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Estado de Minas SOB SUSPEITA

MPF pede investiga��o criminal sobre compra de vacina indiana pelo governo

A procuradora da Rep�blica Luciana Loureiro Oliveira, do Distrito Federal, viu ind�cios de crime na contrata��o


22/06/2021 15:37 - atualizado 22/06/2021 17:45

Compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal será investigada pelo MPF(foto: Arun SANKAR/AFP)
Compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal ser� investigada pelo MPF (foto: Arun SANKAR/AFP)
O Minist�rio P�blico Federal (MPF) decidiu enviar para a �rea criminal parte de uma investiga��o envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo de Jair Bolsonaro. A procuradora da Rep�blica Luciana Loureiro Oliveira, do Distrito Federal, viu ind�cios de crime na contrata��o e apontou "interesses divorciados do interesse p�blico".

 

 

 

O pre�o pago pelo produto, de US$ 15 por dose, foi 1.000% mais alto do que o estimado pela pr�pria fabricante seis meses antes da compra.


O contrato de compra de 20 milh�es de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilh�o j� era alvo de um inqu�rito civil no MPF. Diante das suspeitas de que pode ter ocorrido crime, Oliveira solicitou que o caso seja enviado ao 11º Of�cio de Combate ao Crime e � Improbidade Administrativa.

De acordo com o jornal Estado de S. Paulo nesta ter�a (22/6), telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova D�lhi de agosto do ano passado informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o pre�o estimado em 100 r�pias (US$ 1,34 a dose).

 

Em dezembro, outro comunicado diplom�tico dizia que o produto fabricado na �ndia "custaria menos do que uma garrafa de �gua". Em fevereiro deste ano, o Minist�rio da Sa�de pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cota��o da �poca) – a mais cara das seis vacinas compradas at� agora.


A ordem para a aquisi��o da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro. A negocia��o durou cerca de tr�s meses, um prazo bem mais curto que o de outros acordos. No caso da Pfizer, foram quase 11 meses, per�odo no qual o pre�o oferecido n�o se alterou (US$ 10 por dose).

 

Mesmo mais barato que a vacina indiana, o custo do produto da farmac�utica americana foi usado como argumento pelo governo Bolsonaro para atrasar a contrata��o, s� fechada em mar�o deste ano.


Diferentemente de outros imunizantes adquiridos pelo governo federal, feitas diretamente com os fabricantes, a compra da Covaxin foi intermediada pela Precisa Medicamentos. A empresa � alvo da CPI da COVID, que quebrou os sigilos de um dos s�cios, Francisco Maximiano.

A firma j� foi alvo do Minist�rio P�blico Federal sob acusa��o de fraude na venda de testes para COVID-19.

No despacho, do dia 16 de junho, o Minist�rio P�blico Federal cita o fato de que cada dose da vacina ter sido comprado por US$ 15, "pre�o superior ao da negocia��o de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer".

"Expirados os 70 dias de prazo para a execu��o escalonada do contrato, nenhum dos lotes de 4 milh�es de doses fora entregue pela contratada Precisa, porque a vacina em quest�o n�o havia obtido, pelo menos at� 5 de junho de 2021, autoriza��o emergencial da Anvisa para importa��o e/ou uso no Brasil", relata a procuradora.

O acordo da Covaxin previa o fornecimento de 6 milh�es de unidades j� em mar�o, mas condicionava a um aval da Ag�ncia Nacional de Sa�de (Anvisa), que s� foi dado no dia 4 deste m�s.

Ainda assim, a autoridade sanit�ria imp�s uma s�rie de condi��es para que o governo distribua a vacina, como um plano de monitoramento de quem receber as doses, o que, segundo a Anvisa, ainda n�o foi apresentado.

"A omiss�o de atitude corretiva da execu��o do contrato, somada ao hist�rico de irregularidades que pesa sobre os s�cios da empresa Precisa e ao pre�o elevado pago pelas doses contratadas, em compara��o com as demais, torna a situa��o carecedora de apura��o aprofundada, sob duplo aspecto c�vel e criminal, uma vez que, a princ�pio, n�o se justifica a temeridade do risco assumido pelo Minist�rio da Sa�de com essa contrata��o, a n�o ser para atender a interesses divorciados do interesse p�blico."

A procuradora cita ainda no documento que a Precisa tem como s�cia a empresa Global Sa�de, que, "h� pouco mais de tr�s anos, entabulou contrato para venda de medicamentos ao Minist�rio da Sa�de".

A Global � alvo de a��o na Justi�a Federal do DF por ter recebido R$ 20 milh�es da pasta para fornecer rem�dios que nunca foram entregues.

 

O neg�cio foi feito em 2017, quando o minist�rio era chefiado pelo atual l�der do governo na C�mara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR), do Centr�o. Passados mais de tr�s anos, o minist�rio diz que ainda negocia o ressarcimento.

O ex-ministro e servidores da pasta tamb�m s�o alvo da a��o por improbidade administrativa.

Em depoimento ao Minist�rio P�blico, um servidor do Minist�rio da Sa�de aponta "press�es anormais" para a aquisi��o da Covaxin.

O funcion�rio relatou ter recebido "mensagens de texto, e-mails, telefonemas, pedidos de reuni�es" fora de seu hor�rio de expediente, em s�bados e domingos. Esse depoimento est� em poder da CPI.

O servidor assegurou que esse tipo de postura n�o ocorreu em rela��o a outras vacinas. O coordenador-geral de Aquisi��es de Insumos Estrat�gicos para Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Alex Lial Marinho, foi apontado como o respons�vel pela press�o.

Procurado, o Minist�rio da Sa�de e a Precisa n�o se manifestaram at� a publica��o da not�cia.


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