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Estado de Minas JUSTI�A

Pai � solto em Goi�s ap�s filhas pedirem a juiz 'presente de Natal'

Cartas das crian�as relatam que a casa e a fam�lia estavam muito tristes sem o pai


23/12/2022 10:50 - atualizado 23/12/2022 11:32

Trecho de uma das cartas
Trecho de uma das cartas (foto: Reprodu��o)

 Um comerciante de 34 anos, acusado de tentativa de homic�dio em Posse (515 km de Goi�nia), foi solto depois de um juiz ler cartas das filhas do r�u, de 13 e 4 anos, pedindo como "presente de Natal" a volta do pai para casa.

Uma das cartas ganhou repercuss�o depois de o magistrado public�-la em uma rede social, no dia 6 de dezembro, e o caso ter ganhado repercuss�o.
"Esse foi o melhor Habeas Corpus que j� recebi!! Eu sempre digo que n�o precisa escrever muito!! Prometo que irei olhar com toda aten��o e crit�rio com que vejo todos os outros", escreveu o magistrado, em tom de brincadeira.

O juiz Denis Bonfim, que responde pela comarca de Posse (Goi�s), disse � Folha que ficou emocionado ao receber as cartas no gabinete, entregues pela defesa do r�u.
Dono de uma distribuidora de bebidas, ele foi acusado de tentar matar um homem a tiros por causa de d�vida de R$ 600. Segundo o magistrado, contudo, "n�o h� elementos precisos que demonstrem ind�cios suficientes de autoria ou de participa��o do acusado" no crime. Cabe recurso.
O comerciante, que nega envolvimento no crime, foi solto no s�bado (17), depois de cinco meses preso. Com a decis�o, ele n�o ser� julgado pelo j�ri popular.
O Minist�rio P�blico disse que ir� se pronunciar depois do recesso, assim que os autos judiciais voltarem a tramitar regularmente no estado. Prazos processuais s�o suspensos durante o recesso.
O advogado Leonardo Magalh�es Valente, que defende o acusado, entregou as cartas ao juiz. Em uma delas, a filha mais nova relatou que a casa e a fam�lia estavam muito tristes sem o pai. "Meu pai � bom", escreveu a crian�a, pedindo que o genitor fosse liberado para voltar para casa antes do Natal.

 Outro trecho da carta sensibilizou o magistrado. "Quando ela escreveu 'Deus te proteja', isso me tocou especialmente, porque naquele momento ela estava desamparada e desprotegida precisando do seu provedor. Imaginei comigo: n�o posso proteg�-la, mas talvez eu possa devolver a ela algu�m capaz de fazer isso", afirmou.
Em outra carta, a filha mais velha contou que a pris�o do pai abalou o psicol�gico dela, que passou a sofrer com ansiedade e ins�nia.
Os nomes das meninas n�o foram publicados para preservar a integridade delas, como prev� o Estatuto da Crian�a e do Adolescente. O nome do r�u tamb�m n�o foi revelado.
O comerciante foi preso temporariamente em 21 de julho, 18 dias depois do crime. A pedido da Pol�cia Civil de Goi�s, a Justi�a prorrogou a pris�o tempor�ria, que foi convertida em preventiva em 18 de setembro.
Al�m das duas filhas, o comerciante mora com a mulher e outros dois filhos, de 7 e 2 anos. No per�odo em que ficou preso, ele passou os dias do anivers�rio de tr�s deles na cadeia, longe de toda a fam�lia, que o visitava no pres�dio sempre que poss�vel.
Ainda no pres�dio, o acusado soube que as filhas haviam escrito cartas ao juiz, que tamb�m recebeu abaixo-assinado de moradores da cidade pedindo a soltura.
De acordo com o juiz, a investiga��o baseou-se principalmente nas declara��es da v�tima, "as quais se mostraram contradit�rias e desarm�nicas com os demais elementos probat�rios".
Segundo a decis�o, a v�tima mudou as vers�es apresentadas na delegacia e no Judici�rio, al�m de apresentar informa��es diferentes das que foram relatadas por testemunhas.
O delegado Humberto Soares, respons�vel pela investiga��o policial, disse que, durante inqu�rito policial, a v�tima afirmou de forma categ�rica que o suspeito foi at� a casa dela e efetuou os disparos.
A v�tima relatou � Justi�a que estava em casa e escutou um barulho no port�o, com algu�m anunciando uma entrega. Disse, ainda, que escutou o barulho do port�o se abrindo e que tamb�m ouviu um barulho de moto antes de sentir dois disparos nas costas.
A v�tima tamb�m contou � Justi�a que o suspeito teria dito "paga meu dinheiro". Por isso, mesmo ferida, teria conseguido se levantar e pegado R$ 600 em sua carteira para entregar ao criminoso.
Tamb�m afirmou que "n�o estava devendo para outra pessoa" al�m do comerciante, mas que n�o tinha certeza sobre o autor do crime.
Segundo a investiga��o, no domingo em que o crime foi praticado, o comerciante saiu de casa � noite no mesmo momento da tentativa de homic�dio. Contudo, a defesa sustenta que ele foi para a casa de um colega na regi�o para ajudar a vacinar gado.
"Como juiz, preciso ter certeza de que a pessoa deve ser culpada pelo crime. Sou pautado pelo garantismo penal. N�o vou condenar ningu�m ou levar algu�m a julgamento por crime que n�o tenho certeza de que aquela pessoa cometeu", afirmou Bonfim.
No total, o magistrado recebeu quatro cartas. Duas com pedido de soltura do pai e outras duas de agradecimento. Nestas �ltimas, as crian�as expressam gratid�o ao juiz e disseram estar felizes por ele ter lido as cartas e concedido a soltura.

 


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