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Estado de Minas HIST�RIA

D. Pedro 1�: como personalidade 'explosiva' do monarca moldou a hist�ria do Brasil

Primeiro imperador do pa�s alternou ideais democr�ticos e atitudes autorit�rias, angariou respeito por decis�es de coragem em momentos cruciais e foi confrontado pelo abuso sobre a esposa, Dona Leopoldina.


27/03/2022 00:31 - atualizado 27/03/2022 09:00


O imperador brasileiro D. Pedro 1º
(foto: Universal History Archive)

"O Brasil ser� escravizado, mas os brasileiros n�o", escreveu D. Pedro 1º em carta a seu pai, D. Jo�o 6º, duas semanas depois da proclama��o da independ�ncia do Brasil.

"Enquanto houver sangue nas veias, h� de correr e primeiramente h�o de conhecer melhor o rapazinho e at� que ponto chega sua capacidade."

O coloquial "rapazinho" na correspond�ncia real � uma refer�ncia ir�nica (e raivosa) ao apelido que D. Pedro 1º ganhou de seus detratores em Lisboa.

As palavras escolhidas na correspond�ncia d�o mostras da atitude de confronto que seria uma constante na trajet�ria do monarca, cujos tra�os de personalidade exerceram grande influ�ncia sobre a constru��o hist�rica, pol�tica e territorial brasileira.

Foi o imperador que contestou ideais do poder absoluto da monarquia, ao mesmo tempo que governou de modo desp�tico e violento.

Tomou decis�es com coragem e responsabilidade em epis�dios dram�ticos e cruciais, mas tamb�m foi o homem que sujeitou Dona Leopoldina - esposa, imperatriz e elemento importante no processo de independ�ncia - a uma longa e cruel humilha��o p�blica.

Quem foi D. Pedro 1º

D. Pedro 1º nasceu em Portugal no ano de 1798. Uma �poca de transi��o hist�rica, em que os ideais da Revolu��o Francesa e o abalo provocado em reinos europeus continuavam a ganhar tra��o.

Portugal j� era um imp�rio colonial decadente, tinha perdido a for�a mar�tima de s�culos antes e sofria com problemas pol�ticos e econ�micos.

D. Jo�o 6º, retratado por historiadores como um mandat�rio indeciso e vacilante, havia assumido efetivamente o poder no final do s�culo 18 com a morte de seu irm�o mais velho e a deteriora��o do estado mental da rainha, Maria 1ª.


Embarque da família real portuguesa para o Brasil em pintura atribuída a Nicolas-Louis-Albert Delerive
Embarque da fam�lia real portuguesa para o Brasil em pintura atribu�da a Nicolas-Louis-Albert Delerive (foto: Museu Nacional dos Coches)

A ascens�o de Napole�o Bonaparte e seu �mpeto expansionista pelo continente europeu, no in�cio do s�culo seguinte, levaram D. Jo�o 6ª a uma fuga ca�tica de Portugal - a corte e a infraestrutura real foram amontoadas �s pressas em navios e parte da comitiva foi apedrejada pela popula��o no caminho para o porto.

O importante epis�dio da hist�ria brasileira conhecido como a vinda da fam�lia real em 1808 tamb�m representou uma situa��o in�dita na trajet�ria da Europa: pela primeira vez, um rei do continente colocava os p�s no "Novo Mundo".

O pr�ncipe Pedro, filho de D. Jo�o 6º com a espanhola Carlota Joaquina, tinha 9 anos quando aportou no Brasil.

Destacou-se na adolesc�ncia por cultivar atividades f�sicas, gostar de trabalhos manuais e pela inclina��o musical. Aprendeu v�rios instrumentos como flauta, violino e fagote.

Apesar de ser retratado muitas vezes como um imperador pouco sofisticado, D. Pedro 1º se tornaria compositor erudito.

Escreveu a melodia do Hino da Independ�ncia, que tem letra de Evaristo da Veiga ("J� podeis da p�tria filhos..."), e teve pe�a de abertura apresentada no fim da vida em Paris por Rossini, autor da famosa �pera O Barbeiro de Sevilha.

