Caso Gyselle Soares exp�e pr�tica de embranquecimento na TV e cinema

Em meio a importantes conquistas em Hollywood, como  a premia��o do Oscar 2021 que ficou marcado como o Oscar da diversidade , e a��es de outras premia��es para impulsionar a pluraridade, cinema, TV e teatro ainda enfrentam problemas recorrentes, como o embranquecimento dos personagens, tamb�m conhecido como whitewashing. A pr�tica, que ocorre n�o apenas nos Estados Unidos, teve discuss�o recente envolvendo a atriz Gyselle Soares.
 

A frente do Teatro 4 de Setembro, no Centro de Teresina, foi ocupado nessa ter�a-feira (12/10) por protestos do movimento negro pela  escolha da atriz Gyselle Soares para interpreta��o de Esperan�a Garcia na pe�a “Uma escrava chamada Esperan�a  escrita e dirigida por Valdsom Braga. Os manifestantes defendem que a escala��o da atriz representa o embranquecimento da personalidade negra.

Em resposta �s cr�ticas pela sua escolha no papel de uma mulher negra, a ex-BBB declarou que se considera de todas as cores e "As pessoas t�m que comentar o que acham, a gente tem que respeitar o direito de resposta delas, e � importante pra mim como atriz poder ser qualquer coisa, posso viver o que quiser, se eu quiser ser uma leoa, vou ser uma leoa, se quiser ser uma escrava, vou ser uma escrava e viver de uma forma bonita".

Casos de embranquecimento 

Em 1963, Elizabeth Taylor foi escalada para viver Cle�patra, no filme hom�nimo e se tornou um exemplo cl�ssico de whitewashing em Hollywood. No caso, A atriz norte-americana e branca interpretava uma figura hist�rica eg�pcia. Em 2020 o debate acerca da famosa rainha do Egito voltou � tona com a escala��o da atriz israelense Gal Gadot para viver Cle�patra.  

Esse n�o foi o �nico caso envolvendo a hist�ria do Egito. O filme Deuses do Egito, de 2016, tem um elenco que passa longe de parecerem realmente eg�pcios e trazerem autenticidade, sendo um dos atores principais loiro.

Em 2010 ativistas do movimento negro protestaram contra a escala��o de G�rard Depardieu como Alexandre Dumas no filme “L'Autre Dumas”. Gerard � branco, loiro e de olhos claros, enquanto o famoso autor de “Os tr�s Mosqueteiros” era negro. O ator usou maquiagem e peruca para aproximar sua apar�ncia com a de Alexendre. 

J� em 2017, o filme “A vigilante do amanh�” rendeu duras cr�ticas pelos f�s e cr�ticos, uma vez que � baseado em um famoso mang� japon�s, mas boa parte do elenco, inclusive a personagem principal, foi composto por atores brancos.  Com Scarlett Johansson e Michael Pitt como protagonistas, os atores asi�ticos ficaram apenas com pap�is secund�rios na trama .

O anime Avatar – A lenda de Aang � claramente inspirado na cultura asi�tica, mas na realiza��o da adapta��o para o cinema, os tr�s personagens principais foram interpretados por atores brancos. No caso de “O �ltimo mestre do ar”, apenas os antagonistas foram interpretados por atores que n�o eram brancos. 

Outro caso que envolve whitewashing de personagens asi�ticos ocorreu no filme “Doutor Estranho”, no qual o papel do anci�o, representado nos quadrinhos como tibetano, caiu nas m�os da inglesa Tilda Swinton.

No Brasil a novela “Sol Nascente”, de 2016, acompanhava a vida de uma fam�lia de descendentes de japoneses, entretanto a escala��o da personagem principal levantou pol�mica, quando Daniele Suzuki afirmou ter sido substitu�da por Giovanna Antonelli. A personagem, que deveria ser filha biol�gica do personagem Tanaka, teve que ser alterada e passou a ser filha de cria��o para explicar a falta de tra�os asi�ticos.

 

Esperan�a Garcia foi uma mulher negra, escravizada e hoje considerada a primeira advogada do estado do Piau� devido ao reconhecimento da natureza jur�dica de uma carta escrita por ela em 1770.

Na carta, em car�ter de peti��o, Esperan�a exp�e agress�es sofridas por ela e seu filho, e pede que seja enviada de volta ao conv�vio de seu marido e filha. O reconhecimento jur�dico de Esperan�a foi realizado durante solenidade no dia 5 de setembro de 2017 pela seccional da OAB do Piau�.