A mulher de Lessa, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, que tamb�m j� est� presa, foi outra que teve nova ordem de pris�o preventiva decretada, pelo mesmo crime de lavagem de dinheiro. Um irm�o de Lessa, Denis Lessa, e um amigo dele, Alexandre Motta de Souza, tamb�m s�o acusados de participar do esquema de lavagem de dinheiro e tiveram restri��es impostas pela Justi�a. A decis�o foi da 1ª Vara Especializada da Capital, a partir de den�ncia feita pelo Minist�rio P�blico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da For�a Tarefa do Grupo de Atua��o Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/FTMA).
O inqu�rito policial que deu origem � den�ncia do MP-RJ foi instaurado pela Delegacia de Homic�dios da Capital e enviado ao Departamento Geral de Combate � Corrup��o, ao Crime Organizado e � Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), a partir de ind�cios colhidos durante a investiga��o que apurou o envolvimento de Lessa e �lcio Queiroz nas mortes de Marielle e Anderson.
Durante a investiga��o dos homic�dios, surgiram ind�cios da incompatibilidade entre a renda declarada por Lessa e o padr�o de vida ostentado por ele e sua fam�lia, o que justificou a instaura��o de inqu�rito para investigar lavagem de dinheiro, suspeita confirmada durante as investiga��es, que indicaram a oculta��o de valores e bens por meio de "laranjas". Colaboravam com o esquema, e por isso tamb�m foram denunciados, Denis Lessa, Souza (usado como "laranja" na compra de uma lancha e na realiza��o de movimenta��es banc�rias) e Elaine ('laranja' na documenta��o de um ve�culo Jeep Renegade).
A Justi�a autorizou a quebra do sigilo banc�rio e fiscal de Lessa, que permitiu constatar a renda m�dia mensal de R$ 7.095,05 entre 2014 e 2019, e a movimenta��o de R$ 5.729.013,40, embora a renda declarada do ex-PM no per�odo tenha sido de R$ 416.226,17. Segundo o MP-RJ, o ex-PM n�o movimentava recursos apenas em suas contas, mas tamb�m em contas abertas em nome de 'laranjas', incluindo os tr�s denunciados.
Segundo o MP-RJ, dezenas de bens foram adquiridos pelo denunciado, incluindo im�vel de luxo na Barra da Tijuca, im�vel em Angra dos Reis, im�vel em Mangaratiba, uma lancha de 33 p�s e ve�culos de luxo, sendo que parte destes bens foi ocultada em nome de "laranjas". Al�m disso, diz o MP-RJ, houve dissimula��o em transa��es imobili�rias, com a declara��o de valores menores na compra de um im�vel na Barra da Tijuca, para ocultar a origem suspeita de seus recursos e n�o despertar a aten��o dos �rg�os de fiscaliza��o.
O MP-RJ concluiu que a movimenta��o financeira de Lessa e sua evolu��o patrimonial n�o encontram m�nimo lastro nos rendimentos l�citos e decorrem de valores n�o declarados ao Estado brasileiro, cuja origem est� ligada � pr�tica de crimes, tais como homic�dios encomendados por terceiros, com�rcio ilegal de armas de fogo de uso restrito e participa��o em organiza��es criminosas voltadas � explora��o de jogos de azar.
"A imputa��o dos delitos de ‘lavagem’ de dinheiro tem como crimes antecedentes aqueles supostamente praticados pelo denunciado Ronnie Lessa e outros, onde destaca-se a poss�vel pr�tica de crimes dolosos contra a vida, sob encomenda de terceiros e mediante pagamento. No que diz respeito � denunciada Elaine Lessa, h� indicativos de sua periculosidade e do alto grau de envolvimento nas a��es criminosas lideradas por seu marido, tendo sido condenada (...) pela pr�tica do crime de obstru��o de investiga��es quando, ao lado de outros comparsas, providenciou a retirada de fuzis de Lessa, que estavam escondidos em um im�vel, jogando-os em seguida ao mar", diz um trecho da decis�o.
Denis Lessa e Souza passaram a ser obrigados a comparecer bimestralmente em ju�zo para informar e justificar atividades, comparecer a todos os atos do processo, quando intimados, devendo informar ao Ju�zo eventual mudan�a de endere�o, al�m da proibi��o de ausentar-se da comarca sem pr�via autoriza��o judicial e de manter contato com os demais acusados, bem como de acesso a endere�os vinculados aos demais acusados.
O Estad�o n�o conseguiu falar com a defesa de Lessa.