
Segundo a plataforma, mais de 850 mil v�deos foram retirados do ar por viola��o �s pol�ticas de conte�do sobre a pandemia.
"A menos que haja contexto educacional, documental, cient�fico ou art�stico suficiente, a plataforma passar� a remover v�deos que recomendam o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para o tratamento ou preven��o da COVID-19, fora dos ensaios cl�nicos, ou que afirmam que essas subst�ncias s�o eficazes e seguras no tratamento ou preven��o da doen�a", apontou em nota.
Na p�gina sobre as regras de postagem, o YouTube informa n�o permitir a veicula��o de conte�do sobre a pandemia que possibilite "s�rios riscos de danos significativos" ou dissemine "informa��es m�dicas incorretas" que contrariem as orienta��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) ou de autoridades locais de sa�de.
"As pol�ticas do YouTube sobre a COVID-19 est�o sujeitas a altera��es em resposta a mudan�as nas orienta��es das autoridades de sa�de globais ou locais quanto ao v�rus", destaca.
Isso � voltado especialmente a v�deos sobre tratamentos, preven��o, diagn�stico, transmiss�o, diretrizes de distanciamento e isolamento social e, ainda, a pr�pria exist�ncia da covid-19.
"Tamb�m podemos abrir algumas exce��es caso o objetivo do v�deo seja condenar ou combater as informa��es equivocadas que violam nossas pol�ticas. Esse contexto precisa ficar evidente nas imagens ou no �udio do pr�prio v�deo", ressalta.
A p�gina de orienta��es da plataforma aponta, ainda, que o usu�rio n�o deve publicar v�deos com conte�do sobre COVID-19 que: incentive o uso de medicamentos caseiros, ora��es ou rituais em vez do tratamento adequado; afirme haver uma cura garantida; recomende o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para o tratamento ou aponte que s�o eficazes contra a doen�a; desencoraje a busca por orienta��o m�dica; dentre outras formas de desinforma��o.
Monitoramento identificou 44 v�deos com dados falsos nos maiores canais de pol�ticas do Pa�s em janeiro
Em mar�o, o Monitor do Debate Pol�tico no Meio Digital, projeto de pesquisa do Grupo de Pol�ticas P�blicas para o Acesso � Informa��o (GPoPAI) baseado na USP Leste, publicou uma nota t�cnica apontou que o Youtube n�o aplica as pol�ticas de modera��o de conte�do "com rigor", permitindo at� mesmo a remunera��o desse conte�do por meio da ferramenta de monetiza��o.
"Se o Youtube tivesse aplicado as puni��es segundo sua pr�pria pol�tica, conforme o sistema de strikes anunciado em janeiro, esses canais teriam sido suspensos ou permanentemente exclu�dos", diz a nota.
Entre os v�deos citados no documento, est� uma publica��o que permaneceu no ar por cerca de oito meses.
O grupo identificou, em parceria com a Novelo Data, 44 v�deos com conte�do considerado negacionista sobre a pandemia postados no m�s de janeiro em oito dos maiores canais de pol�tica do Brasil.
Em apenas um canal, as publica��es desse tipo chegaram a mais de 6 milh�es de visualiza��es.
Entre as informa��es falsas, est�o recomenda��es do uso de ivermectina, cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, a promo��o da vitamina D como forma de preven��o � doen�a e o desest�mulo ao distanciamento social e ao uso de m�scaras.
Professor de Gest�o de Pol�ticas P�blicas da USP e integrante do GPoPAI, Pablo Ortellado elogia a mudan�a e aponta que o Youtube tem pol�ticas de uso com regras mais claras sobre a difus�o de conte�dos falsos na pandemia em compara��o a outras, por�m ainda n�o consegue garantir o cumprimento em todos os canais que hospeda.
"Vamos ver se vai implement�-la com o tempo", destaca.
Segundo ele, o grupo de pesquisa chegou a discutir o tema com o Youtube, que explicou que um dos motivos de tantos v�deos sobre o tratamento ineficazes estarem dispon�veis era por envolver uma desinforma��o pouco comum fora do pa�s.
Ortellado lembra que as declara��es de organiza��es internacionais contr�rias ao uso de ivermectina, cloroquina e afins para o tratamento do coronav�rus ganharam maior destaque apenas nos �ltimos meses.
"O Youtube tinha uma pol�tica global, e esse ‘tratamento precoce’ � uma coisa muito brasileira. Acho que isso mudou, que o Youtube reconheceu que o Brasil � o epicentro da pandemia, e que a recomenda��o do chamado ‘tratamento precoce’ est� sendo estimulada por for�as pol�ticas organizadas. E que, justamente por esses fatores, houve, nas �ltimas semanas e meses, com a condena��o expl�cita de entidades internacionais e de pa�ses europeus condenando", argumenta.
