
Com isso, cresce tamb�m a preocupa��o de uma nova onda se consolidar no pa�s nas pr�ximas semanas, segundo especialistas.
O aumento, que j� havia sido antecipado pela Folha, j� � verificado tamb�m em Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Amazonas.
Os dados de hospitaliza��o s�o, em geral, mais confi�veis para se verificar a tend�ncia de alta ou queda da transmiss�o do v�rus, explica o professor da Unesp e coordenador da plataforma SP COVID-19 InfoTracker, Wallace Casaca.
"J� t�nhamos observado h� pouco mais de duas semanas um aumento de interna��es com in�cio na capital, se espalhando depois para a Grande SP. Hoje, a situa��o � de aumento tamb�m em regi�es pr�ximas, como Sorocaba e Campinas, embora em um ritmo menor que na capital", explica.
No estado de S�o Paulo, segundo dados dispon�veis at� o �ltimo dia 13 na plataforma Seade Coronav�rus, do governo, o n�mero de novas interna��es por COVID saltou de 134, no dia 30 de outubro, para 333 (aumento de 148,5%). No per�odo que abrange as �ltimas quatro semanas, a ocupa��o dos leitos de UTI COVID mais que dobrou, de 15,3%, no dia 13 de outubro, para 32% at� o �ltimo domingo (13/11).
J� as novas interna��es na Grande S�o Paulo subiram de 112, no dia 30 de outubro, para 256 at� 13 de novembro, uma varia��o de mais de 128%. Por�m, o pesquisador ressalta que cerca de 60% das interna��es que ocorrem no estado s�o da capital. "� quando se alastra para o interior que temos um ind�cio de uma nova onda", avalia Casaca.
Na �ltima semana, o governo paulista emitiu um alerta devido � situa��o preocupante do aumento de interna��es no estado e na capital e recomendando o uso de m�scaras, dentre outras medidas.
Em entrevista � Folha na �ltima sexta-feira (11/11), o secret�rio da pasta de ci�ncia e pesquisa em sa�de, David Uip disse que o alerta j� foi dado. "A recomenda��o [de m�scaras] j� foi feita e o governador est� informado. As pessoas v�o fazer testes em farm�cias com sintomas e sem m�scaras", refor�ou.
Apesar da recomenda��o, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) disse, no �ltimo domingo (14/11), que n�o vai retomar o uso de m�scaras obrigat�rio el locais fechados, diferentemente do que vem sendo proposto pelas principais universidades paulistas, como USP e Unicamp.
Al�m de SP, outros estados j� come�am a apresentar tend�ncia de subida. No Rio de Janeiro, o n�mero de hospitalizados com Srag COVID no �ltimo m�s saltou de 20, no dia 2 de outubro, para 82 at� o dia 5 de novembro.
Tamb�m no Amazonas e no Rio Grande do Sul houve um aumento de casos de Srag em adultos na �ltima semana epidemiol�gica, de acordo com o boletim InfoGripe da Fiocruz mais recente.
"Os dados s�o ainda parciais, mas j� observamos uma manuten��o da tend�ncia de aumento no Amazonas, principalmente em Manaus, e em outros tr�s estados, S�o Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, [...] onde j� observamos uma tend�ncia de aumento das interna��es por s�ndrome gripal nos adultos e em particular naqueles indiv�duos com mais de 60 anos", disse Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Apesar da alta de hospitaliza��es, ainda � dif�cil mensurar qual vai ser o tamanho da nova onda que se aproxima, diz Gomes. Como h� possibilidade de atraso no registro laboratorial, � prov�vel que a verdadeira dimens�o de casos seja ainda maior.
Mesmo assim, o �ndice de transmiss�o do coronav�rus, conhecido como Rt, segue em alta nas �ltimas quatro semanas, passando de 0,76, no dia 2 de outubro, para 1,27 no �ltimo domingo (13/11). Uma taxa acima de 1 significa que cada pessoa com o v�rus transmite para uma outra pessoa ou mais.
De acordo com dados do cons�rcio de ve�culos de imprensa, a m�dia m�vel de casos de COVID subiu 77% no �ltimo domingo em rela��o �s duas semanas anteriores. J� a m�dia m�vel de �bitos caiu 36% no mesmo per�odo.
"� uma nova onda de �bitos? N�o sabemos. Com certeza � uma nova onda de casos, e isso � grave porque sempre gera �bitos. J� estamos vendo as equipes de sa�de se preparando, mas o mais importante � mobilizar novamente o poder p�blico, retomar o uso de m�scaras e atualizar o refor�o das vacinas", avalia Casaca.
A taxa de positividade dos testes realizados em laborat�rios do grupo Fleury tamb�m apresentou um novo aumento na segunda semana de novembro em rela��o ao per�odo anterior, de 31 de outubro a 6 de novembro. Enquanto 3 em cada 10 testes realizados at� o dia 6 eram positivos, esse �ndice passou para 39% at� esta segunda --um aumento de 30% da positividade.
Segundo a infectologista Carolina L�zari, do Fleury Medicina e Sa�de, a procura por testes aumentou cinco vezes na �ltima semana. "Sem d�vida esse aumento se deu porque as pessoas estiveram mais em contato com infectados e tamb�m pelo aumento de casos sintom�ticos", afirma.
Para o virologista e coordenador da Rede Corona-�mica BR do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o, Fernando Spilki, apesar de o aumento de casos notificados ser sobre uma base relativamente pequena de amostras --considerando que, atualmente, s�o poucos os testes feitos em compara��o aos outros per�odos da pandemia--, � poss�vel sim verificar uma eleva��o.
"� dif�cil n�o termos uma nova onda porque nos anos anteriores o perfil [da pandemia] foi de aumento de hospitaliza��es seguido por aumento das notifica��es, e isso se repetiu na �poca de final de primavera e in�cio de ver�o, quando entraram novas cepas circulantes no hemisf�rio Norte no pa�s", disse.
Casaca, do InfoTracker, tamb�m espera que o crescimento seja ainda maior nos pr�ximos dias. "Infelizmente, a not�cia hoje � que come�amos a entrar em uma subida com um perfil de crescimento bastante r�pido. E isso, mesmo quando proporcionalmente com um n�mero reduzido em rela��o ao de outras ondas, vai de alguma forma sobrecarregar o sistema hospitalar", diz.
