A opera��o policial mais letal da hist�ria do Rio de Janeiro, que deixou 25 mortos nesta quinta-feira (7), ganhou destaque na m�dia internacional.
Em linhas gerais, ve�culos como os jornais El Pa�s (Espanha) e Le Monde (Fran�a) descrevem a a��o a partir das declara��es oficiais das for�as de seguran�a e de relatos e registros feitos por moradores da favela, al�m de entrevistarem especialistas no tema de seguran�a p�blica sobre o grau de viol�ncia da a��o e acusa��es de abuso do uso da for�a.
H� tamb�m men��es, no jornal brit�nico The Guardian e no site da emissora Al Jazeera, do Catar, ao apoio dado por parte da imprensa brasileira � a��o.A Pol�cia Civil do Rio afirmou ter deflagrado a opera��o ap�s receber den�ncias de que traficantes locais estariam aliciando crian�as e adolescentes para a pr�tica de a��es criminosas.
Um policial civil foi morto e dois passageiros do metr� ficaram feridos (um atingido por um tiro e outro por estilha�os de vidro).
O espanhol El Pa�s descreve a a��o mais letal da hist�ria da pol�cia do Rio de Janeiro a partir de relatos de moradores, men��es a ve�culos de imprensa brasileiros e materiais que recebeu sobre o caso.
"Tr�s agentes carregam um corpo embrulhado em um len�ol branco, o que dificulta qualquer trabalho forense. O jornal contatou a Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico do Rio, encarregados de investigar poss�veis abusos cometidos por policiais, mas at� o momento n�o obteve resposta", diz um trecho da reportagem do principal jornal espanhol.
O momento do transporte desse corpo no len�ol branco foi flagrado pelo rep�rter-fotogr�fico Ricardo Moraes, da ag�ncia Reuters, e aparece com destaque tanto na mat�ria do El Pa�s quanto na do franc�s Le Monde.
A publica��o francesa, que se baseia em texto da ag�ncia de not�cias AFP, fala em "banho de sangue" e cita depoimentos de moradores da regi�o sobre corpos em po�as de sangue no ch�o e outros sendo levados para ve�culos blindados das for�as de seguran�a.
O jornal brit�nico The Guardian afirmou que a opera��o policial foi celebrada por autoridades policiais e seus chefes de torcida na m�dia carioca como um "ataque substancial �s gangues de tr�fico de drogas que usam as favelas como suas bases h� d�cadas".
E cita uma declara��o do apresentador do programa de cobertura policial Balan�o Geral (Record): "Seria �timo se a pol�cia fizesse duas opera��es dessas todos os dias para libertar o Rio de Janeiro dos traficantes, ou pelo menos reduzir o poder deles".
Logo em seguida, o Guardian traz uma declara��o de Pedro Paulo Santos Silva, pesquisador do Centro de Estudos de Seguran�a e Cidadania, ligado � Universidade C�ndido Mendes. "Foi um exterm�nio. N�o h� outra maneira de descrever o que ocorreu."
O jornal tamb�m afirma que a pol�cia e a m�dia local descrevem os mortos como "suspeitos", mas n�o apresentam nenhuma evid�ncia para cham�-los assim.
Segundo comunicado da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro, as for�as de seguran�a identificaram, atrav�s de trabalho de intelig�ncia e uso de quebra de sigilos autorizada pela Justi�a, 21 integrantes da quadrilha, respons�veis por garantir o dom�nio do territ�rio atrav�s do uso de armas.
"Foi poss�vel caracterizar a associa��o dessas pessoas com a organiza��o criminosa que domina a regi�o, onde foi montada uma estrutura t�pica de guerra provida de centenas de 'soldados' munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes bal�sticos, roupas camufladas e todo tipo de acess�rios militares", disse a corpora��o.
A rede de not�cias Al Jazeera, do Catar, tamb�m cita em sua reportagem, que tem a palavra 'carnificina' no t�tulo, o apoio dado � opera��o por parte da imprensa local. "A m�dia brasileira aplaudiu amplamente a opera��o, dizendo que foi uma repress�o justificada ao tr�fico de drogas e outros crimes violentos na comunidade."
O ve�culo catariano tamb�m cita v�deos e fotos recebidas pela reportagem, que mostram "explos�es de granadas, bem como cenas horr�veis de cad�veres ca�dos em cal�adas, v�rios buracos de bala nas portas de moradores, colch�es e roupas manchados de sangue e sangue escorrendo escada abaixo nas vielas estreitas da favela".
O jornal americano The Washington Post fala em cenas de guerra e destaca o hist�rico violento da pol�tica brasileira de combate �s drogas, com a morte de cerca de 5.800 pessoas em 2019, a maioria delas negras e pobres.
"Mesmo em uma cidade h� bastante tempo acostumada � enorme viol�ncia policial, onde as autoridades frequentemente realizam opera��es b�licas dentro de bairros controlados por organiza��es criminosas, o n�mero de mortos foi chocante, mostrando o dom�nio cont�nuo da viol�ncia no maior pa�s da Am�rica Latina", afirma o ve�culo.
Segundo a Rede de Observat�rios de Seguran�a, as opera��es policiais aumentaram 51% no Rio de Janeiro nos quatro primeiros meses deste ano em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado. Foram 351 a��es, ante 232 de janeiro a abril de 2020.
O n�mero de mortes durante essas opera��es tamb�m cresceu no primeiro trimestre: saiu de 75 v�timas no ano passado para 95 de janeiro a mar�o de 2021 — uma alta de 26,6%. Esses dados ainda n�o contabilizam as 25 mortes no Jacarezinho.
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