(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GARIMPO ILEGAL

Pol�cia Federal j� tenta conter 'Serra Pelada' fluvial na Amaz�nia

No comando das balsas clandestinas, garimpeiros tamb�m prometeram rea��o caso sejam abordados


25/11/2021 07:00 - atualizado 25/11/2021 11:28

Imagem de garimpo ilegal na Amazônia
(foto: Foto: Divulga��o)
A Pol�cia Federal articula a��es para tentar conter o avan�o de centenas de balsas de garimpo ilegal que est�o reunidas h� dias no Rio Madeira, um dos principais da Amaz�nia, numa regi�o onde teria sido encontrada uma grande quantidade de ouro por embarca��es clandestinas. Outros �rg�os federais participam dessa opera��o, como o Ibama e o Minist�rio da Defesa.

A informa��o foi confirmada � reportagem pela superintend�ncia da PF no Amazonas e, depois, pelo Minist�rio da Justi�a. "A Pol�cia Federal acompanha o caso para ado��o das medidas cab�veis com a maior brevidade poss�vel." A PF n�o d� detalhes sobre a opera��o, mas o Estad�o apurou que um grande contingente de agentes envolvendo policiais, agentes do Ibama e das For�as Armadas foi destacado, dada a dimens�o do problema e os riscos de rea��es violentas. Em a��es desse tipo s�o utilizadas geralmente drones e aparelhos de telefone satelital.

Conforme o Estad�o revelou, garimpeiros j� estavam cientes da mobiliza��o policial que pretende dar fim ao que se converteu em uma "Serra Pelada" fluvial. Em mensagem enviada no fim da manh� de quarta-feira, por meio de WhatsApp, um garimpeiro j� avisava aos demais que "est� saindo de Manaus um comboio de Ex�rcito, Pol�cia Federal e Ibama" para a regi�o onde est�o as balsas, nas proximidades do munic�pio de Autazes. "Est� lotado, mano, e subindo para a banda da�, viu."

REA��O


No comando das balsas clandestinas, garimpeiros tamb�m prometeram rea��o caso sejam abordados. Em outra mensagem de �udio obtida pela reportagem, um homem fala em montar um "pared�o" de balsas, com pessoas ao redor dos equipamentos, para reagir a qualquer tipo de abordagem para fiscaliza��o. "Voc�s que t�m muita balsa a�, (tem que) fazer um pared�o mesmo daqueles e esperar todo mundo a� na frente da balsa. Um atr�s, um na frente e ver o que � que d�. Eles v�o respeitar, entendeu?"

O garimpeiro lembra ainda epis�dios em que grupos invadiram e queimaram unidades do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) no munic�pio de Humait�, nas margens do Rio Madeira, ap�s agentes dos �rg�os ambientais destru�rem uma de suas balsas. "Uma vez, quando tocaram fogo numa balsa aqui em Humait�, n�s fomos pra cima. Tocamos fogo no Ibama, tocamos fogo no ICMBio, tocamos o f..., meu irm�o", diz o garimpeiro.

OURO E DANO


Nos �ltimos dias, centenas de garimpeiros concentraram suas balsas em uma mesma �rea do rio, ap�s correrem informa��es de que teria sido encontrada uma grande quantidade de ouro na regi�o. Mensagens obtidas pela reportagem tamb�m apontam a "comemora��o" pela quantidade de ouro que estaria sendo retirada do leito do Rio Madeira. "Meus colegas dizem que l� embaixo est�o fazendo 1 grama de ouro por hora. Mas � certo mesmo, n�o � mentira", diz um garimpeiro, em mensagem de �udio.

A lavra clandestina de ouro ao longo do Rio Madeira � um problema hist�rico e conhecido. Essa mesma atividade criminosa se espalha h� d�cadas por outros afluentes do Amazonas, como o Rio Tapaj�s, na regi�o de Itaituba. O que chama a aten��o no caso atual, por�m, � a aglomera��o de balsas numa mesma regi�o. Para retirar o ouro do fundo do rio, essas balsas utilizam longas mangueiras, que s�o lan�adas at� o leito. Acionadas por geradores, sugam a terra e tudo o que encontram no fundo. O material revolvido � trazido at� a balsa e passa por uma esteira, onde � filtrado e devolvido � �gua. Nesse processo, o ouro fica retido na esteira. Essas opera��es causam extremo dano ambiental, porque acabam com todo tipo de alimento de centenas de esp�cies de peixes, comprometem a qualidade da �gua e geram assoreamento.

NADA COM ISSO


O governo do Amazonas se esquivou de qualquer responsabilidade sobre a a��o criminosa que re�ne mais de 600 balsas clandestinas. Por meio de nota, o Instituto de Prote��o Ambiental do Amazonas (Ipaam), �rg�o Estadual respons�vel pela fiscaliza��o do meio ambiente, declarou que a atribui��o de agir contra o garimpo ilegal na regi�o � do governo federal e de �rg�os vinculados � gest�o do Executivo em Bras�lia. O Ipaam afirmou que, ao identificar a presen�a das balsas, comunicou o Ibama para "alinhamento de provid�ncias".

O diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, declarou que as balsas est�o ancoradas no Rio Madeira, em "�rea de compet�ncia dos �rg�os federais". "A regulamenta��o da explora��o mineral na �rea, conforme o gestor, � de compet�ncia da Ag�ncia Nacional de Minera��o. O licenciamento � de responsabilidade do Ibama, e a atua��o, em caso de crimes de explora��o ilegal de min�rio, � compet�ncia da Pol�cia Federal. Ainda sobre a trafegabilidade e de polui��o h�drica, o acompanhamento � feito pela Marinha", afirmou Valente.

Segundo o Ipaam, embora a compet�ncia de atua��o na �rea seja federal, o governo do Estado "est� � disposi��o para atuar em parceria com os demais �rg�os" e, na manh� desta quarta-feira, fez uma reuni�o de alinhamento com Ibama, Marinha e Pol�cia Federal.

EFEITO LOCAL


A cidade flutuante dividiu a popula��o local. "� muita gente vindo comprar. Aumentou o consumo de carne, de mercadoria", disse o vereador de Autazes Bandeira Serr�o (PV), que diz que "n�o � contra nem a favor". "Est� trazendo benef�cio aqui." J� o motorista Filipe Santos observou que a maioria da popula��o v� de forma negativa. "A gente sabe que a chegada disso a� mexe com droga, prostitui��o. Alguns foram vistos pelo com�rcio fazendo compras, tudo com cord�o de ouro." (Colaborou Bruno Tadeu, Especial Para o Estad�o)

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)