O pr�dio que desabou na madrugada desta quinta-feira (3/6), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, era irregular. Ao sair da �rea de isolamento dos bombeiros, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), reconheceu a situa��o complexa da regi�o, que h� d�cadas vem passando por constru��es desse tipo. O foco agora, segundo ele, � fiscalizar os pr�dios existentes e evitar que novos sejam erguidos. "Comigo, mil�cia n�o vai mais construir porcaria nenhuma nessa cidade", afirmou.
O prefeito disse que vai tentar combater a constru��o de novos edif�cios irregulares na cidade e que a Prefeitura j� tem atuado em demoli��es, mas que esse tipo de moradia "� uma realidade da cidade". "Ningu�m vai construir mais nada nessa cidade de maneira irregular. S� essa semana foram tr�s opera��es", afirmou Paes a jornalistas.
Uma crian�a com cerca de dois anos morreu no desabamento do pr�dio residencial de quatro andares em Rio das Pedras. O desabamento deixou outras quatro pessoas feridas. O corpo do pai da menina tamb�m foi encontrado sob os escombros. A esposa dele e m�e de Mait� foi resgatada com v�da pelos bombeiros.
"N�o d� para saber se est� em �bito ou desacordada (a v�tima ainda sob os escombros)", disse o governador do Estado do Rio, Cl�udio Castro (PL). "A gente tem que melhorar a quest�o da fiscaliza��o", disse Castro sobre a situa��o irregular do pr�dio.
C�es farejadores auxiliam os oficiais na busca pela �ltima v�tima. Pr�dios vizinhos tamb�m foram afetados pelo desabamento. "Provavelmente v�o ser condenados, vamos ter laudo mais t�cnico da Defesa Civil Municipal", disse o prefeito do Rio.
No entorno da constru��o que desabou, moradores comentaram que a comunidade � repleta de pr�dios em situa��o parecida. Empregada dom�stica, Maria Elizabete, de 41 anos, diz que se sente "um lixo" por viver nessa situa��o. Ela est� em Rio das Pedras h� 20 anos. "Vamos para onde, se o que d� pra pagar � aqui?", questiona. "O pr�dio onde moro � todo rachado. Quando chove, tem �gua pingando toda hora."
Resgate de v�timas
Tr�s dos feridos no desabamento foram levados para o Hospital Municipal Louren�o Jorge, na Barra da Tijuca. Uma mulher, de 38 anos, e um homem, de 29 anos, j� tiveram alta m�dica. Uma mulher, de 28 anos, permanece sob cuidados m�dicos na unidade, com quadro de sa�de est�vel, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de. A �ltima mulher resgatada, Kiara Abreu, de 27 anos, foi levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, e ainda passa por avalia��o e exames.
Inqu�rito vai apurar desabamento
A delegacia da Taquara instaurou um inqu�rito para apurar o caso. Os agentes far�o a per�cia nos escombros para identificar a causa do desabamento, assim que os bombeiros conseguirem encerrar o trabalho de resgate.
Moradores relatam ter ouvido "estalos" por volta das 2h e, mais tarde, "muito fogo". Os bombeiros do quartel de Jacarepagu� foram acionados �s 3h22 para a ocorr�ncia na esquina da Rua das Uvas com a Avenida Areinha.
Outros quatro quart�is - Alto da Boa Vista, Barra, Mag� e S�o Crist�v�o - d�o apoio � opera��o de resgate. Em meio ao desabamento, um inc�ndio tamb�m precisou ser contido no local.
Mobiliza��o pelo resgate
Al�m dos bombeiros, tamb�m atuam no local do desabamento equipes da Secretaria de Assist�ncia Social, Defesa Civil, Guarda Municipal, Pol�cia Militar, Light, CET-Rio, Naturgy, Comlurb, Secretaria Municipal de Conserva��o, Secretaria de Ordem P�blica, Secretaria de Infraestrutura e Secretaria Municipal de Assist�ncia Social.T�cnicos da Defesa Civil Municipal avaliam os danos que foram causados em outras quatro edifica��es, uma � direita e tr�s � frente do pr�dio que desabou, para verificar se h� necessidade de outras interdi��es. A Secretaria Municipal de Assist�ncia Social montou um ponto de acolhimento para atendimento das fam�lias atingidas.
A regi�o de Rio das Pedras � conhecida como um dos lugares com maior atua��o das mil�cias cariocas. Os pr�dios daquela �rea costumam ser constru�dos de maneira irregular, como foi o caso do edif�cio que desabou e deixou 24 mortos na comunidade da Muzema, ali perto, em 2019.