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Estado de Minas PANDEMIA

COVID-19: Escassez e atrasos podem parar vacina��o em abril

Mesmo tendo atingido a meta de um milh�o de vacinados ao dia por tr�s vezes, manter a m�dia � imposs�vel sem fluxo de entrega constante da mat�ria-prima


11/04/2021 09:43

(foto: LOIC VENANCE / AFP)
(foto: LOIC VENANCE / AFP)
Com a escassez de ingrediente farmac�utico ativo (IFA) para a fabrica��o de vacinas e os atrasos nas importa��es, os planos do governo federal de imunizar maci�amente a popula��o contra a COVID-19 ficaram ainda mais distantes. Mesmo tendo atingido a meta de um milh�o de vacinados ao dia por tr�s vezes, manter a m�dia � imposs�vel sem fluxo de entrega constante da mat�ria-prima, o que tem preocupado gestores locais quanto � disponibilidade de doses para garantir a inje��o de refor�o. Especialistas alertam que tais dificuldades d�o a janela de oportunidade que o v�rus tem para desenvolver variantes mais poderosas e refrat�rias �s vacinas dispon�veis, levando o pa�s a um ciclo de novas ondas.

“Muta��es, quando favor�veis, representam mais um mecanismo de escape para o v�rus. Quanto mais oportunidades ele encontra para se reproduzir, mais chances tem de chegar a essas varia��es cada vez mais bem adaptadas ao corpo humano”, explica o pesquisador e virologista Felipe Naveca, vice-diretor de Pesquisa e Inova��o do Instituto Le�nidas & Maria Deane, da Fiocruz Amaz�nia.
Permitir que a COVID-19 se desenvolva pode “afetar futuramente as vacinas”, alerta o virologista, frisando que, por ora, n�o h� ind�cios de que os imunizantes utilizados no pa�s sejam ineficientes contra novas cepas. “Mas � uma preocupa��o e n�o sabemos as consequ�ncias disso mais para frente”, frisa.

O problema atual, na avalia��o do especialista em gest�o de Sa�de da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) Walter Cintra, continua sendo um desdobramento das escolhas iniciais das autoridades de como encarar a pandemia. “Temos v�rios problemas nesta campanha de vacina��o, decorrentes da postura negacionista do governo federal, que deixou de tomar as medidas necess�rias no tempo certo, al�m de criar dificuldades para governos municipais e estaduais”, aponta.

Cintra afirma que faltou, da parte do Minist�rio da Sa�de, assumir a coordena��o da campanha contra a pandemia, especialmente no que se refere aos contratos com produtores de vacinas. “De antem�o, era sabido que precisar�amos de uma grande quantidade de vacina, em raz�o do tamanho da nossa popula��o. H� uma corrida mundial pela vacina, e o Brasil demorou para se mexer”, diz.

Para ele, as apostas foram feitas �s avessas. “O Brasil fez parte do cons�rcio que financiou a Covaxin, produzida pela �ndia, mas deixou de tratar com outros fabricantes, como a Pfizer e a Johnson & Johnson. Com isso, ficamos com poucas op��es”, observa.

Na vis�o do especialista, o vi�s pol�tico e tom discriminat�rio entre as vacinas pelo governo trouxe esse descompasso, de forma que se atrasou a possibilidade de entrega de candidatas que j� poderiam ser aplicadas, por possu�rem aval da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) — como � o caso da Pfizer e da vacina da Janssen. Por isso, o descr�dito do Minist�rio da Sa�de junto aos governadores e prefeitos, “reticentes em usar todas as vacinas para a primeira dose e correr o risco de ficarem sem a segunda para aplicar, o que poria a perder a vacina��o”, diz Cintra.


Poucas garantias e muitas esperan�as


CoronaVac (Instituto Butantan)
Entregou 2 milh�es de doses e tem mais 3,2 milh�es garantidas, a partir do IFA de remessa anterior. Caso a chegada de mais 3 mil litros de IFA se confirme, nesta semana, mais 5 milh�es podem ser liberadas. O total para o m�s fica em, no m�ximo, 10,2 milh�es de vacinas, o que cumpre o cronograma com o Minist�rio da Sa�de. Mas � menos da metade do quantitativo de mar�o, quando foram entregues 22,7 milh�es.

Covishield (Funda��o Oswaldo Cruz)
Depois de enfrentar problemas operacionais e atrasos na entrega de IFA, a nova previs�o de entrega � de 18,4 milh�es de doses ao minist�rio. Inicialmente, a promessa era de 27 milh�es para o m�s. Mas, por enquanto, foram liberados 2,6 milh�es, a partir de mat�ria-prima importada.

Comirnaty (Pfizer)
Apesar de o contrato ser para o fornecimento de 100 milh�es de doses e j� haver autoriza��o de uso no Brasil, a farmac�utica assumiu o compromisso de entregar 1 milh�o de doses este m�s.

Covishield (Instituto Serum, �ndia)
Contratualmente, h� a previs�o de fornecer, em abril, 2 milh�es de doses. Mas h� um impasse diplom�tico ainda n�o superado.

Sputnik V (Instituto Gamayea, R�ssia)
Sem autoriza��o para uso emergencial, aguarda o aval da Anvisa para a vinda de doses prontas. S�o 2 milh�es por contrato com estados, mais 400 mil pelo acordo com o Minist�rio da Sa�de. Toda a remessa ser� incorporada ao Plano Nacional de Imuniza��o.


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