Com maioria favor�vel, vacina��o infantil � citada 700 mil vezes no Twitter

O in�cio da vacina��o contra a COVID-19 para crian�as foi ansiosamente aguardado por milhares de fam�lias em todo o mundo. Ap�s quase dois anos de pandemia, a chegada do imunizante pedi�trico foi celebrada pela maior parte da popula��o brasileira. No Twitter, o assunto ganhou audi�ncia e se tornou viral com mais de 700 mil publica��es favor�veis em duas semanas. 

Frente � propaga��o de falsas informa��es sobre a vacina infantil, as publica��es visam compartilhar imagens e not�cias de crian�as recebendo o imunizante em diversas cidades e regi�es do pa�s. Os internautas contestam as not�cias de supostas mortes e complica��es devido a vacina��o. 

 

 

Dados levantados pela Diretoria de An�lise de Pol�ticas P�blicas da Funda��o Get�lio Vargas (FGV DAPP) apontam que entre os dias 11 e 24 de janeiro 705,3 mil postagens no Twitter se referiam a vacina��o infantil. 

As top tr�s hashtags do per�odo, de acordo com a pesquisa, s�o #derrubamalafaia, com 34,3 mil postagens; seguida de #vacinasalvamvidas, com 6,6 mil e #vacinaparacrian�aja, em 4,2 mil tu�tes. A primeira, utilizada em protesto �s declara��es do pastor Silas Malafaia que, sem embasamento cient�fico, classificou a imuniza��o de crian�as como “infantic�dio”. 

 

 

O debate atingiu o maior engajamento, no entanto, no �ltimo dia 20 de janeiro quando contabilizou 98 mil publica��es, favor�veis e contr�rias. O assunto retornou aos holofotes ap�s uma crian�a sofrer uma parada cardiorrespirat�ria em Len��is Paulista, interior de S�o Paulo. 

 

Na ocasi�o, a prefeitura do munic�pio relacionou erroneamente o quadro de sa�de da crian�a a um efeito colateral da vacina. O caso foi desmentido por 10 especialistas e divulgado pelo Minist�rio da Sa�de no dia 21 de janeiro que afirmou, em nota, que o imunizante contra a COVID-19 n�o foi a causa da parada card�aca. A crian�a, na verdade, � portadora de uma s�ndrome cong�nita rara: Wolff-Parkinson-White (WPW).

Ainda no dia 20 de janeiro, o despacho do ministro Ricardo Lewandowski (STF) negando um pedido de inclus�o da vacina��o infantil contra a COVID-19 no Plano Nacional de Imuniza��o inflamou as redes sociais. O assunto foi amplamente comentado e criticado por parte da popula��o na internet. 

Dividido por cores e setores da sociedade, a Diretoria de An�lise de Pol�ticas P�blicas da Funda��o Get�lio Vargas (FGV DAPP) mapeou as publica��es  e intera��es sobre a vacina��o infantil no Twitter. 

 

 

Composto por pol�ticos de direita e blogueiros e canais de m�dia alternativa conservadores, grupo aborda a not�cia da crian�a que supostamente teria sofrido uma parada cardiorrespirat�ria ap�s ter sido imunizada. Neste grupo muitos perfis tamb�m trataram do direito que os pais teriam sobre seus filhos quanto a decis�es oficiais de autoridades. 

Vermelho %u2012 34,59% dos perfis | 35,11% das intera��es

Composto por ativistas pol�ticos, influenciadores digitais e canais de m�dia alternativa que fazem oposi��o ao governo federal, este grupo contesta as informa��es e not�cias falsas relacionadas � vacina��o infantil. O grupo questiona e critica as declara��es do pastor Silas Malafaia e a postura da base bolsonarista frente ao tema. 

Grupo que conta com jornalistas e perfis de usu�rios comuns. Os perfis comemoraram a realiza��o da vacina��o infantil contra a COVID-19 em diversas localidades do Brasil, compartilhando n�meros da imuniza��o, al�m de not�cias e imagens de crian�as recebendo suas doses.

Impulsionado por portais de m�dia, grupo se mobiliza em torno de uma postagem viral que questiona a preocupa��o exagerada com poss�veis efeitos adversos da vacina��o infantil. O conte�do a compara a um suposto descaso de pais e autoridades em rela��o �s consequ�ncias dos agrot�xicos usados nos alimentos que as crian�as brasileiras consumiriam. 

Grupo de perfis de usu�rios comuns que republicam uma postagem viral que repercute recados otimistas e divertidos de uma crian�a autista ap�s ter recebido sua dose da vacina, afirmando estar muito feliz na ocasi�o.

 

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.