
“Uai, padre! T� querendo mudar a hist�ria? Para poder lacrar? Acho que voc� precisa de um pouco mais de aula de hist�ria e teologismo. N�o abdique dos ensinamentos para lacrar”, escreveu um internauta, conforme revela uma captura de tela publicada pelo padre. Outro usu�rio destacou: “Quando a milit�ncia vem antes da religi�o d� nisso a� mesmo”.
O Jesus branco de olho claro n�o e uma representa��o fiel, mas garanto que esse pessoal nem liga. Agora uma representa��o negra incomoda essa galera
%u2014 J�ssica (@jdcayres) December 25, 2022
Jesus branco, bem "europeu", olhos claros, madeixas em dia, crossfiteiro....essas s�o as caracter�sticas de Jesus para eles.
%u2014 Jonatas Junior (@Nulife86Junior) December 25, 2022
Com mais de 1,3 milh�o de seguidores apenas no Instagram e vinculado � Arquidiocese de S�o Paulo, o padre J�lio Lancellotti � conhecido por suas a��es sociais que visam atender, especialmente, pessoas em situa��o de rua. Nas redes, ele divide com os seguidores o trabalho que executa, al�m de levar palavras de f� �s pessoas.
Jesus negro ou branco?
Parte substancial das igrejas evang�licas no Brasil – principalmente as grandes denomina��es – tem sido conivente com a viol�ncia sofrida por pessoas negras e pobres das periferias de grandes cidades, segundo avalia o te�logo e pesquisador Ronilso Pacheco, de 44 anos, que tamb�m � autor do livro Teologia Negra, o sopro antirracista do esp�rito.
“Podemos chamar a Teologia Negra de um movimento teol�gico que est� basicamente direcionado a quest�es de coloniza��o e opress�o das popula��es negras. Ela envolve os contextos de escraviza��o e de pol�ticas antinegras ao redor do mundo”, pontuou o pesquisador em entrevista � BBC Brasil em mar�o de 2021.
“N�o h� a discuss�o se Jesus era negro ou branco, porque em rela��o a isso n�o h� muito o que discutir: � dif�cil imaginar uma figura branca na Palestina daquela �poca”, explicou Pacheco.
Para o te�logo, Cristo branco elimina qualquer possibilidade de identifica��o teol�gica e b�blica com a popula��o negra. "Deliberadamente, a presen�a e o protagonismo do continente africano s�o apagados, como uma forma de justificar a coloniza��o e a escraviza��o. Al�m disso, h� uma tentativa de apagamento da tradi��o e religiosidade da �frica”, avaliou.