Se aprovada, a mudan�a libera a compra mesmo sem o consentimento da Anvisa, que faz an�lises pr�prias sobre seguran�a e efic�cia de vacinas ainda que elas j� tenham sido aprovadas em outros pa�ses.
Sob forte lobby de empres�rios e com apoio do presidente da C�mara, Arthur Lira, a C�mara avalia mudar a lei 14.125/2021, sancionada h� menos de 1 m�s. O texto prev� que a iniciativa privada pode comprar vacinas, mas deve doar todo o volume ao SUS enquanto grupos priorit�rios s�o imunizados. Depois, ainda deve entregar metade das doses.
O deputado Hildo Rocha (MDB/MA) apresentou projeto para flexibilizar essas exig�ncias. Em substitutivo a este texto, a deputada Celina Le�o abre a possibilidade de doa��o de somente metade das doses mesmo antes de o SUS terminar de vacinar grupos priorit�rios. O restante dos imunizantes deve ser aplicado de forma gratuita nos trabalhadores das empresas que comprarem os produtos, segundo as prioridades estabelecidas pelo Plano Nacional de Imuniza��o (PNI). Empresas que n�o cumprirem a regra estar�o sujeitas a multa equivalente a 10 vezes o valor gasto na aquisi��o dos imunizantes.
Para o m�dico, advogado sanitarista e pesquisador da Universidade de S�o Paulo (USP) Daniel Dourado, passar por cima da Anvisa � inconstitucional. "O Estado brasileiro n�o pode delegar isso a uma autoridade estrangeira. � como se disse que a Anvisa n�o serve para nada, que se autorizou em outro pa�s, � suficiente. � um drible da vaca na Anvisa, uma solu��o legislativa � p�ssima", afirmou.
Na lei vigente, a iniciativa privada n�o pode comprar vacinas sem o aval da Anvisa. H� previs�o em legisla��o tamb�m recente de a ag�ncia acelerar a an�lise de imunizantes aprovados em uma lista de pa�ses ou autoridades com o mais elevado grau de certifica��o da OMS ou que seja reconhecidas por outros f�runs de ag�ncias sanit�rias - o Conselho Internacional para Harmoniza��o de Requisitos T�cnicos para Registro de Medicamentos de Uso Humano (ICH) e pelo Pharmaceutical Inspection Co-operation Scheme - Esquema de Coopera��o em Inspe��o Farmac�utica (PIC/S).
Por esta regra, a Anvisa teria sete dias para emitir um parecer sobre o pedido de importa��o ou uso de vacinas que t�m aval nestes pa�ses. A ag�ncia, por�m, pode travar a an�lise, caso precise de mais documentos, e at� negar o pedido, se considerar que n�o h� dados suficientes para comprovar a seguran�a e efic�cia das vacinas.
Partidos de oposi��o s�o contra o projeto e tentam barrar a vota��o da medida nesta ter�a-feira (6/4).
"Querem burlar qualquer avalia��o da qualidade da vacina porque nenhuma ind�stria s�ria, com vacinas aprovadas, ir� vender para empresas porque sabem que, al�m ser injusto quem tem dinheiro passar na frente e se vacinar antes de que n�o tem, n�o querem correr o risco porque sabem que n�o h� nenhuma seguran�a com esses empres�rios", disse o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Sa�de.
Para minimizar cr�ticas, a relatora incluiu no seu texto uma nova regra prevendo que as aquisi��es feitas pela iniciativa privada com os laborat�rios que j� venderam vacinas ao Minist�rio da Sa�de s� poder�o ser pactuadas ap�s o cumprimento integral e entrega dos imunizantes ao governo.