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Estado de Minas CASO HENRY

Indiciados pela morte de Henry, Dr. Jairinho e Monique podem pegar 30 anos

O vereador foi indiciado por tortura, com penas que variam de dois a oito anos de reclus�o e por homic�dio duplamente qualificado


04/05/2021 14:36 - atualizado 04/05/2021 17:24

O vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho(foto: Reprodução/TV Globo)
O vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (foto: Reprodu��o/TV Globo)

A Pol�cia Civil do Rio detalhou nesta ter�a-feira, 4, a conclus�o do inqu�rito que indiciou o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, e sua namorada, a professora Monique Medeiros, pelos crimes de homic�dio duplamente qualificado e tortura contra o menino Henry Borel, de 4 anos. Henry foi morto em 8 de mar�o no apartamento do casal, na Barra da Tijuca. Ao longo de quase uma hora de entrevista, os respons�veis pelo inqu�rito foram taxativos em apontar tanto Jairinho quanto Monique como respons�veis pelo crime.

Segundo a pol�cia, os crimes a que ambos foram enquadrados preveem penas que podem chegar a 30 anos de pris�o. O vereador foi indiciado por tortura, com penas que variam de dois a oito anos de reclus�o - ampliada de 1/6 a 1/3 por ser contra crian�a - e por homic�dio duplamente qualificado, com penas que variam de 12 a 30 anos de reclus�o. Al�m do indiciamento por homic�dio, Monique, por sua vez, responder� por omiss�o � tortura (1 a 4 anos de reclus�o, al�m do aumento de pena previsto por ser contra crian�a).

O inqu�rito agora ser� encaminhado ao Minist�rio P�blico, que poder� oferecer den�ncia contra o casal ou solicitar novas dilig�ncias.

"Para n�s, da Pol�cia Civil, muito mais dif�cil do que prender um vereador, um pol�tico, um m�dico, uma lideran�a pol�tica da zona oeste do Rio de Janeiro influente, foi investigar, pedir a pris�o e responsabilizar criminalmente uma m�e que havia perdido o seu filho de apenas quatro anos de idade", disse o diretor do Departamento-Geral de Pol�cia da Capital (DGPC), Antenor Lopes. "A investiga��o est� tecnicamente convencida, baseada em robustos elementos probat�rios, da responsabilidade do vereador Dr. Jairinho e da m�e da crian�a, a senhora Monique, pelo omiss�o. A m�e da crian�a tinha o dever legar de cuidar do seu filho."

No primeiro depoimento prestado � pol�cia, em 17 de mar�o, Monique Medeiros disse ao delegado Henrique Damasceno, respons�vel pela investiga��o, que assistia TV em um c�modo da casa, enquanto Henry dormia em outro. Quando acordou, de madrugada, e foi at� o quarto, encontrou o filho ca�do e machucado. � pol�cia ela cogitou a hip�tese de a crian�a ter se ferido sozinha, ao cair da cama.

"Essa vers�o era totalmente mentirosa", afirmou Damasceno nesta ter�a-feira. Segundo ele, h� "provas contundentes" de que Monique sabia de pelo menos dois epis�dios de agress�o anteriores � data da morte de Henry, e mesmo assim n�o tomou nenhuma atitude. "Em uma ocasi�o, Henry chegou a rasgar a camisa da m�e em desespero para n�o entrar no quarto com o padrasto", relatou o delegado, citando conversa captada na per�cia dos celulares.

Damasceno tamb�m explicou por que a Pol�cia Civil n�o quis ouvir um novo depoimento de Monique, que havia sido solicitado pela nova equipe de defesa. Segundo ele, a m�e de Henry ter� mais duas oportunidades de depor � Justi�a. Al�m disso, ao contr�rio do que argumenta a defesa, o delegado n�o viu ind�cios de que ela era subjugada por Jairinho e que, em fun��o disso, teria mentido.

"Esse argumento de que a Monique era calada (na rela��o) � absolutamente descabido", disse o delegado. Ele lembrou que Monique e Jairinho chegaram de m�os dadas para depor na delegacia, depuseram por horas aparentemente bem � vontade, e foram presos no momento em que dormiam juntos - num endere�o diferente dos que haviam repassados � pol�cia. "A posi��o dela estava muito longe de mulher subjugada."

Ao todo, a investiga��o realizou 32 oitivas, tr�s per�cias no apartamento onde ocorreu o crime e fez diversas dilig�ncias de busca e apreens�o. O conjunto de provas garantiu "um respaldo t�cnico muito significativo" e que, segundo os respons�veis pela investiga��o, descartam qualquer possibilidade de acidente.

O Estad�o procurou a defesa de Jairinho, que n�o se manifestou at� a publica��o desta reportagem.

A defesa de Monique afirmou, em nota, que o inqu�rito "foi finalizado prematuramente com erros investigativos". A m�e de Henry foi representada inicialmente pelo advogado Andr� Fran�a Barreto, que tamb�m defendia Jairinho e sob cujas orienta��es ela prestou seu depoimento � pol�cia, em 17 de mar�o. Em 12 de abril Monique rompeu com Barreto e passou a ser defendida pelos advogados Thiago Minag�, Hugo Novais e Thaise Mattar Assad. Desde que assumiu o caso, esse trio pediu � Pol�cia Civil que tomasse novo depoimento de Monique, o que n�o foi feito - n�o h� obriga��o disso e o delegado respons�vel pela investiga��o decidiu n�o ouvi-la, ao contr�rio do que fez com tr�s testemunhas. Da� a principal cr�tica dos advogados: "Foram reinquiridas v�rias pessoas e admitida mudan�a de seus relatos. Monique n�o teve igual direito, em ‘dois pesos e duas medidas’. Mesmo a reconstitui��o dos fatos, baseada em vers�o irreal de Monique sob coa��o e dissimula��o, � imprest�vel", afirma a nota do trio de advogados da m�e de Henry.

Os advogados reclamam tamb�m de n�o ter tido acesso � integralidade da investiga��o e afirmam que a pol�cia n�o levou "em conta que Monique � mais uma das muitas v�timas". "Tratar Monique como coautora do crime � erro injustific�vel", dizem os defensores. Eles concluem a nota dizendo que v�o "trabalhar com objetivo de fazer prevalecer a verdade na Justi�a".


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