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Estado de Minas CONGOL�S ASSASSINADO

Assassinos de Mo�se v�o responder por homic�dio duplamente qualificado

Jovem de 24 anos recebeu pauladas, golpes de taco de beisebol e foi amarrado e sufocado em quiosque na Barra da Tijuca, no Rio


05/02/2022 09:46 - atualizado 05/02/2022 13:07

Moïse em foto de redes sociais
(foto: Reprodu��o/Redes sociais)
Os tr�s homens envolvidos no assassinato de Mo�se Kabamgabe, congol�s de 24 anos espancado at� a morte no quiosque Tropic�lia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em 24 de janeiro, dever�o responder por homic�dio doloso duplamente qualificado — al�m de quererem matar, a v�tima foi impossibilitada de se defender e foi assassinada com crueldade. O jovem recebeu pauladas, golpes de taco de beisebol e foi amarrado e sufocado.

Os tr�s agressores presos — F�bio Pirineus da Silva (o Belo), Brendon Alexander Luz da Silva (o Totta) e Aleson Cristiano Alves de Oliveira (o Dezenove) — negaram ter a inten��o de matar o jovem congol�s, mas os depoimentos e as imagens das c�meras de seguran�a complicaram a situa��o deles.

O cabo da Pol�cia Militar do Rio de Janeiro Alauir de Mattos Faria — que atua no 41º BPM (Iraj�) e � apontado como dono do quiosque Biruta, que funciona no mesmo im�vel do Tropic�lia — negou que Mo�se fosse problem�tico, como acusaram os tr�s espancadores. O depoimento foi na �ltima quinta-feira. No mesmo dia, em audi�ncia de cust�dia, a Justi�a manteve a pris�o tempor�ria dos tr�s acusados pelo crime por mais 30 dias.

A apura��o da morte de Mo�se acontece em paralelo a outro crime brutal: o assassinato de Durval Te�filo Filho, de 38 anos, na �ltima quarta-feira, com tr�s tiros disparados por um policial da Marinha, Aur�lio Alves Bezerra. O caso ocorreu no munic�pio de S�o Gon�alo, na regi�o do Grande Rio. O militar supostamente confundiu a v�tima com um bandido, foi preso em flagrante e responder� por homic�dio culposo, quando n�o h� inten��o de matar.

Dados da edi��o de 2021 do Atlas da Viol�ncia, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), mostram que os negros t�m 2,6 vezes mais chances de morrerem assassinados no pa�s, em compara��o com pessoas de pele clara. Em 2019, 77% das v�timas de homic�dio eram negras. Isso tamb�m representa uma taxa de 29,2 mortes por 100 mil habitantes.

Al�m disso, uma pesquisa divulgada em novembro de 2021 pela Funda��o Jo�o Pinheiro, em parceria com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MP-MG), revela que os negros t�m quatro vezes mais chances de sofrerem viol�ncia policial, se comparados com brancos. Pesquisadores analisaram cerca de 3,5 mil boletins de ocorr�ncia envolvendo mortos e feridos em interven��es da pol�cia, de 2013 a 2018. A constata��o foi a de que sete em cada 10 v�timas (70%) eram negras.

Nuno Coelho, integrante dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil, os epis�dios com Mo�se e Durval apontam que o pa�s n�o superou a heran�a escravagista. "O Brasil tem divis�es de classe e a popula��o negra, por mais vit�rias que possa alcan�ar, sempre estar� na lista de suspeitos e perseguidos. Veja o fato do sargento, a confus�o se deu por apar�ncia. Isso � a diferen�a central", observou.

Na vis�o do especialista em seguran�a p�blica, Leonardo Sant'anna, o Brasil s� ultrapassar� essa situa��o quando houver "uma pol�tica de inser��o dessa comunidade em cen�rios em que, hoje, elas n�o aparecem".

*Estagi�rios sob a supervis�o de Fabio Grecchi


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