
As grava��es foram encontradas no celular do religioso e divulgadas na quarta-feira (25/11) pelo Jornal da Record. Em outro trecho, padre Robson e sua equipe reconhecem que os contratos adulterados de imobili�rias poderiam cair em uma investiga��o e isso seria "muito ruim".
"Quer dizer, eu estou assumindo que eles eram seus representantes nos neg�cios e investimentos na �rea imobili�ria", afirma o advogado Klaus Marques. Uma outra advogada que n�o teve seu nome revelado completa: "e r�dios". Padre Robson afirma temeroso: "Isso n�o � bom". A advogada responde: "De jeito nenhum. Isso � a pior coisa que o senhor pode fazer". Alessandra, funcion�ria da Associa��o Filhos do Pai Eterno (Afipe), entra na conversa e dispara: "Isso aqui � p�ssimo tamb�m. Investimentos na �rea imobili�ria, tendo em vista tudo que, de fato, todo mundo sabe que eles fizeram, foi o qu�? Um roubo, n�?".
O religioso ent�o conclui: "Eu estou dando legitimidade para uma coisa ileg�tima, porque eu considero que foi estelionato aquilo l�. Os caras l� j� falavam: Olha, voc� vai passar, por fora, para mim, tanto. Eu, de bob�o... complicado isso aqui. N�o est� bom, n�o. Isso aqui � a mesma coisa de estar assinando um mandado de pris�o".
Chefe da quadrilha
Em dado momento, o padre desconfia que ir� ser alvo de opera��o policial que o levaria a pris�o. Ele afirma que seu maior medo � a "apura��o dos fatos". "Quando for apurar fatos, olhando nossa contabilidade, olhando nossa contabilidade do J�nior, do Gleison, v�o ver que eles deram outra destina��o aos valores, que n�o bate com datas e nem com nenhum tipo de... n�o tem jeito, gente", disse. O religioso ainda afirmou que n�o poderia ter as provas em seu computador pessoal e que trocaria a placa do aparelho em breve.
Mais adiante na conversa, padre Robson afirma que, se as provas chegassem a um "delegado meio doido" poderia fazer uma "pergunta pesada" que levaria a descoberta do crime organizado. Ent�o o advogado Klaus Marques confirma: "� crime organizado", e continua "e o senhor � o chefe". O religioso, ent�o confirma: "E eu sou o chefe da quadrilha".
Entenda o caso
O Padre Robson � acusado por supostamente ter desviado mais de R$ 100 milh�es de doa��es de fi�is. O dinheiro era para ter sido usado na constru��o da nova Bas�lica de Trindade, mas o religioso teria comprado fazenda, casa de praia e um avi�o de pequeno porte. As investiga��es come�aram em 2019 e s�o conduzidas pelo Minist�rio P�blico de Goi�s.
Os supostos desvios foram descobertos durante a Opera��o Vendilh�es, que apurou uma den�ncia do religioso, que estava sendo v�tima de extors�o ap�s hackers terem descoberto relacionamento amoroso dele. Ao todo, Padre Robson teria desembolsado R$ 2,9 milh�es para os chantagistas, dinheiro que, segundo o MPGO, saiu dos cofres da Associa��o Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade (GO).