
Apenas 11% dos c�es e gatos que habitam casas de pessoas que tiveram COVID-19 apresentam o v�rus nas vias a�reas. Esses animais, entretanto, n�o desenvolvem a doen�a, segundo pesquisa realizada pela Pontif�cia Universidade Cat�lica do Paran� (PUC-PR).
Isso significa que eles apresentam exames moleculares positivos para
SARS-CoV-2
, mas n�o t�m sinais cl�nicos da doen�a.
Segundo o m�dico veterin�rio Marconi Rodrigues de Farias, professor da Escola de Ci�ncias da Vida da PUC-PR e um dos respons�veis pelo estudo, at� o momento, foram avaliados 55 animais, sendo 45 c�es e dez gatos. Os animais foram divididos em dois grupos: aqueles que tiveram contato com pessoas com diagn�stico de COVID-19 e os que n�o tiveram.
A pesquisa visa analisar se os animais que coabitam com pessoas com COVID-19 t�m sintomas respirat�rios semelhantes aos dos tutores, se sentem dificuldade para respirar ou apresentam secre��o nasal ou ocular.
Foram feitos testes PCR, isto �, testes moleculares, baseados na pesquisa do material gen�tico do v�rus (RNA) em amostras coletadas por swab (cotonete longo e est�ril) da nasofaringe dos animais e tamb�m coletas de sangue, com o objetivo de ver se os c�es e gatos dom�sticos tinham o v�rus. "Eles pegam o v�rus, mas este n�o replica nos c�es e gatos. Eles n�o conseguem transmitir", explicou Farias.
Segundo o pesquisador, a possibilidade de c�es e gatos transmitirem a doen�a � muito pequena. O estudo conclui ainda que em torno de 90% dos animais, mesmo tendo contato com pessoas positivadas, n�o t�m o v�rus nas vias a�reas.
Muta��o
Segundo Farias, at� o momento, pode-se afirmar que animais dom�sticos t�m baixo potencial no ciclo epidemiol�gico da doen�a.
No entanto, � importante ter em mente que o v�rus pode sofrer muta��o. Por enquanto, o c�o e o gato dom�stico n�o desenvolvem a doen�a. A continuidade do trabalho dos pesquisadores da PUC-PR vai revelar se esse v�rus, em contato com os animais, pode sofrer muta��o e, a partir da�, no futuro, passar a infectar tamb�m c�es e gatos dom�sticos.
"Isso pode acontecer. A�, o c�o e o gato passariam a replicar o v�rus. Pode acontecer no futuro. A gente n�o sabe".
Por isso, segundo o especialista, � importante controlar a doen�a e vacinar em massa a popula��o, para evitar que o c�o e o gato tenham acesso a uma alta carga viral, porque isso pode favorecer a muta��o.
A nova etapa da pesquisa vai avaliar se o c�o e o gato t�m anticorpos contra o v�rus. Os dados dever�o ser conclu�dos entre novembro e dezembro deste ano.
O trabalho conta com recursos da pr�pria PUC-PR e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).