
Barraram uma mulher negra na porta da Zara em um shopping em Fortaleza.
— Blog do Biel %u270A%uD83C%uDFFF (@oblogdobiel) September 20, 2021
S� QUE A PRETA ERA SIMPLESMENTE UMA DELEGADA!
E essa cena � a da PCCE invadindo a loja para buscar as imagens que foram negadas pela Zara. Apreciem! %u270A%uD83C%uDFFF#VidasNegrasImportam pic.twitter.com/VMrRZ4b4xM
Entenda
A confus�o come�ou quando Ana Paula, que � negra, entrou no estabelecimento tomando um sorvete e levando uma sacola de outra loja nas m�os. O gerente da Zara fez uma primeira abordagem pedindo para que ela se retirasse do estabelecimento sem dar maiores explica��es, no que foi questionado pela v�tima. Ele alegou "quest�es de seguran�a", mas n�o informou de que tipo seriam.
De acordo com o relato, ele chamou o chefe da seguran�a para que ela fosse barrada na entrada da loja e se afastou dos dois. Foi quando o segundo funcion�rio reconheceu a mulher como integrante da Pol�cia Civil. Acompanhada por ele, Ana Paula foi at� o gerente pedir explica��es, mas n�o recebeu um argumento plaus�vel.
"Ele (o gerente) foi logo dizendo que n�o tinha preconceito e que tinha amigos negros, gays e l�sbicas", contou Ana Claudia Nery da Silva, respons�vel pelo inqu�rito registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza. Para a profissional, essa fala de antem�o s� refor�a o car�ter racista da abordagem.
Em entrevista ao Di�rio do Nordeste, ela afirmou tamb�m que a loja pode responder por fraude processual, caso a per�cia identifique altera��es nas imagens. Ainda de acordo com ela, Ana Paula poderia ter dado voz de pris�o ao gerente da Zara no ato da ofensa, mas preferiu registrar um boletim de ocorr�ncia. O boletim de ocorr�ncia registra que ela estava consternada, em estado de choque e chorosa quando prestou queixa.
Investiga��o
A v�tima � diretora-adjunta do Departamento de Prote��o aos Grupos Vulner�veis, da Pol�cia Civil do Cear�. E, de acordo com a investigadora do caso, conseguiu uma a��o c�lere porque conhecia os caminhos para fazer a den�ncia e a forma como proceder durante o acompanhamento do processo.
Ana Cl�udia Nery ressaltou o comportamento exemplar de Ana Paula, que em nenhum momento se identificou como policial, apenas perguntou se o motivo de ser barrada era o sorvete que tomava. O comportamento do gerente da loja, ao contr�rio, dep�e contra ele.
"Quando ele fala isso, de forma velada, j� mostra que tem preconceito. Essas declara��es foram dadas no BOE e ratificadas pelo chefe da seguran�a. Depois, ele pediu desculpa e ela saiu da loja extremamente abalada", argumentou.
Os laudos t�cnicos para atestar a integridade das imagens devem sair em um prazo de 15 a 20 dias. Enquanto isso, outras testemunhas ser�o ouvidas. At� a publica��o desta reportagem, a Zara ainda n�o havia emitido nota oficial ou qualquer outra manifesta��o sobre o caso.