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Estado de Minas UCR�NIA X R�SSIA

Itamaraty diz que n�o h� seguran�a para resgate de 180 brasileiros

O Itamaraty recomendou aos brasileiros que moram em Kiev que permane�am em domic�lio e que sigam as orienta��es das autoridades locais


25/02/2022 13:53

Itamaraty
Itamaraty diz que n�o h� "condi��es de seguran�a" para resgate de brasileiros (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Pelo menos 180 brasileiros j� se cadastraram na Embaixada do Brasil em Kiev, capital da Ucr�nia, para serem evacuados do pa�s, de acordo o Minist�rio das Rela��es Exteriores (MRE). No entanto, o Itamaraty informou que ainda n�o h� "condi��es de seguran�a" nem log�stica para fazer o resgate, uma vez que o espa�o a�reo do pa�s est� fechado.

"Para os brasileiros que est�o na regi�o leste da Ucr�nia [territ�rios de Donetsk e Luhansk], recomendamos que deixem o local e se desloquem para a capital, Kiev. Aos que est�o na regi�o da fronteira, orientamos que deixem o pa�s", disse o embaixador Leonardo Gorgulho, do corpo de comunica��o do �rg�o, em coletiva de imprensa, em Bras�lia. "N�o est�o dadas as condi��es de seguran�a para que essas pessoas sejam evacuadas", complementou.
De acordo com o Itamaraty, cerca de 500 brasileiros vivem na Ucr�nia. Eles podem entrar em contato com o corpo diplom�tico brasileiro por meio do site da Embaixada em Kiev, na p�gina no Facebook e em grupo do aplicativo Telegram.

O Itamaraty recomendou aos brasileiros que moram em Kiev que permane�am em domic�lio e que sigam as orienta��es das autoridades locais. No Leste do pa�s, que se desloquem para os pa�ses vizinhos, onde h� consulados atuando para a recep��o de brasileiros. Em Lviv, na fronteira com a Pol�nia, que sigam para esse pa�s ou para a Mold�via. As embaixadas em Vars�via, na Pol�nia; Bucareste, Rom�nia; Bratislava, capital da Eslov�quia; e Moscou, na R�ssia, est�o em plant�o para receber os brasileiros.

Vida no bunker

O Correio conversou com um brasileiro que pediu para ter a sua identidade preservada devido ao risco de seguran�a. "Cheguei a Kiev em 22 de fevereiro, � noite, e � onde eu estou at� o momento. Acordamos na madrugada (5h da manh� hor�rio local) com barulho de bombas. Fechamos as malas e nos juntamos a outras fam�lias brasileiras. Estamos acompanhando um jogador representado pelo nosso escrit�rio, e o clube nos colocou no hotel. Aos poucos, se juntaram a n�s portugueses, a comiss�o t�cnica do clube, que � italiana, e alguns ucranianos. Por volta das 13h30 (hora local), o hotel avisou que havia helic�pteros sobrevoando e que ter�amos que ir para um bunker, onde estamos agora. Aqui tem estrutura, �gua, medicamentos, colch�es, caf� e mantimentos. Estamos aguardando que o governo se posicione. Tentamos contato com a embaixada, que lavou as m�os, deu medidas contradit�rias e limitadas. O clube fez mais que a embaixada", relata.

O engenheiro eletricista mineiro David Abu-Gharbil se mudou h� dois meses para Kiev e vive a tens�o da guerra. Ele publicou um v�deo nas redes sociais no qual mostra pessoas ao lado de um bunker. "Estamos esperando aqui fora perto do bunker. Caso ocorra algum ataque, a gente vai para dentro. Estamos aguardando porque teve um aviso agora que vai haver v�rios ataques na cidade", afirma David, que nasceu em Coqueiral, cidade com 9 mil habitantes no Sul de Minas.

An�lise

Para Rodrigo Amaral, professor de Rela��es Internacionais da PUC/SP, o governo ucraniano n�o dever� impor restri��es aos brasileiros em seu territ�rio. No �ltimo dia 19, a embaixada brasileira em Kiev pediu aos brasileiros que estavam no Leste da Ucr�nia para sa�rem do pa�s. "Considerando os protocolos de retirada, sair n�o � complexo. N�o � do interesse que morram civis de outros pa�ses", destaca.
Pedro Feli� Ribeiro, professor e pesquisador do Instituto de Rela��es Internacionais da Universidade de S�o Paulo (USP), analisa que a guerra entre R�ssia e Ucr�nia ainda dever� mobilizar aliados em todo o mundo. "Como desde 2017 os Estados Unidos [que apoiam a Ucr�nia] iniciaram uma campanha de conten��o � China, aberta e p�blica. N�o acredito ser uma surpresa que a China apoie a R�ssia. O posicionamento chin�s sobre san��es sempre foi contr�rio. At� o momento, avalio como sutil o posicionamento deles", diz.

Para o especialista, as san��es e amea�as de embargo econ�mico n�o devem preocupar os protagonistas russos. "Sem d�vida, a China � um grande ator que torna as san��es ainda mais ineficazes. Os chineses v�o absorver muito do com�rcio russo e dos investimentos", complementa.

Questionado se a guerra se prolongar�, o pesquisador � taxativo. "Vai depender do comportamento dos Estados Unidos e da Otan. O mapa global, hoje, � de uma superpot�ncia, os EUA, come�ando a se sentir amea�ados pelo crescimento chin�s. A R�ssia j� ensaiava isso desde a invas�o da Ge�rgia, em 2008, e acompanhava a cont�nua expans�o da Otan. Do ponto de vista militar, o mundo ainda � unipolar. Estados Unidos t�m mais capacidade do que qualquer um. Do ponto de vista econ�mico, o equil�brio � maior".

Mas a situa��o global � mais complexa entre os envolvidos no conflito. "Ainda assim, muito diferente do sistema bipolar da Guerra Fria, o maior parceiro comercial da China � os EUA e vice e versa. J� na Guerra Fria, n�o havia interdepend�ncia econ�mica entre Uni�o Sovi�tica e EUA", conclui.

Colaborou Luiz Fernando Figliagi, do Estado de Minas


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