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Estado de Minas NACIONAL

Ades�o a tratados na COP � positiva, mas � preciso provar que vai cumprir

Pesquisador da FGV, afirma que, em um futuro n�o muito distante, pa�ses que contribuem para as mudan�as clim�ticas estar�o sujeitos a san��es internacionais


04/11/2021 17:03 - atualizado 04/11/2021 22:26

A imagem é uma ilustração de de uma mão segurando o planeta Terra
Ao firmar compromissos clim�ticos na COP-26 e revisar as metas de redu��o de gases do efeito estufa, Brasil d� sinaliza��o positiva � comunidade internacional (foto: Pixabay )
Ao firmar compromissos clim�ticos na COP-26 e revisar as metas de redu��o de gases do efeito estufa, o Brasil d� uma sinaliza��o positiva � comunidade internacional, dizem especialistas ouvidos pelo Estad�o. Precisa, por�m, mostrar que vai coloc�-los em pr�tica, se quiser colher os frutos do novo posicionamento ainda na gest�o do presidente Jair Bolsonaro.

Para muitos especialistas, parece improv�vel mudan�a t�o dr�stica da pol�tica ambiental no fim do governo. "O mundo n�o acredita que essa mudan�a vai acontecer durante o atual governo, n�o se trata disso; mas � um fator positivo porque estabelece compromissos do Estado que ter�o de ser cumpridos no futuro", diz o especialista em Rela��es Internacionais da USP Eduardo Viola.



Professor de Rela��es Internacionais da Universidade Veiga de Almeida, Tanguy Baghdadi vai na mesma dire��o. "Nesses casos, o que pesa mais � o hist�rico do governo", diz o especialista. "E esse governo, nos �ltimos dois anos, aumentou as emiss�es; em plena pandemia, quando o mundo todo reduziu naturalmente as emiss�es de CO2, o Brasil conseguiu a proeza de aument�-las em 9,5%."

Entretanto, diz, a postura indica um reconhecimento de que a pol�tica ambiental � importante. E interfere no comportamento de investidores e consumidores. "Ent�o, vejo essa postura como uma tentativa de dizer: 'Olha, estamos comprometidos', estamos pedindo um voto de confian�a", resume.

SAN��ES

Pesquisador do N�cleo de Intelig�ncia Internacional da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Leonardo Paz afirma que, em um futuro n�o muito distante, pa�ses que contribuem para as mudan�as clim�ticas estar�o sujeitos a san��es internacionais. O pesquisador lembra que est� em an�lise no Congresso americano um projeto de lei nesse sentido. A norma proposta condena a agropecu�ria em terras desmatadas ilegalmente e cita o Brasil.

"Acho improv�vel que esse governo fa�a uma revers�o de sua pol�tica clim�tica", diz Paz. "Mas, por exemplo, se a situa��o come�ar a piorar, se come�armos a ter novos recordes de queimadas e emiss�es no ano que vem, uma lei como essa nos EUA pode ganhar for�a e acabar sendo aprovada. Por outro lado, se a situa��o melhorar, a aprova��o da lei pode deixar de ser uma prioridade."

CETICISMO

O governador do Esp�rito Santo, Renato Casagrande, presidente do Cons�rcio Brasil Verde, formado por 22 chefes dos Executivos estaduais, participa de um encontro promovido pelo pr�ncipe Charles, em Glasgow, na Esc�cia. Entre suas miss�es est� tentar diminuir as d�vidas em rela��o � postura colaborativa do Brasil nas negocia��es internacionais do clima.

"Todos est�o vendo uma postura diferente do Brasil, mas todos est�o vendo com desconfian�a", diz Casagrande. "H� um ceticismo em rela��o ao governo brasileiro."

Ex-embaixador do Brasil no Reino Unido e nos Estados Unidos, Rubens Barbosa acha que houve uma evolu��o positiva da narrativa do governo sobre as quest�es clim�ticas de 2019 para c�. "Em vista dos grandes compromissos que o Brasil assumiu, inclusive nos pronunciamentos do pr�prio presidente, espera-se agora uma mudan�a na pol�tica de meio ambiente do governo, no combate aos il�citos da Amaz�nia, na retirada de projetos de lei que permitem o aumento das �reas de garimpo, no aumento da fiscaliza��o na pecu�ria", afirma Barbosa.

AGRO COBRA APOIO

Entidades ligadas ao agroneg�cio veem como positivo o acordo assinado pelo Brasil e mais de cem pa�ses na C�pula do Clima das Na��es Unidas para reduzir as emiss�es de metano em 30% at� 2030, ante os n�veis do ano passado. Os grupos pedem, no entanto, que o governo federal oferte recursos e assist�ncia t�cnica para que as adapta��es sejam feitas. At� o momento, o Pa�s n�o divulgou quais a��es ser�o tomadas e tampouco especificou se pretende cumprir a meta de forma integral.

Vice-presidente do Grupo de Trabalho da Pecu�ria Sustent�vel (GTPS) e presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Caio Penido afirma que enxerga o acordo firmado na COP-26 como uma oportunidade para o Brasil. "� uma agenda da qual n�o tem como o Brasil ficar de fora. Se a gente n�o entra, � pior. Imagina a imagem do Brasil como fica", diz. "O acordo � um est�mulo � intensifica��o da tecnologia das fazendas, mas o produtor acaba tendo que investir", explica. "A gente tem que compartilhar o custo com o resto do mundo. O mundo quer usufruir disso, mas como v�o ajudar?", indaga.

O vice-presidente da Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA) e presidente da Federa��o de Agricultura e Pecu�ria do Estado do Amazonas (Faea), Muni Louren�o, enxerga de forma parecida. Para ele, a produ��o pecu�ria no Brasil tem feito "esfor�o significativo para adotar boas pr�ticas sustent�veis". "Esse esfor�o tem dois pilares: o cumprimento do C�digo Florestal, que � uma legisla��o ambiental robusta e rigorosa, e a crescente ado��o por produtores rurais de novas tecnologias", explica.

A Associa��o Brasileira de Prote�na Animal (ABPA) informou, em nota, que recebeu positivamente a ades�o do Brasil ao acordo firmado pela C�pula do Clima das Na��es Unidas (COP-26). Ao mesmo tempo, destacou que "a avicultura e a suinocultura, setores representados pela ABPA, s�o atividades com baixa emiss�o de metano, e j� incorporaram medidas de mitiga��o do g�s". J� a Associa��o Brasileira de Frigor�ficos (Abrafrigo) apontou que a decis�o n�o envolve diretamente os frigor�ficos, uma vez que "se refere aos produtores rurais que criam e engordam gado". Destacou ainda o fato de que, at� o momento, n�o existe nenhuma medida pr�tica sobre o que deve ser feito para reduzir o g�s. No momento em que a��es mais pr�ticas forem adotadas, a entidade apontou que pode se posicionar. Procuradas, a Associa��o Brasileira das Ind�strias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Associa��o Brasileira do Agroneg�cio (Abag) n�o se posicionaram.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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