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Estado de Minas AGREDIU JORNALISTA

Personal que bateu em s�ndico pode ser preso e expulso do pr�dio

Henrique Campos, acusado de agredir o jornalista Wahby Khalil, pode responder por les�o grav�ssima; s�ndicos fazem manifesta��o hoje para pedir Justi�a


19/03/2022 08:11 - atualizado 19/03/2022 08:48

Personal de boxe Henrique Paulo Sampaio Campos
Personal de boxe Henrique Paulo Sampaio Campos (foto: Redes sociais)

O caso do s�ndico agredido covardemente com um soco no rosto por um professor de artes marciais em um condom�nio de �guas Claras, na quinta-feira (17/3), provocou indigna��o nos brasilienses. O personal de boxe Henrique Paulo Sampaio Campos, 49 anos, atacou o jornalista Wahby Abdel Karim Khalil, 42. O suspeito � investigado pela Pol�cia Civil e pode sofrer puni��es em outras esferas, al�m da criminal, como expuls�o do edif�cio Luna Park, onde mora, e ser penalizado profissionalmente no Conselho Regional de Educa��o F�sica da 7ª Regi�o (Cref7).

Internado na unidade de terapia intensiva (UTI) de menor complexidade do Hospital Santa L�cia, Khalil deve passar por uma cirurgia odontol�gica neste s�bado (19/3), segundo boletim m�dico divulgado �s 16h de sexta-feira (18/3). Na manh� deste s�bado, s�ndicos de diversos condom�nios do DF se reunir�o em frente ao Luna Park para pedir por Justi�a. Na porta do pr�dio, cartazes foram colados em forma de protesto: "Um monstro n�o pode ser chamado de professor. Covarde", diz uma das mensagens. Em outro cartaz, uma pessoa escreveu: "Justi�a por Khalil".

 

O caso aconteceu na academia do edif�cio. C�meras do circuito interno do local registraram o momento em que Khalil e Henrique discutem. O advogado do s�ndico, Edson Alexandre, explica que Khalil havia recebido in�meras reclama��es sobre o saco de pancadas utilizado para treino de boxe.

"Ele (Khalil) foi apenas conversar para tentar arrumar uma solu��o, uma vez que o objeto fica preso por correntes ao teto e fazia muito barulho, causando inc�modo no pr�dio", afirma. Pelas imagens, � poss�vel ver quando Henrique desfere um soco no rosto da v�tima, que cai ao ch�o e bate com a cabe�a no piso.


Ap�s a agress�o, o s�ndico chegou a mandar mensagem no grupo de moradores do Luna Park contando a situa��o. "Levei um soco no rosto. Estou indo para o hospital", escreveu. Khalil est� internado no Hospital Santa L�cia e foi para a UTI em decorr�ncia de uma hemorragia cerebral.

No boletim assinado pelo coordenador da unidade de terapia intensiva, Alberto Mendon�a, e pelo diretor executivo do Santa L�cia, Sergio Murilo, e divulgado na tarde de ontem, os m�dicos afirmam que o quadro cl�nico do est� est�vel, sem agravamentos. O jornalista foi submetido a um novo exame de imagem, que constatou n�o haver progress�o das les�es iniciais.

Confus�o recorrente

Policiais civis da 21ª Delegacia de Pol�cia intensificaram as buscas para localizar Henrique Paulo e intim�-lo a depor. Desde o dia da agress�o, o professor n�o foi mais encontrado no condom�nio nem em endere�os ligados a ele. Apesar do sumi�o, o suspeito n�o � considerado foragido da pol�cia, pois n�o h� mandado de pris�o em aberto contra ele.

Ao Correio, o delegado-chefe da unidade policial, Alexandre Grat�o, ressalta que, inicialmente, o caso � investigado como les�o corporal, mas a tipifica��o pode mudar ap�s an�lise dos laudos m�dicos. "Vamos esperar para fundamentar o indiciamento. A depender do resultado, pode ser enquadrado como les�o leve, grave ou grav�ssima", detalha.