No entanto, segundo o livro Dom Pedro Empereur du Br�sil, Roi de Portugal (Dom Pedro Imperador do Brasil, Rei de Portugal, em franc�s), de Denyse Dalbian, jornais da capital francesa ironizaram o j� ex-imperador em 1831 dizendo que os brasileiros pediram sua abdica��o por causa da qualidade da m�sica.

Mas, de fato, a juventude passada no Rio de Janeiro imperial ajudou a forjar a imagem do D. Pedro 1º impulsivo e dado a fortes emo��es.

O ent�o pr�ncipe sofreu diversos acidentes ao pilotar carruagens em alta velocidade que resultaram em les�es e costelas quebradas. Por outro lado, tornou-se um excelente cavaleiro. Tamb�m j� sofria os ataques epil�ticos que perdurariam ao longo da vida.

Os registros hist�ricos falam de uma "viv�ncia indisciplinada" do pr�ncipe e distante de quest�es pol�ticas e administrativas at� seus 19 anos.

As novas ideias que provocavam mudan�as dram�ticas na Europa e nos Estados Unidos, no entanto, j� fermentavam na cabe�a do jovem monarca. Era o D. Pedro "liberal", ou seja, contr�rio � velha ordem absolutista.

"Boa parte dessas ideias liberais, em contraposi��o aos ideais absolutistas, chegaram, n�o s� � Europa, mas � Am�rica, trazidos pela Revolu��o Francesa e pela chamada Era Napole�nica, quando os direitos dos homens e dos cidad�os mudaram em boa parte da Europa invadida por Napole�o Bonaparte", afirma o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, autor de D. Pedro - A Hist�ria N�o Contada (Leya, 2015).

Ao menos enquanto um ideal, o monarca demonstrou apoio � causa abolicionista. Em um texto ap�crifo que tem a letra de D. Pedro 1º e est� no arquivo do Museu Imperial de Petr�polis (RJ) � afirmado que "todo senhor de escravo desde pequeno come�a a olhar o seu semelhante com desprezo" e "eu sei que o meu sangue � da mesma cor que o dos negros".

Segundo Rezzutti, "era um mundo novo, com ideias e atitudes e uma forma nova de se pensar que ia contra as formas pol�ticas anteriores".

Um pensamento avan�ado para um integrante de uma monarquia da �poca, embora a corte imperial n�o abrisse m�o da escravid�o para atend�-la.

Agita��es

Entre meados da d�cada de 1810 e o come�o do ano de 1821, a queda de Napole�o e as consequentes mudan�as e agita��es pol�ticas na Espanha e em Portugal (tutelado pela Inglaterra) colocaram press�o sobre a fam�lia imperial.

A popula��o lusitana pedia a volta da fam�lia real a Lisboa, a obedi�ncia a uma Constitui��o ainda a ser escrita (e com menos poderes para o rei) e a revers�o das condi��es mais privilegiadas que o Brasil recebeu como sede do imp�rio.

A esse cen�rio complicado somavam-se movimentos independentistas no Nordeste brasileiro, que poderiam fracionar o territ�rio.

D. Jo�o 6º decidiu embarcar para Portugal em abril de 1821.


D. Pedro 1º e Dona Leopoldina em pintura de Arnaud Pallière
D. Pedro 1� e Dona Leopoldina em pintura de Arnaud Palli�re (foto: Dom�nio P�blico)

D. Pedro 1º permaneceu no pa�s com Dona Leopoldina, filha do imperador da �ustria, com quem havia se casado alguns anos antes. A uni�o entre os Habsburgos e a Casa de Bragan�a era um passo fundamental para um projeto de poder na �poca.

Na juventude, a imperatriz brasileira foi amiga do compositor austr�aco Franz Schubert e conviveu com o escritor alem�o Goethe. Essa bagagem cultural foi transmitida ao marido D. Pedro 1º, que lamentava n�o ter recebido instru��o melhor.

Leopoldina ajudou o marido com conselhos e an�lises pragm�ticas no processo que resultou na independ�ncia do pa�s.

Um exemplo foi seu papel na articula��o, junto a Jos� Bonif�cio, do "Fico" de D. Pedro, que havia sido instado a voltar a Portugal e oficializar assim o retorno do Brasil � condi��o de col�nia.