O professor aponta, ainda, que alguns dos principais canais que veiculam esse tipo de conte�do tem a pr�tica de remover por conta pr�pria os v�deos ap�s algumas semanas. "Eles trabalham muito na fronteira do que � permitido ou n�o permitido. Ent�o, publicam, colhem os louros em 1 ou 2 semanas, colhem toda a audi�ncia e deletam para n�o deixar evid�ncia."
Para ele, o n�mero de 850 mil v�deos delatados � "ridiculamente pequeno" diante da quantidade de conte�do negacionista e com desinforma��o veiculado mundialmente durante a pandemia.
"Os mecanismos de verifica��o s�o limitados, um peda�o � por automotiva��o e n�o tem n�meros de pessoas para verem todos os v�deos."
Veja os conte�dos sobre COVID-19 vetados pelo Youtube abaixo:
- Conte�do que incentiva o uso de medicamentos caseiros, ora��es ou rituais em vez do tratamento adequado (consultar um m�dico ou ir ao hospital)
- Conte�do que afirma haver uma cura garantida para a COVID-19
- Conte�do que recomenda o uso de Ivermectina ou Hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19
- Afirma��es de que Ivermectina ou Hidroxicloroquina s�o tratamentos eficazes contra a COVID-19
- Conte�do que desencoraja as pessoas de consultar um m�dico ou buscar orienta��o m�dica
- Alega��es de que h� um m�todo de preven��o garantido contra a COVID-19
- Afirma��es de que determinados rem�dio ou vacinas s�o uma cura garantida para a COVID-19
- Conte�do que recomenda o uso de Ivermectina ou Hidroxicloroquina para preven��o da COVID-19
- Afirma��es de que o uso de m�scara � perigoso ou causa efeitos f�sicos negativos � sa�de
- Afirma��es de que m�scaras n�o ajudam a prevenir a infec��o ou transmiss�o da COVID-19
- Declara��es sobre as vacinas contra COVID-19 que sejam contr�rias ao consenso de especialistas de autoridades locais de sa�de ou da OMS
- Afirma��es de que vacinas aprovadas contra a COVID-19 causam morte, infertilidade, abortos, autismo ou a contamina��o por outras doen�as infecciosas
- Afirma��es de que as vacinas aprovadas contra a COVID-19 cont�m subst�ncias que n�o est�o na composi��o, como material biol�gico retirado de fetos (por exemplo, tecido ou cultura celular fetal) ou produtos de origem animal
- Afirma��es de que vacinas aprovadas contra a COVID-19 cont�m subst�ncias ou dispositivos para rastrear ou identificar as pessoas que as tomaram
- Afirma��es de que vacinas aprovadas contra a COVID-19 mudar�o a constitui��o gen�tica de uma pessoa
- Afirma��es de que as vacinas contra COVID-19 n�o reduzem o risco contrair a doen�a
- Afirma��es de que qualquer vacina provoca a contamina��o por COVID-19
- Afirma��es de que uma popula��o espec�fica ser� obrigada por qualquer entidade, exceto o governo, a participar de testes da vacina ou receber a vacina antes do p�blico em geral
- Conte�do que promove o uso de vacinas n�o aprovadas ou caseiras contra a COVID-19
- Instru��es sobre como falsificar comprovantes de vacina��o ou ofertas de venda desse tipo de documento
- Conte�do que promova m�todos de diagn�stico que contradizem as autoridades locais de sa�de ou da OMS
- Conte�do que promova informa��es sobre a transmiss�o que contradizem os dados das autoridades locais de sa�de ou da OMS
- Conte�do com afirma��es de que a COVID-19 n�o � causada por uma infec��o viral
- Conte�do com declara��es de que a COVID-19 n�o � contagiosa
- Conte�do com declara��es de que a COVID-19 n�o � transmitida em determinados climas ou localidades
- Conte�do com declara��es de que algum grupo ou indiv�duo tem imunidade ao v�rus ou que n�o pode transmiti-lo
- Informa��es incorretas sobre distanciamento social e auto isolamento
- Conte�do que conteste a efic�cia das orienta��es das autoridades locais de sa�de ou da OMS sobre as medidas de distanciamento f�sico ou auto isolamento para diminuir a transmiss�o da COVID-19
- Conte�do que negue a exist�ncia da COVID-19
- Afirma��es de que as pessoas n�o morreram ou ficaram doentes por causa da COVID-19
- Alega��es de que o v�rus n�o existe mais ou que a pandemia acabou
- Declara��es de que os sintomas, a taxa de mortalidade ou o cont�gio da COVID-19 s�o iguais ou menos graves do que os da gripe causada pelo v�rus influenza no inverno
- Afirma��es de que os sintomas da COVID-19 nunca s�o graves