
A vice-presidente da Comiss�o de Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ana Paula Vasconcelos, informou ao Correio que o local j� ficou abandonado outras vezes. Ela contou que a den�ncia chegou at� ativistas que atuam na prote��o de animais de forma volunt�ria e que, ao chegarem no local, eles se depararam com a situa��o. Segundo a advogada, trata-se de uma "situa��o antiga".
"Alguns protetores de animais do DF v�m acompanhando a situa��o na ch�cara h� muito tempo. O dono do lugar � um funcion�rio p�blico e tem muita resist�ncia em receber ajuda. Cerca de um m�s atr�s, ele se ausentou do abrigo porque foi internado, e alguns protetores locais tiveram acesso e foram l� alimentar os animais. Ficaram um tempo l� cuidando dos animais. Quando ele voltou, expulsou todo mundo de l�, registrou ocorr�ncia contra as pessoas que estavam l�, e agora, na semana passada, tomamos conhecimento de novo de que esses animais estavam abandonados", explicou a advogada.
"Diante disso, na �ltima sexta-feira, formamos uma for�a-tarefa para tentar ir l� e amenizar o sofrimento, e o dono do local n�o estava, quem permitiu a entrada foi a fam�lia dele. Nisso, vimos que os animais j� estavam h� muitos dias sem comida, com fome e sede, e um volunt�rio local encontrou diversos c�es e gatos mortos na propriedade", acrescentou Ana Paula.
De acordo com ela, no entanto, quando os volunt�rios voltaram ao local, na �ltima ter�a-feira (17/5), os vest�gios dos animais mortos haviam desaparecido. Agora, a preocupa��o � com os c�es e gatos que ainda vivem na propriedade. "Esperamos muito que o dono do local responda pelo crime de maus-tratos, porque j� � uma situa��o muito antiga", disse.
Procurada pelo Correio, a PCDF informou que o volunt�rio respons�vel por registrar a ocorr�ncia de maus-tratos disse ter comparecido � propriedade em 10 de mar�o para ajudar na limpeza dos canis e no tratamento dos c�es l� abrigados. No entanto, ao retornar com outros funcion�rios, dois dias depois, o dono da ch�cara impediu a continuidade do trabalho e a retirada de animais doentes.
Um dia depois, segundo a PCDF, o homem teria ido at� a resid�ncia do volunt�rio para reclamar que os animais estavam sem alimenta��o e sem limpeza. Ele respondeu que o trabalho n�o era de sua responsabilidade, pois foi impedido anteriormente de continuar os cuidados. Ainda de acordo com a investiga��o, na �ltima sexta-feira (13/5) a mulher do propriet�rio do suposto abrigo de animais entrou em contato com os volunt�rios que faziam a limpeza do espa�o e pediu ajuda com os animais. Ela teria informado que o marido passou mal, foi internado, e que afirmou n�o ter condi��es de cuidar dos animais e nem de custear os gastos.
"O fato est� sendo apurado pelos policiais da unidade", informou a assessoria da PCDF, em nota. O delegado da 18ª DP, Roney Teixeira, que investiga o caso, disse ao Correio que os policiais aguardam o resultado da per�cia feita no local.