Antes do retorno a Portugal, por sinal, D. Jo�o 6º disse: "Pedro, se o Brasil se separar, antes seja por ti, que me h�s de respeitar do que para algum desses aventureiros".

Esse cen�rio influenciou D. Pedro 1º at� o momento da not�ria frase "como � para o bem de todos e felicidade geral da na��o, estou pronto: diga ao povo que fico", publicada em um edital do Senado em 10 de janeiro de 1822 - e n�o proferida no dia anterior como se pensa popularmente.

O processo de independ�ncia se firmou.

Car�ter explosivo

D. Pedro 1º escutava conselhos de pessoas como D. Leopoldina e Jos� Bonif�cio, mas, como se fixou a imagem popular, tinha um car�ter explosivo.

Rezzutti lembra que "ele n�o pensou duas vezes em combater diretamente a divis�o militar portuguesa que se levantou contra os cariocas ap�s o Dia do Fico".

"Certamente, o temperamento exaltado e impulsivo de D. Pedro 1º, totalmente diverso do temperamento de seu pai, contribuiu para o avan�o da causa dos brasileiros", analisa Isabel Lustosa, autora de D. Pedro I: Um Her�i sem Nenhum Car�ter (Cia. das Letras, 2006).

"Apesar de n�o ser exatamente um homem ilustrado, era inteligente e sabia ouvir as pessoas mais preparadas", complementa a historiadora.

No 7 de Setembro, D. Pedro 1º recebeu o comunicado das Cortes portuguesas (uma assembleia representativa da �poca) com novas medidas que inclu�am a pris�o de membros do governo e a renova��o da exig�ncia de que o pr�ncipe voltasse a Lisboa. Logo partiu para a rea��o.

De acordo com o relato do padre Belchior, que estava junto no momento da proclama��o, D. Pedro 1º disse: "As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e brasileiro. Pois ver�o agora quanto vale o rapazinho" - em outra men��o ao apelido jocoso usado pelos advers�rios em Portugal.

O padre descreve a cena contando que D. Pedro 1º arrancou do chap�u o la�o azul e branco, s�mbolo de Portugal como na��o, e disse: "La�os fora soldados. Viva a Independ�ncia, a liberdade e a separa��o do Brasil!".


Quadro de François-René Moreaux que retrata a proclamação da independência brasileira
Quadro de Fran�ois-Ren� Moreaux que retrata a proclama��o da independ�ncia brasileira (foto: Biblioteca Nacional)

Segundo o religioso, "D. Pedro embainhou a espada" e declarou: "Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante ser� Independ�ncia ou Morte!".

Paulo Rezzutti diz que D. Pedro 1º era "intempestivo", mas "n�o era burro". "Ele j� sabia que o caminho do rompimento seria inevit�vel para a manuten��o da autonomia do Brasil."

A narra��o em tom heroico do 7 de Setembro que � feita pelo padre Belchior inclui uma passagem de fama aned�tica: D. Pedro viveu esse dia crucial afetado "por uma disenteria que o obrigava a todo momento a apear-se para prover".

O historiador Ot�vio Tarqu�nio de Sousa relata que "A 7 (de Setembro) voltava o pr�ncipe da terra dos Andradas e dos Gusm�es (a cidade de Santos), num estado de sa�de que, embora sem nenhuma gravidade, por certo o aborrecia. A mudan�a de alimenta��o, um gole de �gua menos pura, fosse o que fosse, a verdade � que suas fun��es intestinais acusavam dist�rbios impertinentes, que o obrigavam a alterar o ritmo da marcha, a separar-se da comitiva, em paradas incoerc�veis".

Assumidos os t�tulos de primeiro imperador brasileiro e "defensor perp�tuo" do pa�s, D. Pedro 1º viveu um per�odo curto de aclama��o p�s-independ�ncia. Menos de um ano depois, entraria em choque com opositores e, mais tarde, at� apoiadores, como Jos� Bonif�cio.

Vida amorosa atribulada

Al�m da atua��o pol�tica, a atribulada vida amorosa e sexual de D. Pedro I ganharia aten��o do p�blico.

