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Estado de Minas CARNAVAL 2022

'Zap' de Carlinhos Brown e 'samba-carta' entram para a hist�ria do carnaval

Can��es feitas para os desfiles na Sapuca� 'grudaram' na mente do p�blico e podem virar antologias


25/04/2022 04:00 - atualizado 25/04/2022 12:06

Mocidade Independente de Padre Miguel
Integrantes da Mocidade Independente de Padre Miguel durante o desfile que falou de Ox�ssi: Brown participou da composi��o de letra e m�sica (foto: Marcelo Pimentel/AFP)
Rio de Janeiro – O at�pico carnaval de abril terminou, mas promete deixar obras atemporais na discografia do mais brasileiro dos ritmos musicais. Do "samba-carta" levado pela Unidos do Viradouro � densa can��o feita por Carlinhos Brown para a Mocidade Independente de Padre Miguel, h� vertentes para todos os gostos. A folia deste ano no Rio de Janeiro (RJ) apresentou, inclusive, uma can��o destinada a Martinho da Vila, que, na verdade, � uma minibiografia em versos divididos por quatro estrofes.

E se voc� pensou que para fazer samba de enredo � preciso destampar cervejas e queimar uma carne, errou. Brown � prova disso, porque, para compor com os parceiros cariocas, recorreu ao WhatsApp. A troca de mensagens foi fundamental para fazer o grupo se acertar e vencer o concurso interno da Mocidade para definir, entre 11 sambas inscritos, qual deles representaria o enredo sobre o orix� Ox�ssi na Marqu�s de Sapuca�.

Multi-instrumentista, Brown n�o conhecia os futuros colegas de caneta na Mocidade. T�o logo receberam a not�cia de que teriam a miss�o de escrever sobre um tema ligado �s religi�es de matriz africana, um grupo de compositores, liderado por Diego Nicolau, pensou em convidar um artista de "meio de ano" para ajudar na feitura da obra. Pensaram, ent�o, em dois nomes: Margareth Menezes e Carlinhos Brown – que, quando convidado, aceitou de pronto.

"Quem � que n�o conhece ‘l� vem a bateria da Mocidade Independente’? Isso � um cl�ssico do mundo. Uma comunidade como essa � algo a se respeitar quando voc� recebe um chamado", disse Brown ao Estado de Minas, citando o trecho de um samba de exalta��o � escola eternizado na voz de Elza Soares.

Embora Brown tenha abra�ado a ideia assim que ouviu a proposta, chegar at� ele n�o foi f�cil. Nasceu, ent�o, um verdadeiro telefone sem fio, segundo Nicolau. "Um dos compositores tinha o contato do contato da assessora dele. Quer�amos muito e fomos atr�s. Foi um dia especial quando veio a resposta de que ele gostaria de fazer parte."

O samba em homenagem a Ox�ssi se chama "Batuque ao ca�ador". Por isso, al�m de louvar a entidade, a letra exalta grandes ritmistas da hist�ria da escola, como os mestres Andr� – inventor das paradinhas –, Co� e Jorj�o, e o cuiqueiro Quirino. "� uma escola. Vim aprender", assinalou Brown.

O adiamento em dois meses do carnaval, previsto originalmente para fevereiro, contribuiu involuntariamente para fazer os sambas grudarem na mente do p�blico. Isso porque, com a mudan�a de data, muitos turistas desistiram de viajar ao Rio – como visto nos clar�es presentes nas arquibancadas do setor destinado aos foli�es estrangeiros. Em um Samb�dromo repleto de espectadores da cidade, mais habituados ao mundo carnavalesco, as can��es "colaram" naturalmente nos ouvidos.

J� sob os primeiros raios de sol da manh� de ontem, a Vila Isabel encerrou o desfile sobre Martinho da Vila acompanhada por foli�es que invadiram a passarela. A catarse foi impulsionada pelo samba de enredo azul e branco.

Um dos compositores da obra, Andr� Diniz costuma escrever com Martinho. Al�m dos sucessos musicais do sambista, a m�sica detalhou diferentes fases da vida do homenageado, como a rela��o com Angola e a cultura do pa�s africano.

"Saber onde o cora��o dele ia ser tocado foi fundamental. Falar da fam�lia, da m�e, da lideran�a comunit�ria no morro, do dono do palco e, principalmente, sem perder a simplicidade: o chinelo de dedo", afirmou Diniz. "O segredo do samba da Vila � a emo��o de uma crian�a que queria, um dia, sentar � mesa de um bar e trocar ideia com seu mestre", emendou.

Rituais pr�-canto

Alguns preferem ser chamados de int�rprete, como pedia Jamel�o; outros n�o se incomodam quando o termo "puxador" � usado. Independentemente disso, boa parte dos cantores das escolas segue rituais espec�ficos antes do desfile.

Wander Pires, da Mocidade, chegou � avenida fumando um charuto. Concentrado, ele intercalava o fumo a pequenas doses de nebuliza��o para preservar o f�lego antes de ter que cantar por mais de uma hora. Antes da largada, Wantuir e Wic Tavares, da Unidos da Tijuca, eram s� sorrisos. Pai e filha, eles tiraram fotos e trocaram abra�os com colegas de pavilh�o.

Wantuir, ali�s, fez quest�o de revelar o que fez para entrar no esp�rito da tem�tica ind�gena apresentada pela Tijuca. Ele foi a uma aldeia e tomou emprestado acess�rios para completar o visual. "Fui buscar com eles para pegar a energia que trazem da terra e das nossas florestas."

Depois dos 12 cortejos iniciados na sexta, a expectativa, agora, est� centrada na abertura dos envelopes com as notas. A apura��o est� prevista para ocorrer �s 16h de amanh�.


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