
Na China, o avan�o da doen�a motivou a decis�o do governo em decretar, ontem, o confinamento obrigat�rio para 30 milh�es de pessoas.
O Estado de Minas escutou dois especialistas em infectologia, que explicam os poss�veis impactos do avan�o do v�rus na China e na Europa, assim como a nova cepa Deltacron. Para ambos, uma nova onda no pa�s � algo ainda dif�cil de se prever.
Deltacron: a nova variante mista da COVID-19
Dois casos da nova cepa, Deltacron, foram registrados no Brasil: um no Par� e um no Amap�. A informa��o foi confirmada pelo ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, ontem. At� o momento, no entanto, nada indica que a variante possa causar impactos significativos no cen�rio da pandemia no pa�s.
“Essa nova variante, uma mistura da �micron com a Delta, tem uma preval�ncia muito pequena e isso sugere que ela n�o � muito transmiss�vel. O fato de ter poucos casos identificados no mundo � que d� pra falarmos isso”, explica Geraldo Cunha, professor titular da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e m�dico infectologista.
No geral, segundo o especialista, acredita-se que ela � uma variante que n�o tem produzido formas graves da doen�a.
At� o momento, foram registrados 47 casos da cepa em todo o mundo, 36 deles s� na Fran�a.
“Isso � uma quest�o que nos deixa um pouco mais tranquilos. Ela parece n�o apresentar grande risco nos rumos atuais da pandemia”, completa.
At� o momento, foram registrados 47 casos da cepa em todo o mundo, 36 deles s� na Fran�a.
“Isso � uma quest�o que nos deixa um pouco mais tranquilos. Ela parece n�o apresentar grande risco nos rumos atuais da pandemia”, completa.
Para Estev�o Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comit� de Combate a COVID-19 em Belo Horizonte, a chegada da Deltacron ao Brasil e o surto na China tampouco indicam uma poss�vel nova onda ainda.
“O Brasil est� com um cen�rio um pouco diferente porque ele tem um pouco mais de vacinados e adoecidos que a China”, analisa.
“O Brasil est� com um cen�rio um pouco diferente porque ele tem um pouco mais de vacinados e adoecidos que a China”, analisa.
Para Urbano, ainda � cedo para qualquer tipo de afirma��o. “O que pode nos preocupar neste momento � se eventualmente esta nova variante possa suplementar a imunidade gerada por esse grande n�mero de infec��es que se confirmaram no in�cio do ano no Brasil”, aponta.
“Ainda precisamos pesquisar e entender a tend�ncia do espalhamento dessa cepa”.
“Ainda precisamos pesquisar e entender a tend�ncia do espalhamento dessa cepa”.
Medidas de restri��o
Ambos os especialistas acreditam que alguns estados est�o se precipitando quanto � flexibiliza��o completa do uso da m�scara, acess�rio essencial na preven��o do cont�gio.
“Temos munic�pios completamente desnorteados, como o Rio de Janeiro, que liberou a m�scara em todos os lugares. Isso � muito prematuro e muito arriscado”, defende Cunha.
“Temos munic�pios completamente desnorteados, como o Rio de Janeiro, que liberou a m�scara em todos os lugares. Isso � muito prematuro e muito arriscado”, defende Cunha.
Para Urbano, a libera��o das m�scaras em locais abertos � seguro, mas ainda n�o � o momento de relaxar as medidas em locais fechados.
"O mais importante agora � liberar, se for o caso, somente em locais abertos. Todo o restante ainda � precipitado".
"O mais importante agora � liberar, se for o caso, somente em locais abertos. Todo o restante ainda � precipitado".
Em Belo Horizonte, o uso do acess�rio em locais abertos j� � permitido desde o �ltimo dia 4. Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), governador do estado, anunciou neste s�bado (12/3) que o uso da m�scara em locais abertos n�o � mais obrigat�rio.
"O mais importante agora � liberar, se for o caso, somente em locais abertos. Todo o restante ainda � precipitado"
Estev�o Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comit� de Combate a COVID-19 em Belo Horizonte
Europa: quais pa�ses registraram aumento no n�mero de casos?
O Reino Unido fechou o m�s de fevereiro com uma m�dia de 46 mil novos casos por dia. Nesta ter�a-feira (15/3), a m�dia superou os 103 mil. Na Inglaterra, somente nas �ltimas duas semanas, 623 mil pessoas testaram positivo para a COVID-19.
Na Fran�a, com mais de 800 mil novos casos desde o in�cio do m�s, os n�meros tamb�m indicam estado de alerta. Al�m disso, �ustria, Holanda, Gr�cia, Su��a e It�lia registraram aumento no n�mero de casos desde o fim de fevereiro.
Na Alemanha, o cen�rio � ainda mais preocupante. Em 15 dias, o pa�s registrou mais de 2 milh�es de novos casos. No �ltimo dia 28, a m�dia foi de 158 mil diariamente. Ontem, a m�dia de positivos para a doen�a chegou a 200 mil.
“Na Europa, e no mundo em geral, as pessoas que n�o se vacinam est�o sujeitas a ter formas graves da doen�a. O que a gente tem observado, onde voc� tem parcela da popula��o em que o n�mero de n�o vacinados � muito grande se torna recorrente estes repiques da doen�a”, justifica Cunha, ao analisar o cen�rio da pandemia no continente europeu.
“Esse n�mero de casos tende a aumentar episodicamente, inclusive com casos graves, hospitaliza��es e mortes”.
“Esse n�mero de casos tende a aumentar episodicamente, inclusive com casos graves, hospitaliza��es e mortes”.
Quanto ao n�mero de interna��es, o Reino Unido registrou 12 mil no �ltimo levantamento publicado pela 'Our World in Data', no dia 6 deste m�s. Cerca de 2 mil casos a mais em compara��o ao final de fevereiro.
A Su��a, com 1.600 pessoas internadas, e a Irlanda, com 662, tamb�m tiveram alta no n�mero de hospitaliza��es. J� na Fran�a e na Alemanha, apesar do aumento de casos positivos, o n�mero de interna��es caiu desde o �ltimo dia 28.
"Na Europa e no mundo em geral, as pessoas que n�o se vacinam est�o sujeitas a ter formas graves da doen�a"
Geraldo Cunha, professor titular da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e m�dico infectologista
�sia: alta nos n�meros preocupa governos
Na �sia, os n�meros preocupam governantes, que t�m tomado medidas severas para conter o avan�o do v�rus e impedir nova onda.
Hong Kong registrou uma m�dia de 21 mil novos casos por dia, um aumento de 28% em rela��o ao come�o de mar�o.
Hong Kong registrou uma m�dia de 21 mil novos casos por dia, um aumento de 28% em rela��o ao come�o de mar�o.
Na China, 328 mil casos, no total, foram registrados entre 28 de fevereiro e 6 de mar�o, um recorde para o pa�s. O n�mero, no entanto, ainda � menor do que a maioria dos pa�ses.
O surto fez com o que o governo chin�s colocasse em confinamento cerca de 30 milh�es de pessoas, em 13 prov�ncias diferentes. A testagem em massa da popula��o tamb�m foi usada como estrat�gia.
O surto fez com o que o governo chin�s colocasse em confinamento cerca de 30 milh�es de pessoas, em 13 prov�ncias diferentes. A testagem em massa da popula��o tamb�m foi usada como estrat�gia.