Conhecido por um grande n�mero de casos com mulheres da corte desde cedo, o imperador agora vivia de forma cada vez mais aberta a intensa rela��o com a amante Domitila de Castro Canto e Melo, que se tornaria a Marquesa de Santos.

"A favorita do imperador" ganhava n�o apenas presentes car�ssimos como tamb�m t�tulos de nobreza, posses de terrenos e controlava, junto com seus parentes, o tr�fico de influ�ncia para quem precisava de favores na burocracia real.


Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em pintura de Francisco Pedro do Amaral
Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em pintura de Francisco Pedro do Amaral (foto: Museu Hist�rico Nacional)

"Domitila teve a intelig�ncia de usar um h�bito real que estava em desuso na Europa. At� a Revolu��o Francesa, reis com suas 'favoritas' eram um sinal de virilidade, de um monarca potente. Depois virou um sin�nimo de decad�ncia e fragilidade", diz a historiadora Mary del Priore, que escreveu A Carne e o Sangue - A Imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos (Rocco, 2012).

"N�o � � toa que D. Pedro ter� caricaturas espalhadas no Rio e em Salvador 'montado' por Domitila."

As cartas trocadas entre D. Pedro 1º e Domitila mostravam um grande envolvimento amoroso, eram assinadas com apelidos como "Demon�o" e "Fogo Foguinho" e temperadas com detalhes er�ticos dirigidas a "Tit�lia".

Os privil�gios e as vantagens dadas a Domitila chegaram a tal ponto que ela circulava e at� viajava ao lado de D. Leopoldina quando toda a corte tinha clareza do status das mulheres em torno do imperador.

"Leopoldina foi certamente molestada psicologicamente", afirma Del Priore. A primeira imperatriz brasileira morreu em 1826, aos 29 anos. Correspond�ncia para o imp�rio austr�aco cita "estado convulsivo" da imperatriz antes dos momentos finais.

A Marquesa de Santos virou, ao final, uma inconveni�ncia pol�tica para D. Pedro 1º. Entre idas e vindas, ele encerrou o relacionamento. Numa carta, diz a ela: "Eu te amo, mas amo mais a minha reputa��o".

"Tu n�o h�s de querer a minha ru�na nem a ru�na de teu e meu pa�s."

Crise pol�tica e abdica��o

Apesar de saudado pela simpatia �s ideias liberais e esp�rito reformista do absolutismo, D. Pedro 1º suspendeu direitos da popula��o em prov�ncias brasileiras.

Integrantes de movimentos separatistas foram presos, deportados ou executados.


Abdicação de D. Pedro I em pintura de Aurélio de Figueiredo
Abdica��o de D. Pedro I em pintura de Aur�lio de Figueiredo (foto: Biblioteca Nacional)

"Pode-se dizer que ele foi sempre um homem dividido. Entre ser brasileiro e ser portugu�s e entre ser liberal e ser absolutista. Mas tamb�m pode-se de considerar que ele foi um sucesso dentro dessa contradi��o pois fundou o Brasil como estado independente e manteve a dinastia Bragan�a no trono dos dois pa�ses", diz Isabel Lustosa.

Em maio de 1823, quando a Assembleia Geral come�ou os trabalhos para elaborar uma carta constitucional, D. Pedro 1º leu um discurso com o seguinte trecho: "Aceitarei e defenderei a Constitui��o, se for digna do Brasil e de mim".

A sugest�o de que a palavra final sobre o texto teria que ser do imperador marcou uma disputa de anos com parlamentares e outros atores pol�ticos. D. Pedro 1º, mais tarde, dissolveria com um decreto a Assembleia Constituinte por ver, segundo ele, "a p�tria em perigo".

A decis�o acirrou �nimos entre brasileiros e portugueses residentes no pa�s e contrastava com a imagem de monarca reformador e simp�tico aos ideias liberais que se espalhava no exterior.

"Ao mesmo tempo em que ele foi o campe�o do liberalismo na Europa, aqui ele deixou diversas lembran�as de seus arroubos, quando ele mandou fechar a Assembleia Constituinte e ele mesmo outorgou uma constitui��o para o Brasil, mais liberal que aquela que a Assembleia estava fazendo que, por outro lado, inclu�a o Poder Moderador permitindo ao imperador nomear seu pr�prio minist�rio sem interfer�ncia do Parlamento", explica Rezzutti.

