A morte de duas crian�as Yanomami, que teriam sido dragadas pela estrutura de uma balsa de garimpo ilegal que atua na regi�o, em Roraima, foi denunciada nesta quarta-feira, 13, pela Hutukara Associa��o Yanomami, que representa o povo ind�gena da regi�o. Segundo informa��es divulgadas pela associa��o, dois meninos, de cinco e de sete anos, brincavam no rio que banha a comunidade, pr�ximos de balsa de garimpo instalada no local, quando foram sugados e lan�ados para o meio do rio, sendo levados pelas correntezas.
A informa��o foi levada � associa��o por lideran�as ind�genas da comunidade Makuxi Yano e da Terra Ind�gena Yanomami. O desaparecimento das crian�as ocorreu no fim da tarde de ter�a-feira, 12. Na manh� do dia seguinte, o corpo do menino de cinco anos foi encontrado pela comunidade. A outra crian�a segue desaparecida.
A Hutukara entrou em contato com o Conselho de Sa�de Ind�gena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-Y), que acionou a Funda��o Nacional do �ndio (Funai) e o Corpo de Bombeiros para se deslocarem ao local na busca.
Em nota, o Corpo de Bombeiros de Roraima informou que recebeu a solicita��o do Condisi-Y referente ao afogamento de duas crian�as ind�genas que teriam sido levadas pela correnteza de um rio na regi�o do Parima, munic�pio de Alto Alegre. A reportagem pediu um posicionamento � Funai sobre o caso. N�o houve resposta at� a publica��o deste texto.
"A morte das duas crian�as Yanomami � mais um triste resultado da presen�a do garimpo ilegal na Terra Ind�gena Yanomami, que segue invadida por mais de 20 mil garimpeiros", declarou D�rio Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara Associa��o Yanomami.
At� setembro de 2021, segundo dados da associa��o, a �rea de floresta destru�da pelo garimpo ilegal na Terra Ind�gena Yanomami superou a marca de 3 mil hectares - um aumento de 44% em rela��o a dezembro de 2020. Somente na regi�o do Parima, onde est� localizada a comunidade de Macuxi Yano e uma das mais afetadas pela atividade ilegal, foi atingido um total de 118,96 hectares de floresta degradada, um aumento de 53% sobre dezembro de 2020. Al�m das regi�es j� altamente impactadas, como Waik�s, Araca��, e Kayanau, o garimpo avan�a sobre novas regi�es: em Xitei e Homoxi, a atividade teve um aumento de 1000% entre dezembro e setembro de 2021.
"O F�rum de Lideran�as da Terra Ind�gena Yanomami se reuniu em setembro para trazer a voz da floresta, e j� dissemos: o aumento da atividade garimpeira ilegal na Terra Ind�gena Yanomami est� se refletindo em mais inseguran�a, viol�ncia, doen�as, e morte para os Yanomami e Ye'kwana. As autoridades brasileiras precisam continuar atuando para proteger a Terra-Floresta, e impedir que o garimpo ilegal continue amea�ando nossas vidas", afirmou D�rio.
No dia 16 de setembro, uma for�a-tarefa coordenada pela Secretaria de Opera��es Integradas do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica prendeu 13 pessoas e apreendeu 64 aeronaves durante opera��o para combater o garimpo ilegal, retirar invasores e restabelecer bases de prote��o etnoambiental na Terra Ind�gena Yanomami.
A ofensiva durou 15 dias e ainda resultou no confisco de 75 mil litros de combust�vel, 611 muni��es, mais de 1.300 quilos de min�rio e 500 metros de mangueiras de garimpos.
"Estamos atuando de forma intensa na repress�o aos crimes ambientais. O fortalecimento de uma atua��o integrada traz, cada vez mais, resultados positivos para a desarticula��o das organiza��es criminosas", disse o Ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Anderson Torres, na ocasi�o.