
Por incont�veis vezes, o rapaz e os irm�os, de 17, 15, 13, 8 e 4 anos, intervieram nas discuss�es do casal para proteger a m�e. “Ele chegava para bater nela (m�e). Cansamos de entrar no meio para impedir que qualquer coisa fosse feita”, relatou. Cinco das seis crian�as s�o
frutos
de outro
relacionamento
. Essas perderam o pai em um acidente h� oito anos e, agora, ficaram �rf�os tamb�m de m�e. O ca�ula � filho de Leide com Valdemir. “N�o sei como vai ser. Com quem vamos ficar, o que ser� de n�s. N�o tenho palavras para definir minha m�e. Uma mulher
maravilhosa
, batalhadora e que cuidou de todos com garra”, completou o adolescente.
A m�e de Leide saiu de Campo Alegre de Lourdes, no interior da Bahia, at� Bras�lia. Ela chegou ontem para organizar o enterro da filha. Sob forte como��o, familiares e amigos se concentraram na casa de Leide. Abalada, a m�e permaneceu dentro da resid�ncia a todo momento, cumprimentando e abra�ando quem chegava. Os filhos da v�tima se revezaram ao ficar dentro e
fora
do im�vel. Entre
l�grimas
, eles eram consolados por parentes e vizinhos.
Ferida, Leidenaura ficou internada no Hospital de Planaltina, mas �s 20h de domingo sofreu uma parada card�aca e n�o resistiu. A faca usada no crime foi localizada pela Pol�cia Civil e
encaminhada
� per�cia. N�o se sabe, ainda, o local e a hora do sepultamento.
Investiga��o
O caso � investigado pela 16ª Delegacia de Pol�cia (Planaltina) como feminic�dio. Ap�s matar a mulher, populares contiveram o homem. Segundo o Corpo de Bombeiros, Valdemir foi agredido por
testemunhas
. Em depoimento na unidade policial, o acusado deu uma vers�o, mas nada ficou comprovado sobre a motiva��o do crime. De acordo com o delegado-chefe da 16ª DP, Diogo Cavalcante, a v�tima registrou boletim de ocorr�ncia em julho do ano passado contra Valdemir no �mbito da Lei Maria da Penha por amea�a, mas n�o chegou a solicitar medidas
protetivas
.
Dados da Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal (SSP-DF), entre janeiro e abril desse ano, foram registrados oito casos de feminic�dio, um aumento de 33% em rela��o ao mesmo per�odo de 2020, quando seis mulheres foram mortas em decorr�ncia do g�nero. Segundo a pasta, houve redu��o de 46,8% nesse tipo de crime entre 2020 e 2019 (17 contra 32,
respectivamente
).