Quando o conflito acerca da carta e de seu gabinete de ministros recrudesceu, o monarca declarou: "Prefiro abdicar a aceitar imposi��es violentas contr�rias � Constitui��o".

E tamb�m disse : "Entre mim e o Brasil tudo est� acabado e para sempre". No entanto, fez diversas manifesta��es com afeto sobre o pa�s at� o fim da vida.

O imperador oficialmente abriu m�o do trono brasileiro, que passava para o filho Pedro, com 5 anos nesse momento. O pa�s seria governado por uma reg�ncia at� que o menino completasse 15 anos.


Casamento de D. Pedro I com D. Amélia de Leuchtenberg
Casamento de D. Pedro I com D. Am�lia de Leuchtenberg (foto: Universal History Archive)

Ap�s a abdica��o, D. Pedro 1º foi abrigado em navios estrangeiros na Ba�a da Guanabara, auxiliada pelas embaixadas da Fran�a e da Inglaterra. O primeiro destino com a nova esposa, D. Am�lia de Leuchtenberg, seria a regi�o francesa da Normandia.

A batalha final

D. Pedro 1º, no entanto, se estabeleceria em Paris. E a recep��o na Fran�a marcou uma grande diferen�a em rela��o ao que o ex-imperador havia vivido nos �ltimos anos no Brasil.

D. Pedro 1º era celebrado como exemplo de monarca europeu com ideias modernas. Foi acolhido por Lu�s Filipe 1º, o "rei-cidad�o", e frequentava a vida cultural parisiense e convescotes da alta sociedade.

Apesar da rotina festiva, D. Pedro 1º tinha o projeto de recuperar o poder em Portugal, agora nas m�os do irm�o mais novo, D. Miguel - este visto na pol�tica europeia como algu�m que estava promovendo uma retomada absolutista.

Para isso, liderou um plano considerado quase quixotesco em que arregimentou, entre portugueses exilados e mercen�rios, uma for�a de cerca de 8 mil homens. Do outro lado, as for�as de D. Miguel somavam 80 mil. O equipamento de guerra do lado "liberal" tamb�m era parco e de qualidade ruim.

D. Pedro 1º, no entanto, superou o progn�stico largamente desfavor�vel e conseguiu tirar D. Miguel do poder.

� contabilizado como fator da vit�ria da desacreditada campanha a lideran�a do ex-imperador brasileiro e sua atua��o na frente de batalha, cavando trincheiras e circulando pr�ximo de bombas e tiroteios.

O trono portugu�s iria para a filha Maria da Gl�ria, de 15 anos, que se tornaria a rainha Maria 2ª. Quando D. Jo�o 6º morreu, em 1826, D. Pedro 1º estava sob forte desconfian�a de que estava deixando de lado os assuntos brasileiros em nome de um interesse na Coroa portuguesa - al�m de um desencadear um processo que poderia acabar em uma temida reunifica��o. Assim, seguiu o conselho de renunciar.

"A coer�ncia maior da sua luta contra o absolutismo � ele ter abdicado de duas coroas e lutado contra o irm�o, campe�o dos absolutistas portugueses, para colocar a sua filha, D. Maria 2ª, no trono de Portugal e fazer valer a constitui��o que ele deu ao pa�s em 1826", diz Rezzutti.

Ao final da batalha pela retomada do poder em Portugal, D. Pedro 1º se viu com crises de falta de ar e tuberculoso. Morreu em 24 de setembro de 1834, aos 35 anos.

Segundo o escritor Ant�nio Feliciano de Castilho, as ruas de Lisboa ficaram "inundadas de portugueses" enquanto a carruagem seguia com o corpo do monarca.

Os restos mortais voltaram ao Brasil em 1972, nos 150 anos da independ�ncia do pa�s, e foram exumados em 2012 pela arque�loga e historiadora Valdirene do Carmo Ambiel.

As an�lises mostraram fraturas de quedas de cavalo e que o imperador tinha entre 1,66m e 1,73m de altura.

Sua ossada est�, junto com as de suas duas esposas, na cripta imperial, no Parque da Independ�ncia, em S�o Paulo.

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