Crime b�rbaro: cinco pontos para entender o caso da morte de Henry Borel

Exatamente um m�s ap�s a morte do menino Henry Borel, 4 anos, a m�e dele, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), foram presos no Rio de Janeiro por atrapalharem as investiga��es. Segundo a pol�cia, eles estariam amea�ando testemunhas para combinar vers�es. A pris�o preventiva tem validade de 30 dias. 

At� o momento, n�o foram esclarecidas todas as circunst�ncias que levaram a morte da crian�a, mas os investigadores da 16ª DP, da Barra da Tijuca, j� afirmaram que Henry foi assassinado com emprego de tortura. Entenda o caso:

De acordo com a Pol�cia Civil, Henry Borel j� tinha passado por sess�es de tortura antes do epis�dio que levou a morte dele. Segundo a investiga��o, o padrasto, Dr. Jairinho, utilizava de chutes e golpes na cabe�a do menino e Monique sabia do que estava acontecendo desde fevereiro. 

O menino chegou morto a um hospital da Zona Oeste do Rio de Janeiro na madrugada de 8 de mar�o. A crian�a tinha passado o fim de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel, e foi deixado na casa da m�e, Monique Medeiros, no domingo (7/3) por volta das 19h. Em mensagens trocadas com o pai da crian�a, Monique disse que estava apreensiva pelo choro do filho na hora de voltar para casa.

De acordo com a vers�o do padrasto e da m�e, Henry dormiu no quarto do casal enquanto eles assistiam a uma s�ria na TV e que acabaram por dormir. Durante a madrugada, Monique teria acordado e encontrado a crian�a ca�da da cama com os olhos revirados e sem respirar. Segundo Monique, ela disse acreditar que o filho tivesse ca�do da cama.

A pol�cia j� ouviu pelo menos 18 testemunhas at� o momento e analisou mensagens trocadas pelos celulares dos pais da crian�a e do padrasto.

Foram feitas duas aut�psias no corpo da crian�a. O laudo apontou que a morte foi provocada por hemorragia interna e lacera��o hep�tica causada por uma a��o contundente. Al�m da les�o no f�gado, tamb�m foram encontrados hematomas no no abd�men e nos membros superiores, contus�o no rim, no pulm�o e no cr�nio.

No dia 1° de abril, foi feita a reconstitui��o dos fatos. Os peritos tentaram de todas as formas simular um acidente, conforme a vers�o apresentada por Monique e Dr. Jairinho, por�m, segundo a TV Globo, a conclus�o foi de que nenhum cen�rio poderia causar as les�es identificadas na aut�psia.

Esta n�o � a primeira vez que o vereador Dr Jairinho se envolve em casos de agress�es. Na investiga��o, uma ex-namorada do m�dico contou a pol�cia que durante seu relacionamento ele agrediu por diversas vezes sua filha, que na �poca tinha 4 anos.

Hoje, com 13 anos, a menina prestou depoimento relatando as agress�es e uma outra investiga��o foi aberta para averiguar o caso. 

A ex-mulher dele, Ana Carolina Ferreira Netto,  tamb�m tinha registrado um Boletim de Ocorr�ncia em 2014 por viol�ncia dom�stica. No entanto, ela desistiu da acusa��o e o caso foi arquivado. Ela tamb�m ser� ouvida na investiga��o da morte de Henry Borel. 

O vereador e m�dico Jairo Souza Santos J�nior, conhecido como Dr. Jairinho, tem 43 anos e � filho de do ex-PM e ex-deputado estadual Coronel Jairo, 71, um grande conhecido da pol�tica do Rio de Janeiro. Jairinho foi eleito vereador pela primeira vez aos 27 anos. 

O pai dele, Coronel Jairo, foi preso na Opera��o Furna da On�a, uma das fases da Lava-Jato, em 2018. Ele foi acusado de participar do 'mensalinho' da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), esquema que movimentou R$ 54 milh�es em pagamentos para que deputados votassem com o governo. 

Quanto a profiss�o, Jairinho disse, em depoimento, que nunca exerceu o of�cio. Por isso, n�o fez manobras de ressuscita��o no enteado, segundo ele.