
Apenas nas �ltimas 24h foram registrados 3.001 mortes, segundo dados do Conselho Nacional dos Secret�rios de Sa�de (Conass) e do Minist�rio da Sa�de. O total de mortes � de 401.186. “N�s chegamos aqui pela cr�nica da morte anunciada”, completou.
Para ele, os erros est�o sendo cometidos desde a primeira onda. “Erros b�sicos, prim�rios, que se acumularam. Foram anunciados aos quatro ventos, bem antes de vivermos a acelera��o da segunda onda.”
Ele ressaltou tamb�m que, infelizmente, o m�s de abril foi pior que o de mar�o, em rela��o ao n�mero de mortes. “Isso ocorreu porque n�s, como na��o, ainda n�o temos um comando central, estrat�gia, pol�tica de comunica��o e um estado maior de combate � pandemia que ponha em pr�tica, aquilo que o mundo inteiro sabe que tem que ser feito: isolamento social, bloqueio de fluxos e aumento de vacina��o.”
O m�dico citou o exemplo dos Estados Unidos, que est�o vacinando por dia mais de 3 milh�es de pessoas. “Exatamente o que o Brasil fazia em campanhas passadas.”
"Brasil pode sofrer com falta de vacinas"
Segundo Nicolelis, a vacina��o no pa�s est� lenta pela falta de planejamento do governo. “N�o planejamos adquirir o n�mero de doses necess�rias e n�o enfrentamos do ponto de vista log�stico e estrat�gico esta quest�o da maneira que deveria ter sido enfrentada. Temos capacidade de fazer a vacina��o como tem sido feita nos Estados Unidos. J� fizemos em outras campanhas de cunho nacional."
Para ele, o governo foi negligente com a compra das doses dos imunizantes. “Foi um erro crasso, b�sico de planejamento. Sentamos em cima de ofertas de dezenas de milh�es de doses por meses.”
O neurocientista demonstra preocupa��o tamb�m com a situa��o da �ndia. Segundo ele, a explos�o do n�mero de casos do pa�s, pode atrapalhar ainda mais a vacina��o no Brasil.
“A �ndia � a maior produtora de vacinas do mundo. Com a explos�o do n�mero de casos e mortes, ela vai se voltar para si e vai usar os recursos de vacina��o que tem para sua popula��o. O Brasil pode sofrer com esse problema tamb�m”, alerta.
Nicolelis est� preocupado, ainda, com as novas variantes da doen�a que est�o surgindo. “A variante da �frica do Sul, em um dos estudos, escapou da cobertura produzida pela vacina da Oxford/Astrazeneca. � um sinal de alerta que foi deflagrado no Reino Unido.”
“Como o espa�o brasileiro n�o � fechado, n�s estamos expostos a receber estas variantes , se j� n�o temos elas presentes. Seria um desastre. Se n�s estamos vacinando lentamente, com variantes que entram ou surgem no Brasil, e come�am a se espalhar e n�o respondem � vacina, teremos um quadro grave, semelhante ao que est� acontecendo na �ndia nesse momento”, concluiu.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria