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Estado de Minas PROFISSIONALISMO

Socorrista presta atendimento mesmo ap�s ser alvo de racismo: 'Ela � negra'

A profissional de sa�de conta que a fam�lia se desesperou ao ver que ela era negra e s� permitiu o atendimento porque ela estava "de luvas"


22/03/2022 14:21 - atualizado 22/03/2022 14:39

Laura Cardoso
Laura Cardoso conta que priorizou o atendimento da v�tima, que precisava de urg�ncia (foto: Reprodu��o/Facebook)
A socorrista Laura Cardoso estava pronta para fazer mais um atendimento solicitado via Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) quando se deparou com uma fam�lia que pensou duas vezes antes de deixar o familiar, que perdeu a consci�ncia, receber o socorro por ela. O motivo para a resist�ncia foi por Laura ser negra. O caso ocorreu em S�o Paulo em 12 de mar�o.

Ao entrar no quarto do homem de 90 anos, que sofria com sequelas de AVC e hipertenso, ela foi recebida aos gritos pela esposa do paciente, que questionava o fato de ela ser negra. "E agora, fulano, ela � negra!", disse desesperado ao filho. "Tudo bem, mam�e, ela est� usando luvas", respondeu o homem.

Apesar das falas racistas, a profissional de sa�de seguiu o atendimento. "A v�tima foi devidamente atendida pelas minhas m�os negras enluvadas e deixada aos cuidados do hospital privado que a fam�lia preferiu", afirmou Laura.

A socorrista ainda afirmou que � preciso ter "muita resili�ncia" para lidar com situa��es do tipo, mas que nunca cogitou em negar o atendimento necessitado pelo homem. "Se voc� est� perguntando porque essas pessoas receberam o melhor tratamento poss�vel, eu respondo: quem eles s�o n�o muda quem eu sou", pontua a profissional.

O caso de racismo foi denunciado pela profissional de sa�de nas redes sociais e causou como��o. Muitos apoiaram e parabenizaram a atitude da profissional, outros perguntaram o motivo dela n�o ter chamado a pol�cia, j� que inj�ria racial � crime.

Laura afirmou que a prioridade dela era o paciente, mas que tamb�m n�o se v� em uma disputa judicial com "gente desse n�vel". "O policiamento n�o foi acionado. A v�tima necessitava de atendimento imediato e embora eu tenha consci�ncia de que seja crime, n�o tenho disposi��o para lidar com gente desse n�vel. Eu chego a sentir pena e triste, mas n�o por mim, por eles", disse.

No entanto, o Samu informou, em nota, que "as provid�ncias necess�rias est�o sendo tomadas" e que "encoraja e estimula os profissionais para que, em casos como esse, sejam notificados de imediato �s chefias e �s autoridades competentes". 

A dupla de Laura no plant�o, o socorrista Alex Vasconcelos, ressaltou o profissionalismo da colega. "Presenciado por mim: o atendimento foi excelente como todos t�m direito, mesmo estando do outro lado uma pessoa racista. Voc� n�o perdeu o foco e fez o seu melhor como sempre", frisou.

Caso n�o � isolado, diz dados de Conselho Regional de Enfermagem

O epis�dio sofrido por Laura n�o � um caso isolado. De acordo com dados do Conselho Regional de Enfermagem e da Articula��o Nacional da Enfermagem Negra, 55% dos profissionais entrevistados e que atuam em S�o Paulo, afirmaram que sofreram racismo dos pacientes que atenderam. Outros 64% j� perceberam pr�ticas racistas dentro da unidade de sa�de em que trabalham.

Em nota, a Prefeitura de S�o Paulo informou que lamenta o ocorrido e "repudia qualquer caso de discrimina��o, com cunhos racistas e preconceituosos". "Casos deste tipo devem ser tratados com a m�xima seriedade e em todos os �mbitos". 


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