
A Justi�a do Rio de Janeiro define, hoje, em audi�ncia de cust�dia, o destino dos quatro presos na Opera��o Sol Poente da Pol�cia Civil fluminense, que desvendou o golpe de R$ 725 milh�es aplicado por Sabine Boghici contra a pr�pria m�e, a francesa Genevi�ve Boghici, 82 anos, com a ajuda de uma fam�lia de cartomantes.
Ap�s passar pelo Instituto M�dico Legal (IML), para exames de corpo de delito, Sabine e as irm�s Rosa e Jacqueline Stanesco foram encaminhadas para o Instituto Penal Oscar Stevenson, na Zona Norte do Rio. O filho de uma das videntes, Gabriel Nicolau Translavin� Hafliger, tamb�m preso na opera��o, foi levado para a Cadeia P�blica Jos� Frederico Marques, na mesma regi�o.
Ap�s passar pelo Instituto M�dico Legal (IML), para exames de corpo de delito, Sabine e as irm�s Rosa e Jacqueline Stanesco foram encaminhadas para o Instituto Penal Oscar Stevenson, na Zona Norte do Rio. O filho de uma das videntes, Gabriel Nicolau Translavin� Hafliger, tamb�m preso na opera��o, foi levado para a Cadeia P�blica Jos� Frederico Marques, na mesma regi�o.
S�rgio Guimar�es Veras, advogado de defesa de Sabine, Rosa e do filho dela, diz que n�o houve um golpe. "Os quadros n�o s�o da m�e. Eram do pai, que faleceu. H� um invent�rio, e existem in�meros quadros, n�o s� aqueles que foram omitidos no invent�rio pela m�e. A m�e � a inventariante, mas a posse pode estar com qualquer um dos herdeiros", justifica. Para ele, o caso se trata da disputa judicial que existe entre a vi�va e a herdeira, desde 2019.
A a��o movida por Sabine pede busca e apreens�o de nove cachorros e dois gatos e a reavalia��o da divis�o do invent�rio. "Existe um invent�rio, uma discuss�o judicial. Isso n�o veio � tona, mas, num momento oportuno, vir� e a verdade ser� dita. Temos que deixar os preconceitos de lado e analisar os fatos. Mas, golpe n�o houve. Estamos terminando de estudar os autos. S�o cinco volumes. Hoje (ontem) vou decidir o que fazer", declarou o advogado.

Imigrantes europeus
O golpe milion�rio desvendado pela Delegacia Especial de Atendimento � Pessoa da Terceira Idade (Deapti) revelou, ainda, uma suposta briga de fam�lia por quebra de tradi��es.
A quadrilha que se juntou a Sabine para praticar o golpe � descendente de ciganos, com forte influ�ncia da linha kalderash, que desembarcou no Brasil na segunda onda de migra��o de europeus no pa�s, por volta dos anos 1900.
De acordo com reportagem do Jornal da USP, os ciganos chegaram pelo porto de Santos, em um boom de entrada de 15.475 romenos no pa�s.
A quadrilha que se juntou a Sabine para praticar o golpe � descendente de ciganos, com forte influ�ncia da linha kalderash, que desembarcou no Brasil na segunda onda de migra��o de europeus no pa�s, por volta dos anos 1900.
De acordo com reportagem do Jornal da USP, os ciganos chegaram pelo porto de Santos, em um boom de entrada de 15.475 romenos no pa�s.
A maior parte dos imigrantes romenos se instalou em Nova Igua�u, na Baixada Fluminense, onde Jacqueline Stanesco frequentava e prestava servi�os m�sticos. "Pela cren�a dela, s� poderia atender em Nova Igua�u, no terreiro, ou na casa em Ipanema, que tem um quarto espec�fico para esse fim", explicou o advogado de defesa, Hor�cio Cariello.
Em seu perfil nas redes sociais, Jacqueline se apresenta como cigana e neta de Sinor� Stanescos. Para demonstrar que � ligada � tradi��o m�stica dos ciganos, diz que � capricorniana — signo relacionado com foco e persist�ncia no trabalho.
Em seu perfil nas redes sociais, Jacqueline se apresenta como cigana e neta de Sinor� Stanescos. Para demonstrar que � ligada � tradi��o m�stica dos ciganos, diz que � capricorniana — signo relacionado com foco e persist�ncia no trabalho.
Ainda de acordo com a defesa, Jacqueline tinha brigas constantes com as primas Rosa e Diana porque n�o concordava com a forma como elas praticavam a leitura de cartas e o jogo de b�zios. "Elas n�o se falam h� pelo menos 15, 20 anos. Ela n�o concorda com a maneira errada das primas trabalharem, acha desonesto", disse Cariello.
Diana foi presa em flagrante, quatro meses atr�s, por ter amea�ado uma cliente ap�s prometer uma consulta gr�tis em seu consult�rio, em Copacabana. A v�tima foi uma dona de casa de 24 anos, atra�da por Diana. Com o pretexto de operar uma "cirurgia espiritual" para desfazer um "ritual macabro", teria cobrado R$ 4,3 mil pelo servi�o. O caso foi registrado na 13ª DP, em Ipanema. Ela foi libertada com o compromisso de cumprir pena alternativa. No caso do golpe milion�rio contra Genevi�ve, ela segue foragida.
Segundo o advogado, o reconhecimento de Jacqueline no caso contra a vi�va foi um equ�voco. Ele diz que o reconhecimento foi feito por fotografia, o que pode ter confundido a vi�va por causa da semelhan�a das videntes por for�a do parentesco. "Em 2020, ela estava reclusa por causa da pandemia, por isso n�o estava atendendo. Quando atende � em casa, na (rua) Vin�cius de Moraes, em Ipanema, e, no relato, o atendimento aconteceu na (Avenida) Atl�ntica (em Copacabana)", explicou.
A briga entre as primas tamb�m rendeu um inqu�rito na 14ª Delegacia de Pol�cia, no Leblon, por les�o corporal. O advogado esclarece que um dos motivos da rixa est� relacionado com uma suposta "sabotagem" nos cartazes espalhados pelas ruas para divulga��o dos servi�os de adivinha��o. "N�o foi encontrado nada na casa dela (de Jacqueline). N�o tem liga��o com as primas, nem de telefonema, nem de dep�sito", assegurou.