
A morte de Jo�o do Rio completou um centen�rio em agosto deste ano. O jornalista negro, gay e gordo morreu de infarte fulminante em 1921, mas deixou legado para o jornalismo e a literatura. Cronista, tradutor e teatr�logo, ajudou a formalizar a profiss�o de jornalista, que, na �poca, era considerada um “bico”. A hist�ria dele � contada na exposi��o "Cintilando e causando frisson - 140 anos de Jo�o do Rio", mostra online no Museu Bajub� que segue at� 26 de novembro.
Teve seu primeiro texto publicado em 1899 no jornal O Tribunal, e depois colaborou com diversos ve�culos. Em 1902, teve seu sonho destru�do pelo Bar�o do Rio Branco ao ser impedido de ingressar no Itamaraty por ser “gordo, amulatado e homossexual”, o que estava longe de ser a imagem ideal para um diplomata na �poca.
Em 1904 escreveu uma s�rie de reportagens sobre as religi�es brasileiras, sendo cinco delas dedicadas a religi�es de matrizes africanas. A obra foi t�o bem desenvolvida que se tornou livro e um dos primeiros best-sellers brasileiros com mais de 8mil c�pias vendidas em seis anos, um grande feito para a �poca devido ao baixo n�mero de pessoas alfabetizadas e o tema abordado.
Se dedicava em tempo integral � atividade de rep�rter, e saia as ruas para acompanhar as mudan�as pelas quais o Rio de Janeiro passava na �poca, com grandes reformas estruturais. O olhar antropol�gico e social registrava a cidade em si e escrevia sobre problemas sociais como viol�ncia urbana, prostitui��o, meninos de rua e defendeu o direito das mulheres, os direitos trabalhistas e a melhoria das condi��es de trabalho. Sobre a viol�ncia contra a mulher, escreveu: “A totalidade dos c�rebros masculinos n�o pensa no outro sexo sem um desejo de humilha��o sexual”.
Em 1910 se tornou membro da Academia Brasileira de Letras, mas em 1913 se afastou da entidade e deixou expresso seu desejo de n�o ter seu vel�rio realizado no local.
Em comemora��o ao centen�rio de sua morte, o Museu Bajub� est� iniciando suas atividades com a realiza��o de uma exposi��o gratuita e online. “Cintilando e causando frisson – 140 anos de Jo�o do Rio” apresenta a trajet�ria de Joao do Rio e conta com cerca de noventa imagens.
SERVI�O
Exposi��o "Cintilano e causando frisson - 140 anos de Jo�o do Rio"
Mostra online do Museu Bajub�
At� 26 de novembro