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Estado de Minas 5 ANOS DEPOIS

Caso Marielle: desdobramentos avan�am sem conclus�o sobre mandante do crime

As investiga��es sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e de seu motorista Anderson Gomes completam cinco anos


13/03/2023 09:49 - atualizado 13/03/2023 15:30
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Imagem de um protesto e uma bandeira com o rosto de Marielle
O crime completa meia d�cada sem que nenhum de seus executores fosse julgado ao menos em primeira inst�ncia (foto: Foto: MAURO PIMENTEL/AFP)
As investiga��es sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes completam cinco anos tendo como principais resultados seus desdobramentos. Novos promotores come�aram a trabalhar este ano para tentar desvendar o caso principal. O assassinato completa meia d�cada sem que seus executores tenham sido julgados sequer em primeira inst�ncia, e sem que haja uma conclus�o sobre a exist�ncia ou n�o de um mandante do crime.

Acusado de ser o respons�vel pelos disparos que atingiram a vereadora e seu motorista, Ronnie Lessa s� foi expulso da PM neste ano em raz�o da condena��o por com�rcio ilegal de armas na Justi�a Federal.

O crime foi identificado durante o cumprimento de mandado de pris�o pelo homic�dio de Marielle. A pol�cia encontrou na casa de um amigo do ex-PM caixas com 117 pe�as para montagem de fuzis.  O ex-PM �lcio Queiroz permanece preso em raz�o da acusa��o de ter dirigido o ve�culo para que Lessa disparasse contra as v�timas.

A demora no julgamento se deve aos sucessivos recursos apresentados pela defesa para tentar impedir o j�ri popular. Em setembro, o juiz Gustavo Kalil, ao renovar a pris�o preventiva dos acusados, atribuiu � estrat�gia a demora no julgamento.

"A demora na presta��o jurisdicional se d� por iniciativa da defesa que interp�s sucessivos recursos em face da decis�o de pron�ncia, devendo arcar com o �nus da demora, n�o causada pela m�quina judici�ria. Ademais, embora a pron�ncia esteja preclusa, com exame, inclusive, dos tribunais superiores, ambas partes, inclusive a defesa, requereram dilig�ncias assumindo, assim, o �nus de uma demora ainda maior."

As provas colhidas no caso Marielle n�o afetaram, contudo, apenas os suspeitos no crime. Elas serviram de base para opera��es contra assassinos de aluguel e milicianos que atuavam em Rio das Pedras, a mais antiga e estruturada da capital.

A sequ�ncia de den�ncias e pris�es enfraqueceu o grupo criminoso a ponto de traficantes do Comando Vermelho passarem a tentar dominar a regi�o, tradicionalmente ocupada por milicianos. Um conflito pelo territ�rio se estende h� meses na zona oeste.

As investiga��es contra a mil�cia de Rio das Pedras geraram provas at� para o esc�ndalo das "rachadinhas" envolvendo o senador Fl�vio Bolsonaro (PL-RJ).

Na Opera��o Intoc�veis, investigadores identificaram trocas de mensagens de Danielle Mendon�a, ex-mulher do ex-PM Adriano da N�brega, com Fabr�cio Queiroz, ex-assessor de Fl�vio, indicando o uso de "funcion�rio fantasma" no gabinete.

O desdobramento desta a��o, que apurou a lavagem de dinheiro de Adriano, identificou numa escuta telef�nica a vi�va do ex-PM, Julia Lotufo, tamb�m falando em "funcion�rio fantasma" no gabinete de Fl�vio.

 

As duas evid�ncias podem ser usadas pelo Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro para reabrir a investiga��o contra Fl�vio ap�s a anula��o da maior parte das provas do caso pelo STJ (Superior Tribunal de Justi�a) e STF (Supremo Tribunal Federal).

Enquanto os desdobramentos revelaram o submundo da mil�cia e suas conex�es pol�ticas, o caso principal segue sem avan�o p�blico e marcado pelas trocas de comando da apura��o.

Em meio a uma crise interna, o MP-RJ definiu apenas no �ltimo dia 3 os sete novos componentes da for�a-tarefa para continuar na apura��o do crime. Os membros, novos integrantes do Gaeco (Grupo de Atua��o Especializado no Combate ao Crime Organizado), tiveram um primeiro encontro com a fam�lia de Marielle e Anderson na �ltima ter�a-feira (7).

"Foi dada a palavra a cada pessoa presente ao evento, para sanar d�vidas, fazer coment�rios e expressar-se livremente como desejassem, visando um primeiro contato presencial com as pessoas, olho no olho, face a face, inclusive para compreender as afli��es e recepcionar suas demandas", afirmou o procurador Luciano Lessa, coordenador do Gaeco.

A Pol�cia Federal tamb�m entrou formalmente no aux�lio � investiga��o, por determina��o do ministro da Justi�a, Fl�vio Dino (PSB).

No �ltimo ano de investiga��o, o crime ganhou um novo suspeito. O bicheiro Rog�rio Andrade passou a integrar o rol em raz�o de sua liga��o com Lessa. Os dois foram denunciados sob acusa��o de explora��o de bingos clandestinos logo ap�s o assassinato da vereadora.

"� fato not�rio e p�blico o v�nculo entre eles, entre o Ronnie Lessa e o chefe da organiza��o criminosa que figura como 01 dessa den�ncia, o Rog�rio de Andrade. Por �bvio, essa � uma das linhas de investiga��o", disse o promotor Diogo Erthal em maio do ano passado, quando estava � frente do caso.

 

Outras linhas de investiga��o apontam para o ex-vereador Cristiano Gir�o e o ex-deputado Domingos Braz�o, atualmente conselheiro afastado do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Os tr�s negam as suspeitas.

Braz�o tamb�m foi alvo de den�ncia sob acusa��o de ter tentado prejudicar as investiga��es do crime. A den�ncia apresentada ao STJ, em raz�o do foro especial de conselheiros, foi enviada ao Tribunal de Justi�a do Rio de Janeiro. N�o h� not�cia sobre o andamento do processo na Corte fluminense.

As promotoras que por mais tempo estiveram � frente do caso, Simone Sibilio e Let�cia Emile, tamb�m n�o descartavam a hip�tese de que o crime n�o tenha um mandante. Seria, por essa an�lise, um crime de �dio por decis�o do pr�prio Lessa, com apoio de �lcio.

Ao longo desses cinco anos, investigadores tamb�m analisaram a poss�vel vincula��o do crime com uma discuss�o entre um ex-assessor de Marielle e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em maio de 2017, um ano antes do crime. N�o foram identificados v�nculos com o epis�dio.


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