A reportagem tentou conversar com Henrique, mas sem sucesso.

O subs�ndico do Luna Park, Marcos Laterza, conta que n�o � a primeira vez que Henrique causa confus�o no pr�dio. Ele mesmo teve desaven�as com o professor em mar�o do ano sofrendo agress�es verbais. "Eu j� tive situa��es ruins com ele. Al�m disso, quando eu vim morar aqui, h� dois anos, fui informado pelas pessoas que era um cond�mino com problemas. J� ouvimos gritarias do apartamento dele, e a pol�cia chegou a ser acionada", lembra. Marcos destaca que os moradores est�o assustados com a situa��o.

Viola��o

O Instituto Nacional de Condom�nios e Apoio aos Cond�minos (INCC) emitiu uma nota de rep�dio � agress�o sofrida pelo s�ndico. Ao lado da Associa��o Brasileira de S�ndicos e Condom�nios (Abrassp) e a Associa��o dos S�ndicos de Condom�nios Residenciais e Comerciais do Distrito Federal (Assos�ndicos-DF), o grupo considera inaceit�vel a a��o violenta do personal.


Para o instituto e as associa��es, o ocorrido � um "tr�gico epis�dio de intoler�ncia" e "desrespeito �s regras do condom�nio". As entidades definiram a conduta do professor como "prepotente, arrogante e agressivo". "� intoler�vel que um professor proceda com um soco, combinado com trucul�ncia, desrespeito e falta de civilidade, se colocando acima da lei, agredindo f�sica e moralmente o s�ndico do condom�nio", ressalta a nota.

O Sindicato dos Condom�nios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondom�nioDF) se colocou � disposi��o para quest�es jur�dicas. Ao Correio, o presidente da entidade, Ant�nio Carlos Saraiva repudiou veemente a agress�o. "Entramos em contato com o condom�nio logo ap�s tomarmos conhecimento do fato. Estamos muito preocupados, e o importante � estarmos � disposi��o do edif�cio para aquilo que eles precisarem", disse. Ant�nio ressalta que casos como esse s�o raros. "Felizmente, n�o � algo que acontece com frequ�ncia e, quando acontece, procuramos resolver da melhor forma poss�vel."


Especialista em direito civil e imobili�rio, o advogado Marcus Vin�cius Martins avalia que o personal pode responder pela agress�o, tamb�m, na esfera civil.  "Independentemente de qualquer coisa, o que ele (Henrique) fez � caracterizado como um ato criminoso. Mesmo se a v�tima n�o denunciasse, o caso poderia ser levado � pol�cia por testemunhas. A pessoa que foi agredida tamb�m pode entrar com a��o de indeniza��o moral e material", explica.


Marcus destaca que o condom�nio pode convocar uma assembleia entre os moradores para decidir se � o caso de entrar ou n�o com uma a��o judicial para a expuls�o do cond�mino. Nesse caso, o advogado representante que vai convencer o juiz e provar que essa medida � necess�ria. Mas o mais importante � que, nessa assembleia, o suspeito seja chamado para se defender", finaliza o especialista.


O psic�logo Igor Barros afirma que a emo��o � o maior dificultador para sair e entrar num conflito. Para ele, o conflito � bom: "Faz crescer a discuss�o, a personalidade do outro, o pr�prio assunto. Mas, a partir do momento que come�a a intoler�ncia, a impaci�ncia, a falta de condu��o, vira um conflito por conflito".

Saber diferenciar a emo��o da raz�o tamb�m evitaria com que um conflito e uma discuss�o se tornassem uma agress�o, nas palavras do especialista. Ao perceber que os �nimos est�o exaltados, o melhor a fazer � sugerir que a conversa continue em um outro momento, quando as partes estiverem calmas.


Esse tipo de conflito, que envolve a rotina de um pr�dio, por exemplo, tem a ver com a viv�ncia de cada um. "Qualquer tema, do cachorro ao saco de boxe que est� instalado no lugar errado, vira um conflito", pondera.

 


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