
A Pol�cia Civil de S�o Paulo e a Vigil�ncia Sanit�ria interditaram uma farm�cia na zona norte de S�o Paulo que vendia por R$ 100 o que apresentava como uma "vacina para o tratamento da covid".
O farmac�utico respons�vel pela loja foi preso em flagrante e teve o registro profissional suspenso.
A opera��o, realizada na segunda-feira (13/1), ocorreu ap�s a BBC News Brasil revelar que a farm�cia estava oferecendo tratamentos sem efic�cia contra a covid-19, o que inclu�a uma vacina para "tratar" a doen�a.
A loja se chama Drogaria Diamante e fica no nº 2651 da av. Alberto Byington, na Vila Maria Alta, zona norte de S�o Paulo.
Uma das pessoas atendidas pela farm�cia, uma mulher boliviana de 35 anos, teria visitado a loja por v�rios dias seguidos para realizar "tratamento" para covid-19, o que incluiu a aplica��o da "vacina" e gastos de cerca de R$ 2 mil.
Ela acabou sendo internada com covid-19 com mais de 50% dos pulm�es comprometidos, segundo o laudo de um exame obtido pela BBC News Brasil. Foi intubada e morreu 12 dias depois, deixando tr�s filhos pequenos, segundo o atestado de �bito ao qual a reportagem teve acesso.
Desde a segunda-feira (12/7), a BBC News Brasil tem tentado contato com a Drogaria Diamante para que ela se posicione sobre a grava��o e a opera��o policial, mas o estabelecimento fechou as portas e n�o tem atendido os telefonemas.
Medicamentos irregulares
Em nota sobre a opera��o, a Pol�cia Civil disse que foi encontrada na farm�cia "uma grande quantidade de medicamentos de uso exclusivo hospitalar, rem�dios de uso controlado em desacordo com os registros exig�veis pelos �rg�os sanit�rios, medicamentos vencidos e em condi��es inadequadas de armazenamento, medicamentos de venda proibida e tanques de oxig�nio".
A pol�cia disse ainda que o funcion�rio da drogaria respons�vel pelo atendimento de clientes � formado em Farm�cia. O nome dele n�o foi divulgado.

"Diante dos medicamentos localizados e outras irregularidades administrativas constatadas pelos agentes sanit�rios, o estabelecimento foi autuado e interditado pelos �rg�os respons�veis, e os rem�dios apreendidos pela Pol�cia Civil."
A pol�cia tamb�m instaurou um inqu�rito para averiguar o poss�vel desvio de medicamentos hospitalares.
Embora o acesso � farm�cia seja livre, o principal p�blico do estabelecimento s�o imigrantes da Bol�via — estima-se que entre 100 mil e 300 mil vivam em S�o Paulo, muitos em situa��o vulner�vel por conta da condi��o migrat�ria irregular.
Imigrantes podem tomar vacinas pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS), inclusive contra a covid-19. A Drogaria Diamante, por�m, n�o est� listada entre os pontos oficiais de vacina��o em S�o Paulo.
Um rep�rter da BBC News Brasil esteve no local na semana passada. Dizendo que havia tido covid-19 e relatando sintomas da doen�a, ele foi aconselhado a tomar a "vacina" por R$ 100.
Caso os sintomas n�o sumissem, disse o atendente, o rep�rter deveria voltar em alguns dias para tomar um "soro com vitamina" por R$ 250.
O rep�rter perguntou se aquela seria uma "vacina de covid".
O atendente confirmou e pediu ao rep�rter que entrasse na sala atr�s do balc�o. Minutos depois, o rep�rter questionou ao atendente se a vacina era a CoronaVac, uma das marcas aprovadas para vacina��o contra a Covid-19 no Brasil.
"N�o, n�o � dessas vacinas, n�o", respondeu o homem. "Essa � vacina para o tratamento que voc� t�."
"Vacina para tratamento de covid?", indagou o rep�rter.
"De covid", confirmou o atendente.
Comunicado sobre o caso na semana passada, o Conselho Federal de Farm�cia acionou o conselho regional em S�o Paulo, que se articulou com a Pol�cia Civil e com a Vigil�ncia Sanit�ria para a realiza��o da opera��o desta segunda-feira (12/7).
O presidente do Conselho Regional de Farm�cia do Estado de S�o Paulo, Marcos Machado, disse � BBC que os respons�veis pela farm�cia dever�o responder por crimes contra a sa�de p�blica.
J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!