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Estado de Minas RACISMO

Mulher negra resgatada teme segurar m�o de rep�rter branca

Madalena Silva, de 62 anos, foi resgatada em mar�o de 2021 ap�s passar 54 anos em condi��es an�logas � escravid�o


28/04/2022 22:44 - atualizado 28/04/2022 22:44

Mulher abraça repórter após momento emocionante em entrevista.
(foto: Reprodu��o/Globo Bahia)
O trecho de uma reportagem do telejornal "Bahia Meio-Dia" viralizou nas redes sociais ap�s Madalena Silva, uma mulher negra resgatada de trabalho an�logo � escravid�o, confessar � rep�rter Adriana Oliveira que temia pegar em sua m�o por ela ser uma mulher branca.



Aos prantos, Madalena hesita com a tentativa da rep�rter de segurar em sua m�o, dizendo: “Eu tenho receio de pegar na sua m�o branca”. Adriana questiona a entrevistada: “Mas voc� tem medo de qu�?”. Ela responde: “Porque eu vejo a sua m�o branca, a� eu pego a minha boto em cima da sua, a� eu acho feio isso”.
 
Delicadamente, a jornalista conversa com Madalena: “sua m�o � linda, sua cor � linda, olha pra mim. Aqui n�o tem diferen�a”. A senhora responde: “Tem, sim, diferen�a, olha a sua e olha a minha”. Adriana rebate: “O tom � diferente, mas voc� � mulher, eu sou mulher. Os mesmos direitos e o mesmo respeito que todo mundo tem comigo, tem que ter com voc�.” Ao final, a rep�rter abra�a a entrevistada.



Madalena Silva � uma das 13 mulheres que foram resgatadas do trabalho an�logo � escravid�o na Bahia. A mulher conta que, durante seus �ltimos 54 anos, dos 62 de vida, ela n�o recebia sal�rio, era maltratada e sofria com roubos da filha dos ex-patr�es. A fam�lia chegou a roubar 20 mil de sua aposentadoria al�m de fazer empr�stimos em seu nome. 

A hist�ria comoveu os internautas, que se emocionaram com as mazelas deixadas pelos anos de viol�ncia na vida de Madalena, e com a preval�ncia do racismo. O apresentador da TV Bahia, Vanderson Nascimento, postou em seu Twitter:



J� a apresentadora Adriana Oliveira compartilhou em suas redes sociais o seguinte relato: 

"Estarrecedor. Inacredit�vel. Inaceit�vel. Viol�ncia brutal. Seria intermin�vel a lista do que fizeram com Dona Madalena. A Bahia ocupa 2 lugar em n�mero de empregadores que submeteram trabalhadores � situa��es an�loga � escravid�o. Me senti t�o pequena, t�o impotente diante da dor de Dona Madalena. Vontade de acolher e nunca mais ter not�cia de monstruosidades assim !"



Al�m do post:

 
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira 
 

O que � racismo?

O artigo 5º da Constitui��o Federal prev� que “Todos s�o iguais perante a lei, sem distin��o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pa�s a inviolabilidade do direito � vida, � liberdade, � igualdade, � seguran�a e � propriedade.”

Desse modo, recusar ou impedir acesso a estabelecimentos, recusar atendimento, impedir ascens�o profissional, praticar atos de viol�ncia, segrega��o ou qualquer outra atitude que inferiorize ou discrimine um cidad�o motivada pelo preconceito de ra�a, de etnia ou de cor � enquadrado no crime de racismo pela Lei 7.716, de 1989.

Qual a diferen�a entre racismo e inj�ria racial?

Apesar de ambos os crimes serem motivados por preconceito de ra�a, de etnia ou de cor, eles diferem no modo como � direcionado � v�tima. Enquanto o crime de racismo � direcionado � coletividade de um grupo ou ra�a, a inj�ria racial, descrita no artigo 140 do C�digo Penal Brasileiro, � direcionada a um indiv�duo espec�fico e classificada como ofensa � honra do mesmo.

Leia tamb�m: O que � whitewashing?

Penas previstas por racismo no Brasil

A Lei 7.716 prev� que o crime de racismo � inafian��vel e imprescrit�vel, ou seja, n�o prescreve e pode ser julgado independentemente do tempo transcorrido. As penas variam de um a cinco anos de pris�o, podendo ou n�o ser acompanhado de multa. 

Penas previstas por inj�ria racial no Brasil

O C�digo Penal prev� que inj�ria racial � um crime onde cabe o pagamento de fian�a e prescreve em oito anos. Prevista no artigo 140, par�grafo 3, informa que a pena pode variar de um a tr�s anos de pris�o e multa. 

Como denunciar racismo?

Caso seja v�tima de racismo, procure o posto policial mais pr�ximo e registre ocorr�ncia.
Caso testemunhe um ato racista, presencialmente ou em publica��es, sites e redes sociais, procure o Minist�rio P�blico e fa�a uma den�ncia.


 


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