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Estado de Minas S�O PAULO

Vaticano interv�m no Mosteiro de S�o Bento ap�s acusa��es de ass�dio sexual

Nesta semana, a Igreja Cat�lica passa a adotar medidas mais r�gidas contra a pedofilia e o ass�dio sexual


06/12/2021 13:37 - atualizado 06/12/2021 15:19

Capela Sistina no Vaticano
Vaticano interv�m em caso suspeito de abuso sexual dentro das depend�ncias do Mosteiro de S�o Bento, no centro de S�o Paulo (foto: Reprodu��o/Internet )


Quatro religiosos do Mosteiro de S�o Bento, no centro de S�o Paulo, s�o investigados pelo Minist�rio P�blico por abuso sexual dentro das depend�ncias da institui��o, caso que motivou a interven��o do Vaticano, de acordo com reportagem do "Fant�stico" deste domingo, 5. Ainda de acordo com o programa de TV, o abade respons�vel pelo mosteiro foi afastado. Os suspeitos foram ouvidos pela pol�cia e negam as acusa��es.

Nesta semana, a Igreja Cat�lica passa a adotar medidas mais r�gidas contra a pedofilia e o ass�dio sexual. � a revis�o mais abrangente em quatro d�cadas, endurecendo regulamentos para cl�rigos que abusam de menores de idade e adultos vulner�veis, cometem fraudes ou ordenam mulheres.



As acusa��es s�o feitas por dois jovens, que teriam sofrido ass�dio sexual de religiosos quando ainda eram menores de idade. Os crimes teriam ocorrido entre 2016 e 2018. Os monges que foram denunciados pelos rapazes s�o Rafael Bartoletti, conhecido como irm�o Hugo, Marc�lio Miranda Proen�a, chamado de Dom Francisco, Josiel Amaral e Jo�o Baptista Barbosa Neto, conhecido como Dom Jo�o Batista. Dom Francisco morreu em 2020 de covid-19.

Uma das v�timas contou ao programa da Rede Globo que os abusos come�aram quando ele tinha 16 anos. O primeiro a assedi�-lo teria sido Rafael Bartoletti.

"Ele aproveitou, fechou a porta e trancou. Veio na minha dire��o e come�ou a me for�ar pra baixo. Com o objetivo de um ato de sexo oral. Eu tirei a m�o dele. Fiquei um pouco nervoso, falei que queria sair de l�, queria voltar para onde estavam os outros meninos. E ele falou: 'Calma'. E a� abriu a porta e me levou de volta", conta.

Outro rapaz, que trabalhava como alfaiate no mosteiro, afirma que foi v�tima dos abusos aos 17 anos. O jovem entregou � pol�cia uma s�rie de mensagens trocadas com Rafael Bartoletti. Em 28 de maio de 2016, o alfaiate diz que iria dormir porque teria uma missa logo cedo no dia seguinte. O monge se despede com um beijo e diz: "lindo vc" (sic). Em seguida, pergunta se o rapaz se incomoda em ser chamado de lindo. No dia 22 de julho do mesmo ano, Rafael mandou uma foto sem camisa para o rapaz, que respondeu: "m� cara de playboy, estudante de medicina, filho de pai rico" (sic). O monge completa: "vc esquece de falar gato, muito gato".

A v�tima contou ainda que os religiosos costumavam abra��-lo e descer as m�os at� quase tocar suas n�degas. Ele alegou que pediu ajuda ao monge Marc�lio Miranda Proen�a. Mas, segundo o rapaz, o sacerdote tamb�m passou a assedi�-lo.

De acordo com a reportagem, os suspeitos foram ouvidos pela pol�cia e negam as acusa��es.

Em nota enviada ao "Fant�stico", o Mosteiro de S�o Bento informa que os denunciados foram afastados e respondem n�o s� perante a lei civil, mas tamb�m � Justi�a eclesi�stica.


Investiga��o do MP


Ap�s mais de um ano de investiga��o, quatro religiosos (dois novi�os e dois monges) foram acusados de abuso sexual pelo Minist�rio P�blico em junho do ano passado. Um deles morreu de covid em dezembro de 2020, mas os outros seguem respondendo processo. Eles j� foram ouvidos pela pol�cia e negam o crime. Em primeira inst�ncia, o processo foi extinto pela 8ª Vara Criminal da capital, que entendeu que o caso estava prescrito, pois as v�timas n�o haviam denunciado o crime � pol�cia no prazo de seis meses, como prev� a lei.

Por outro lado, o MP avalia que a prescri��o n�o se aplicava porque as v�timas eram menores de idade na �poca em que os crimes ocorreram. Neste caso, o prazo de prescri��o s� come�a a contar ap�s elas completarem 18 anos. O Tribunal de Justi�a acolheu o entendimento do MP e determinou o prosseguimento da a��o penal. Ainda n�o h� data para esse julgamento ocorrer.

"Devido ao segredo de Justi�a decretado pelo Judici�rio, n�s n�o podemos passar qualquer tipo de informa��o a respeito do caso", informou o Minist�rio P�blico ao Estad�o.

Preocupa��o do Vaticano


O caso ilustra a preocupa��o do Vaticano com os abusos de pedofilia e abusos sexuais cometidos por padres. Nesta semana, a Igreja Cat�lica passa a adotar medidas mais r�gidas para punir esses crimes. A revis�o � a mais extensa desde que o c�digo atual foi aprovado pelo Papa Jo�o Paulo, em 1983. A reformula��o do C�digo de Direito Can�nico entra em vigor nesta quarta-feira dia 8.

Um dos artigos aponta que os padres podem ser destitu�dos, se os atos forem comprovados. "Um cl�rigo que pela for�a, amea�as ou abuso de sua autoridade viola o mandamento contra o adult�rio ou for�a algu�m a cometer ou submeter-se a atos sexuais deve ser punido, n�o excluindo a demiss�o do estado clerical se o caso assim o justificar", diz trecho do documento.

O abuso sexual de menores de idade foi colocado sob uma nova se��o intitulada "Delitos Contra a Vida, a Dignidade e a Liberdade Humanas", ao inv�s da mais vaga "Crimes Contra Obriga��es Especiais" anterior. O aliciamento de menores ou adultos vulner�veis para abuso sexual e posse de pornografia infantil passam a ser considerados crimes.


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