Sem a ado��o dessas medidas de bloqueio e lockdown, vamos ter mais pessoas morrendo sem assist�ncia na porta dos hospitais e at� mesmo em casa", disse. "Isso � muito s�rio, n�o podemos ter pessoas morrendo por falta de assist�ncia; � tarefa do governo organizar e se antecipar. As a��es n�o podem ser apenas reativas."


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