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Estado de Minas ACIDENTES GRAVES

Decreto sobre bicicletas el�tricas faz dez anos no Rio com pol�micas

Permiss�o para que as bikes movidas a motor circulem nas ciclovias gerou acidentes por uso em alta velocidade e atropelamentos


25/12/2022 10:30 - atualizado 25/12/2022 11:15

Ciclovia no Leblon, Rio de Janeiro
Ciclovia no Leblon, Rio de Janeiro (foto: Adriana Paiva/Flickr)
O comerciante Ricardo Cardoso, 62, corria na ciclovia que liga os bairros de Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro, quando foi atropelado por uma bicicleta el�trica que estava na dire��o contr�ria. O condutor em alta velocidade, segundo Cardoso, perdeu a dire��o porque j� havia quase colidido com outra bicicleta metros antes.

Para muitos moradores e turistas, praticar esportes na orla carioca virou um penoso exerc�cio de disputa por espa�o, devido � populariza��o das bicicletas el�tricas e ciclomotores, que circulam lado a lado com pedestres e outros ciclistas.

"A ciclovia � estreita e n�o d� a op��o de desviar. Ou voc� � atropelado pela bicicleta, ou � lan�ado � faixa dos carros e �nibus", afirma Cardoso, que sofreu o acidente em agosto do ano passado.

O decreto municipal que regulamenta o tr�fego desses ve�culos completou dez anos em 2022. Assinada em 2012 pelo prefeito Eduardo Paes em sua primeira gest�o, a determina��o equiparou as bicicletas el�tricas �s movidas por propuls�o humana, o que permitiu a elas circularem por ciclovias, ciclofaixas e vias p�blicas.

 

O decreto imp�e limite de velocidade de at� 20 km/h para as bikes el�tricas, que podem atingir at� 35 km/h.

J� os ciclomotores, como as scooters, que podem ter at� tr�s rodas, alcan�am 50 km/h e precisam de Autoriza��o para Conduzir Ciclomotor (ACC), ou Carteira Nacional de Habilita��o (CNH) na categoria A, devem trafegar na rua, na faixa mais � direita, segundo norma do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran). Mas eles s�o presen�a constante nas estreitas ciclovias cariocas, cuja largura padr�o da pista n�o ultrapassa tr�s metros.

O vendedor de churros M�rcio Bernardo Firmino, 48, trabalha h� cinco anos no cal�ad�o de Copacabana, bairro com a maior popula��o de idosos na cidade, segundo dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica). Ele diz presenciar frequentemente acidentes na ciclovia.

"Alguns n�o respeitam e ultrapassam em muito a velocidade, avan�am a sinaliza��o, pilotam enquanto olham os celulares. Se uma bicicleta dessa atropela uma crian�a, ou uma pessoa idosa, pode ser fatal". Logo ap�s conversar com a reportagem, Firmino quase foi atingido por um ve�culo el�trico que n�o respeitou o sem�foro da ciclovia.

As bicicletas el�tricas velozes t�m interrompido o ritmo dos treinos de rua de Vinicius Oliveira, 28, t�cnico de inform�tica e corredor amador. Para ele, a ciclovia da lagoa Rodrigo de Freitas, seu local preferido para as corridas, virou uma pista com obst�culos.

"Em dia de sol, n�o d� para andar direito. J� presenciei acidentes, com pessoas de idade sendo alavancadas para fora da pista. Quem corre, como eu, acaba esbarrando em outras pessoas para tentar desviar das bicicletas. Tem sido muito dif�cil. O espa�o ficou curto", afirma Oliveira.

A Guarda Municipal, atrav�s da Secretaria Municipal de Ordem P�blica, afirmou que "atua com foco principal na orienta��o dos condutores", e que "� poss�vel realizar a remo��o dos ve�culos em caso de desobedi�ncia". Ao longo de 2022, a Guarda apreendeu 23 bicicletas el�tricas.

O Contran prev� multa de R$ 880,41 para o condutor que trafegar na ciclovia com ciclomotor, mesmo valor da multa para condutores sem habilita��o. A puni��o para quem conduzir um ciclomotor sem capacete � de R$ 293,47.


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