(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RACISMO

Impedida de entrar em loja, delegada negra denuncia racismo

V�tima poderia ter dado voz de pris�o ao funcion�rio, mas registrou BO, documento no qual foi descrita como 'em estado de choque', 'consternada' e 'chorosa'


21/09/2021 07:50

Ana Paula Barroso é diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da PCCE
Ana Paula Barroso � diretora adjunta do Departamento de Prote��o aos Grupos Vulner�veis (DPGV) da PCCE (foto: PCCE/Reprodu��o)
A delegada Ana Paula Barroso foi impedida de entrar em uma loja da rede Zara, do Shopping Iguatemi de Fortaleza, pelo gerente do local. Ela registrou boletim de ocorr�ncia pelo crime de racismo. O caso ocorreu na ter�a-feira (14/9) e ganhou repercuss�o nesta segunda (20/9), quando a Pol�cia Civil foi at� o local recolher as imagens da c�mera de seguran�a da loja.

Depois que o inqu�rito foi aberto, o shopping cedeu o material gravado pelo circuito interno, mas a loja havia se recusado. Por isso, foi preciso que a Justi�a expedisse um mandado de busca e apreens�o, cumprido na noite de domingo (19/9) por uma for�a-tarefa da Pol�cia Civil que foi at� o local. As imagens recolhidas devem ajudar na apura��o da den�ncia.


Entenda

A confus�o come�ou quando Ana Paula, que � negra, entrou no estabelecimento tomando um sorvete e levando uma sacola de outra loja nas m�os. O gerente da Zara fez uma primeira abordagem pedindo para que ela se retirasse do estabelecimento sem dar maiores explica��es, no que foi questionado pela v�tima. Ele alegou "quest�es de seguran�a", mas n�o informou de que tipo seriam.

De acordo com o relato, ele chamou o chefe da seguran�a para que ela fosse barrada na entrada da loja e se afastou dos dois. Foi quando o segundo funcion�rio reconheceu a mulher como integrante da Pol�cia Civil. Acompanhada por ele, Ana Paula foi at� o gerente pedir explica��es, mas n�o recebeu um argumento plaus�vel.

"Ele (o gerente) foi logo dizendo que n�o tinha preconceito e que tinha amigos negros, gays e l�sbicas", contou Ana Claudia Nery da Silva, respons�vel pelo inqu�rito registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza. Para a profissional, essa fala de antem�o s� refor�a o car�ter racista da abordagem.

Em entrevista ao Di�rio do Nordeste, ela afirmou tamb�m que a loja pode responder por fraude processual, caso a per�cia identifique altera��es nas imagens. Ainda de acordo com ela, Ana Paula poderia ter dado voz de pris�o ao gerente da Zara no ato da ofensa, mas preferiu registrar um boletim de ocorr�ncia. O boletim de ocorr�ncia registra que ela estava consternada, em estado de choque e chorosa quando prestou queixa.

Investiga��o

A v�tima � diretora-adjunta do Departamento de Prote��o aos Grupos Vulner�veis, da Pol�cia Civil do Cear�. E, de acordo com a investigadora do caso, conseguiu uma a��o c�lere porque conhecia os caminhos para fazer a den�ncia e a forma como proceder durante o acompanhamento do processo.

Ana Cl�udia Nery ressaltou o comportamento exemplar de Ana Paula, que em nenhum momento se identificou como policial, apenas perguntou se o motivo de ser barrada era o sorvete que tomava. O comportamento do gerente da loja, ao contr�rio, dep�e contra ele.

"Quando ele fala isso, de forma velada, j� mostra que tem preconceito. Essas declara��es foram dadas no BOE e ratificadas pelo chefe da seguran�a. Depois, ele pediu desculpa e ela saiu da loja extremamente abalada", argumentou.

Os laudos t�cnicos para atestar a integridade das imagens devem sair em um prazo de 15 a 20 dias. Enquanto isso, outras testemunhas ser�o ouvidas. At� a publica��o desta reportagem, a Zara ainda n�o havia emitido nota oficial ou qualquer outra manifesta��o sobre o caso.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)