
Dessa forma, com o “Programa Tim Lopes” da Associa��o Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), colegas est�o na regi�o para concluir as investiga��es.
A dupla foi dada como “desaparecida” em 5 de junho, ap�s dois meses de investiga��es a respeito de den�ncias ind�genas.
Conforme a apura��o do jornalista S�rgio Ramalho, da Abraji, Bruno teria identificado que um secret�rio municipal e tr�s servidores nomeados pelo prefeito teriam participa��o em pesca e ca�a predat�rias e invas�o de Terra Ind�gena.
Entre esses servidores, est� o parente de Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, que foi preso por suspeita de ter participado do assassinato da dupla. Ele, inclusive, � citado como o chefe local do principal grupo de invasores.
Ca�a e pesca predat�rias
Um dos colaboradores indigenistas, que mant�m o anonimato, trabalhava com Bruno e deu detalhes � Abraji sobre a ca�a e pesca predat�rias na regi�o.
Vale ressaltar, antes de mais nada, que este � o nome dado � pesca que burla a legisla��o brasileira e provoca extin��o de mam�feros aqu�ticos, diminui��o de popula��es de quel�nios, peixes e animais de valor econ�mico.
Entre eles, os pirarucus e tracaj�s s�o algumas dos mais valorizadas neste mercado clandestino. No entanto, no Vale do Javari, “o grupo tamb�m coleta ovos dessa esp�cie de c�gado e ca�a mam�feros de m�dio porte, como a anta e o queixada, chamado de porc�o pelos ind�genas”.
Leia tamb�m: Bruno e Dom: dupla foi morta por muni��o de ca�a
De acordo com a fonte ouvida pela Abraji, o “Pelado”, citado anteriormente, atuava como elo nessa cadeia de economia ilegal e atra�a pescadores para expedi��es nas Terras Ind�genas (que t�m acesso proibido de n�o ind�genas).
Assim, segundo a den�ncia, ele “garantia um constante fluxo de mercadorias ao narcotraficante, que as enviava para a Col�mbia e o Peru”.
Preju�zo
Essas expedi��es de grande porte t�m um financiamento entre R$ 10 mil a R$ 20 mil, mas que tinha um lucro quatro vezes maior. Os grupos de pescadores chegam a ocultar as embarca��es para n�o despertar aten��o de fiscais, “sobretudo no per�odo em que o indigenista Bruno Pereira coordenava o trabalho”.
“R�gido no cumprimento da lei, Bruno costumava imp�r preju�zos a essa cadeia de economia ilegal. Contudo, al�m da apreens�o dos peixes e quel�nios, Bruno tamb�m danificava embarca��es e seus motores, aumentando mais as perdas do grupo criminoso e a f�ria dos predadores”, apontou o informante.
E continua: “O ativista conta que Bruno Pereira vinha fornecendo informa��es ao jornalista Dom Phillips sobre as rela��es suspeitas envolvendo pescadores ilegais com o narcotr�fico e pol�ticos da regi�o. Dom estava escrevendo um livro sobre a TI do Vale Javari.”