
Para aplicar o golpe, os criminosos escolhiam, na maioria das vezes, pessoas idosas, e usavam da manipula��o psicol�gica das v�timas para colher as informa��es confidenciais, como senhas e n�meros de cart�es.
Como funcionava?
Os criminosos agiam da seguinte maneira: se passando por funcion�rios da central de seguran�a de institui��es banc�rias, eles ligavam para as v�timas e solicitavam a confirma��o de uma compra suspeita efetuada no cart�o de cr�dito, mas que na verdade nunca existiu. Em resposta, o cliente afirma desconhecer o gasto, mas o grupo insiste em dizer que o cart�o foi clonado e orienta que a pessoa entre em contato com a operadora do cart�o para que seja feito o bloqueio imediato.
Acreditando estar com o cart�o clonado, o cliente disca o 0800 da central de atendimento da operadora, mas mal sabe que quem est� na linha s�o os pr�prios golpistas. "A v�tima � orientada a fornecer a senha do seu cart�o para fins de bloqueio, e informada que um funcion�rio do banco ir� at� sua casa para coletar o cart�o para fins de per�cia", detalhou o delegado-adjunto da 10ª DP, Renato Alvarenga Fay�o.
Em continuidade ao golpe, o suposto funcion�rio vai at� a casa da v�tima, geralmente um motoboy, pega o cart�o de cr�dito e, a partir da�, com o cart�o e senha em m�os, come�am a fazer transa��es financeiras, geralmente, utilizando maquinetas de cart�o, cadastradas no CNPJ de empresas de fachada, ou no CPF de laranjas ou dos chamados auxiliares financeiros, dificultando, assim, a identifica��o dos autores.
No caso espec�fico do idoso morador do Lago Sul, os criminosos tamb�m levaram o celular dele. "O aparelho foi levado a pretexto de ter que passar por um procedimento no banco. Esse � um novo padr�o desses criminoso, porque com os celulares e senhas, podem usar o aplicativo banc�rio da v�tima, causando maior preju�zo", afirmou o delegado Tiago Carvalho, da 10ª DP, que tamb�m participou da opera��o.
Golpe em alta
Levantamento feito pela Divis�o de An�lise T�cnica e Estat�stica (Date/DGI) mostrou que, entre janeiro e mar�o deste ano, aumentou em 46% o n�mero de registros criminais vinculados ao "golpe do motoboy". "Esse � um tipo de crime que vem atingindo um n�mero elevado de v�timas e que a PCDF vem reiteradamente combatendo essas c�lulas criminosas", pontuou o delegado Tiago Carvalho.
O golpe segue um tipo de esquema. Na primeira etapa, os criminosos se subdividem, ao menos, em tr�s n�cleos. S�o eles: n�cleo da engenharia social, que � composto por indiv�duos que atuam na opera��o das falsas centrais de atendimento, obtendo das v�timas as senhas alfanum�ricas e as induzindo a entregar o cart�o de cr�dito a um falso mensageiro do banco; n�cleo operacional, que � integrado pelos respons�veis pela coleta dos cart�es das v�timas e realiza��o das transa��es banc�rias em maquinetas de cart�o em nome de "laranjas" ou auxiliares financeiros e empresas de fachada, visando dissimular a origem dos recurso il�citos; e, por �ltimo, o n�cleo financeiro, em que criminosos emprestam as contas banc�rias ou o nome para abertura de empresas de fachada, em troca de um percentual dos valores depositados nas contas.